Espiritualidade e Sociedade





William Kaizer de Oliveira

>   Pré-milenarismos e messianismos na constituição do protestantismo no Brasil

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William Kaizer de Oliveira
>   Pré-milenarismos e messianismos na constituição do protestantismo no Brasil

 

 

 

Resumo

O presente texto defende a hipótese de que a difusa crença messiânica no Brasil, representada nos mais variados movimentos messiânicos, contribuiu para a pregação protestante, sua consequente missão de evangelização no país. Apesar da pregação dos missionários evangélicos, sobretudo os de tradição norte-americana, e considerar a religiosidade brasileira pagã, sua aceitação foi possível graças à aproximação com o fértil campo semântico da religiosidade brasileira, profundamente messiânico. A mensagem pré-milenarista dos missionários encontrou aproximação com o espírito messiânico do imaginário religioso brasileiro. A partir disso, houve a possibilidade de se fazer colagens da pregação missionária e pentecostal com os hábitos, crenças e religiosidade brasileira.

 

 

 

William Kaizer de Oliveira

Doutorando em teologia com pesquisa sobre ecologia na perspectiva da agroecologia – por uma ecoteologia da libertação. Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Teologia da Faculdades EST (PPG-EST) –Rio Grande do Sul – Brasil. Pesquisador no Núcleo de Pesquisa em Direitos Humanos, na Faculdades EST. Bolsista da CAPES

 

(trecho)

 

É preciso antes ainda elucidar o recorte da reflexão que se dirige especialmente à análise do protestantismo de missão e sua vertente prémilenarista. Neste sentido, Antônio G. Mendonça assegura que o protestantismo brasileiro, especialmente o de missão, não assimilou muitos traços da cultura brasileira. Para tanto, é preferível falar em “protestantismos no Brasil”(2005, p. 49).Apesar disso, é importante também considerar que o protestantismo seguiu roteiro e etapas de desenvolvimento no país bastante heterogêneos. Recorremos a periodização de Antônio G. Mendonça:

De 1824 a 1916, período de implantação do protestantismo no Brasil; de 1916 a 1952, desenvolvimento do projeto de cooperação ou pan-protestantismo e a chegada de “um bando de teologias novas”; de 1952 a 1962, crise política e religiosa, ensaio de politização do protestantismo e impacto do pentecostalismo; de 1962 a 1983, período de repressão no interior do protestantismo, da revolução neopentecostal, fortalecimento do denominacionismo e o isolacionismo das igrejas (2005, p. 52).

 

 

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Fonte: PLURA, Revista de Estudos de Religião, ISSN 2179-0019, vol. 6, nº 2, 2015, p. 233-255.

 

 

 



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