(texto inicial)
Abrindo o caminho...
Embora tendenciosamente controvertido por forças
do paradigma mecanicista da ciência contemporânea, o
TOQUE como instrumento de cura nas intervenções
autônomas de cuidar da Enfermagem, cada vez mais, conquista
espaço na esfera acadêmica. Resgatado das tradições
imemoriais da evolução do conhecimento humano, hoje,
delineia o perfil da prática profissional no contexto da
ordem do terceiro milênio por contemplar a força e
o poder da intuição, do sensível e de toda
a subjetividade que envolve a natureza humana. A intuição
é para Schulz (1998) a capacidade de fazer
uma determinação correta, baseando-se em dados inadequados.
Isto é, fazer um diagnóstico dos sinais que o corpo
do cliente emite ou dos insights que partem do nosso próprio
corpo, freqüentemente passados despercebidos, os quais não
registramos, mas que pulsam dentro de nós, nos instigando
a buscar uma resposta para algo que nossa consciência, nosso
eu interno, nosso coração apontam; por exemplo, podemos
intuir que um cliente precisa de ajuda mesmo sem que ele nos relate
qualquer queixa, seguindo as pistas em busca da confirmação
ou não. Na maioria das vezes acertamos, o que nos parece
ser intuição.
O estudo pioneiro que Dolores Krieger (professora
da Universidade de Nova York) em seu livro The Therapeutic Touch,
que serve de referência para pesquisadores de várias
áreas, diferencia-se sobremaneira de outros estudos sobre
como compreendemos e implementamos o toque como medida e/ou intervenção
para o cuidado de enfermagem, por dois aspectos essenciais. Em primeiro
lugar, ela parte de idéias que levantou baseada em seus conhecimentos
de neurofisiologia, algumas leituras sobre práticas de saúde
da ioga, dos vedas, dos tibetanos, da medicina chinesa, e ainda
do prana – termo sânscrito para o sistema de energias
que se refere aos fatores organizadores que estão por trás
do que chamamos processos de vida e que é responsável,
entre outras coisas, por fenômenos tais como regeneração
e cura de feridas. A Dra. Krieger parte do princípio
de que as funções do corpo humano estão relacionadas
a uma corrente elétrica e que cada ser humano tem o seu próprio
campo, interno e externo, interagindo com o meio ambiente. Assim,
no toque terapêutico, o profissional ou curador
direciona o campo energético do cliente, deslocando as suas
mãos sobre o corpo a uma distância de 10 a 15 cm, através
de gestos semelhantes ao varrer, dotando-os de uma enérgica
intenção de curá-lo. Este tipo de procedimento
é também chamado de “harmonizar o campo.”