Resumo
Os fluxos migratórios de bolivianos ao Brasil
remontam várias décadas, assumindo em cada uma delas
aspectos diversos. Tais processos migratórios implicam sempre
na mobilidade de pessoas e também de crenças e costumes.
O mesmo se dá com a imigração boliviana para
a cidade de São Paulo. O presente artigo procura analisar
alguns aspectos religiosos da população boliviana
em São Paulo a partir da vivência pentecostal de adeptos
das igrejas Assembleias de Deus. O trabalho de campo da pesquisa
levantou dados de alguns bairros com grande concentração
de imigrantes que vivem de forma ilegal no Brasil. A construção
de identidade específica, em contraste à da população
paulistana em geral e dos demais bolivianos da cidade, foi um dos
focos desse trabalho.
Procuramos perceber como a vivência pentecostal
em igrejas especializadas, formada e constituída especificamente
por bolivianos, marca um modo diverso de ser boliviano em São
Paulo, além de constituir elos de contato com os adeptos
das Assembleias de Deus no país de origem. Através
da igreja, muitos bolivianos estabelecem redes de troca e amparo
com amigos e familiares na Bolívia. Isso demonstra que há
diferentes maneiras de ser boliviano em terras distantes e que a
globalização da religião passa por canais muitas
vezes distantes dos institucionais e usuais.
Márcia M. Cabreira M. de Souza
Doutora em Geografia. Professora do Departamento
de Geografia da Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo. Pesquisadora colaborada da IWGIA - International
Workers of Indegenous Affairs
Silas Guerriero
Doutor em Antropologia. Professor associado
do Departamento de Ciência da Religião e do Programa
de Pós-Graduação em Ciências da Religião
da Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo.
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