Como resultado cumulativo das mudanças no quadro
religioso da América Latina nas últimas décadas,
o artigo prevê a aproximação de duas grandes transições,
uma católica e a outra protestante, nas quais as relações
entre religião, estado e sociedade serão amplamente
modificadas.
A transição católica (que talvez
não ocorra em todos os países da região) se refere
ao tipping point em que os antigos papéis sócio-políticos
se tornam insustentáveis. O pluralismo multidimensional, a
queda numérica, a relativa debilidade institucional e os efeitos
da democracia e da fragmentação da sociedade civil,
levarão à perda do status de ‘igreja’.
Em alguns países, um momento simbolicamente importante será
quando a porcentagem da população que se declara católica
caia para menos da metade.
Contudo, além da transição católica,
haverá também a transição protestante,
a qual se refere ao fato de que haverá um teto no crescimento
protestante e nas suas aspirações políticas.
Quando acontecer essa estabilização, mudará radicalmente
a natureza do protestantismo latino-americano e sua relação
com a sociedade, com a política e com as outras religiões.
O artigo também reivindica um lugar mais proeminente
para América Latina nos debates globais sobre religião
e modernidade, por representar um padrão historicamente novo
de evolução da antiga cristandade.
Paul Freston
Professor catedrático de religião e política
em contexto global, na Balsillie School of International Affairs
e Wilfrid Laurier University, Waterloo, Canadá, e professor
colaborador do programa de pós-graduação em
sociologia, Universidade Federal de São Carlos, Brasil.
Artigo adaptado da conferência
de abertura das XV Jornadas sobre Alternativas Religiosas en América
Latina, da Asociación de Cientistas Sociales de la Religión
en el Mercosur, realizada em Santiago do Chile em 11 de novembro
de 2009
Balsillie School of International
Affairs e Wilfrid Laurier University, Waterloo, Canadá
Universidade Federal de São Carlos, Brasil
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