“No céu entra quem
merece, no mundo vale é quem tem”.
(Da letra de uma canção de domínio público)
Resumo
O artigo discute aspectos e características
das chamadas novas devoções populares, buscando delimitar
registros empíricos que permitam analisar continuidades e
descontinuidades havidas nas experiências religiosas populares.
O escopo das mudanças, o autor aponta a importância
do reconhecimento e da análise das mediações
operadas no consumo da imagética religiosa, que se produzem
no atual campo do pluralismo religioso.
O princípio que opera tais mediações
se desdobra, nessa elaboração, como proposta de análise
da produção da santidade na experiência religiosa
popular contemporânea.
Introdução
O chamado advento das “novas devoções”,
ocorrido desde a década de 1990, nas sociedades brasileira
(Torres-Londoño, 2001; Augras, 2004; Lopes, 2008) e latino-americana
(Sarlo, 2005; Pasos, 2008), abre um campo propício para discutirmos
aspectos contemporâneos importantes do cristianismo devocional.
Destaco três aspectos recorrentes nos estudos dessas novas
devoções, sobre os quais pretendo desenvolver essa
elaboração:
- o primeiro refere-se às próprias
“novas devoções”, que introduzem novas
práticas, linguagens, gestos e rituais, além de espaços
novos para a presença da
devoção;
- o segundo refere-se à síntese histórica
realizada da questão, que atribui ao culto aos santos a propriedade
de conferir rosto e materialidade à fé cristã,
como também de criar raízes onde existam outras religiões;
- o terceiro refere-se à vocação
para o público própria dessas devoções
populares.
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José Rogério Lopes
Doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP,
professor no Programa de Pós-Graduação em Ciências
Sociais da UNISINOS.