Nos dias de hoje, em meio a tanta
violência, concorrência no mercado de trabalho e a conseqüente
falta de tempo em que a maioria das pessoas se encontram, as pessoas
estão se vendo na necessidade da busca da origem do SER, ou
melhor, estão começando a dar mais valor às questões
espirituais.
Dados secundários apontam que
o Espiritismo tem aproximadamente 30 milhões de simpatizantes
no Brasil, a maioria praticante de alguma outra religião.
A doutrina da reencarnação,
talvez pelo mistério em que a maioria das pessoas a enxergam,
é o tema que mais desperta a curiosidade das pessoas.
Buscando não dar espaço
para o desenvolvimento de conhecimentos incompletos a respeito da
Doutrina da Reencarnação, é que este artigo foi
escrito.
Desenvolvimento
JUSTIFICATIVAS para existência da reencarnação
Vamos admitir que, de acordo com a crença
vulgar, a alma nasce com o corpo, ou o que vem a ser o mesmo, que
antes de encarnar só dispõe de faculdades negativas
nos surgem as seguintes questões:
1. Por que a alma mostra aptidões tão
diversas e independentes das idéias que a educação
lhe fez adquirir?
2. De onde vem a aptidão extra normal que muitas crianças
revelam, para essa ou aquela parte, para essa ou aquela ciência,
enquanto outras se conservam inferiores durante toda a vida?
3. De onde, em alguns, as idéias inatas ou intuitivas, que
em outros não existem?
4. De onde, em certas crianças, o instituto precoce que revelam
para os vícios ou para as virtudes, os sentimentos inatos
de dignidade ou de baixeza, contrastando com o meio em que elas
nasceram?
5. Por que, abstraindo-se da educação, uns homens
são mais adiantados do que outros?
6. Por que há selvagens e homens civilizados?
A questão 166 do livro dos espíritos nos esclarece que
a vida da alma é anterior a criação do corpo
e diante da necessidade de progredir o espírito, este retorna
a vida na matéria quantas vezes forem necessárias ao
seu desenvolvimento.
Mesmo assim, um grande número de pessoas acredita que a Reencarnação
é invenção dos espíritas. Isso não
é verdade. De acordo com os ensinamentos dos espíritos,
o Espiritismo constitui uma lei da Natureza e há de ter existido
desde a origem dos tempos e sempre nos esforçamos por demonstrar
que dele se descobrem sinais na Antigüidade mais remota.
Pitágoras, como se sabe, não foi o autor do sistema
da metempsicose - ele o colheu dos filósofos indianos e dos
egípcios, que o tinham desde tempos imemoriais. A metempsicose
pressupõe o retorno do ser humano numa condição
animal, como numa espécie de castigo por conseqüência
de uma vida pretérita desregrada. O ensinamento dos espíritos
condena veementemente essa possibilidade. A Doutrina Espírita
é explicitamente evolucionista, progredir sempre, retroceder
jamais.
RESISTÊNCIAS a idéia
da Reencarnação
O MEDO
Acredito que o medo do desconhecido
é uma das principais causas para as pessoas continuarem resistindo
a essa realidade. Dois fatores contribuíram para o nascimento
desse MEDO nas pessoas, são eles:
1º - Temor da morte (Primeira
Parte Cap.II, O Céu e o Inferno, Allan Kardec)
O homem, seja qual for a escala de
sua posição social, desde selvagem tem o sentimento
inato do futuro; diz-lhe a intuição que a morte não
é a última fase da existência e que aqueles cuja
perda lamentamos não estão irremissivelmente perdidos.
A crença da imortalidade é intuitiva e muito mais generalizada
do que a do nada. Entretanto, a maior parte dos que nele crê,
nos apresentam possuídos de grande amor às coisas terrenas
e temerosos da morte! Por quê?
Esse temor é um efeito da sabedoria
da Providência e uma conseqüência do instinto de
conservação comum a todos os viventes. Ele é
necessário enquanto não se está suficientemente
esclarecido sobre as condições da vida futura, como
contrapeso à tendência que, sem esse freio, nos levaria
a deixar prematuramente a vida e a negligenciar o trabalho terreno
que deve servir ao nosso próprio adiantamento. Assim é
que, nos povos primitivos, o futuro é uma vaga intuição,
mais tarde tornada simples esperança e, finalmente, uma certeza
apenas atenuada por secreto apego à vida corporal.
2º - A Sede de Poder pela Igreja
durante o Império Romano
Apesar da profunda lógica que
a reencarnação sempre refletiu, sabe-se que essa idéia
não agradou muito os defensores da lei nos primórdios
do cristianismo. A idéia era aceita e até ensinada por
muitos como Orígenes e Clemente de Alexandria (que foram procurados
e torturados pela sede de poder da Igreja no Império Romano).
Essa sede de poder era tão
grande, ao mesmo tempo a nossa supervalorização pelas
coisas materiais, que deixamos de lado o conhecimento inato da imortalidade
da alma e passamos ao da morte, que ainda tanto nos aflige. Esse poder
de persuasão foi tamanho, que até hoje temos irmãos
pregando que a Bíblia não se refere à Reencarnação.
Algumas Passagens Sobre a Reencarnação
na Bíblia
Velho Testamento
Gênesis 15:15 - E tu, irás
a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado.
Gênesis 15:16 - E a quarta geração,
voltarão para cá; porque a medida da injustiça
dos amorreus não está ainda cheia.
Moisés nos dá a certeza
de que a vida continua e que a Morte não existe e ainda afirma
sobre a necessidade da reencarnação
Jó nos dá indícios
de que o conhecimento da Reencarnação fazia parte do
cotidiano das pessoas naquele tempo.
Jó 1:20 - Então Jó
se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e
se lançou em terra, e adorou;
Jó 1:21 - E disse: Nu saí
do ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. O Senhor
o deu, e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor.
Isaias reconhece, por óbvio,
que é possível consultar os mortos (não os demônios,
anjos que caem do céu para alguns, haja vista que não
fala neles mas, de seres humanos que se foram, que já não
fazem mais parte do mesmo plano físico em que estamos).
Isaías 8:18 Eis-me aqui, com
os filhos que me deu o Senhor; como sinais e maravilhas em Israel
da parte do Senhor dos exércitos, que habita no monte de Sião.
8:19 Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos
familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, respondei: Não
recorrerá um povo ao seu Deus? Acaso a favor dos vivos se interrogarão
os mortos?
E no versículo 20 “se
eles não falarem nada que edifique, não os ouça
!!!”
Nos alertando que, da mesma
forma que temos seres em evolução aqui, também
temos no plano espiritual. Que devemos saber identificar os espíritos
que realmente querem nos ajudar com bons conselhos, daqueles que querem
apenas brincar e zombar da nossa cara.
Novo Testamento
Os apóstolos também nos dão à certeza
de que a Reencarnação era vista e encarada com tranqüilidade
não só entre os sábios, mas também entre
os humildes de conhecimento.
Mateus 16:13 - E chegando Jesus às
partes de Cesárea de Felipo, interrogou os seus discípulos,
dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?
Mateus 16:14 - E eles disseram: Uns
João Batista; outros Elias; e outros Jeremias ou um dos profetas.
Em João - Quando encontram
o cego de nascença, Jesus nos dá a certeza e o consolo
de que nem sempre os defeitos físicos que trazemos conosco
são conseqüência do passado, muitas vezes podem
ser para que as obras de Deus se realizem em nós, através
do milagre ou até mesmo para desenvolvermos outras qualidades
como o amor, por exemplo.
João 9:2 - Perguntaram-lhe
os seus discípulos: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para
que nascesse cego?
João 9:3 - Respondeu Jesus:
Nem ele pecou nem seus pais; mas foi para que nele se manifestem as
obras de Deus.
Eles acreditavam então na possibilidade
da reencarnação e na possível preexistência
da alma. Sua linguagem fazia mesmo crer que essa idéia estava
difundida entre o povo, e Jesus parecia autorizá-la, em vez
de combatê-la; Ele fala ainda das numerosas moradas de que se
compõe à casa do Pai.
No diálogo com Nicodemus, Jesus nos ensina sobre a necessidade
do nascer de novo da água
João 3:1 - Ora, havia entre
os fariseus um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus.
João 3:2 - Este foi ter com
Jesus, de noite, e disse-lhe: Rabi, sabemos que és Mestre,
vindo de Deus; pois ninguém pode fazer estes sinais que tu
fazes, se Deus não estiver com ele.
João 3:3 - Respondeu-lhe Jesus:
Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer
de novo, não pode ver o reino de Deus.
João 3:4 - Perguntou-lhe Nicodemos:
Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar
no ventre de sua mãe, e nascer?
João 3:5 - Jesus respondeu:
Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer
da água e do Espírito, não pode entrar no reino
de Deus.
João 3:6 - O que é nascido
da carne é carne, e o que é nascido do Espírito
é espírito.
João 3:7 - Não
te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer
de novo.
Conclusão
Após tantas indicações
sobre a Reencarnação, sem argumentos, alguns afirmam
sua inexistência se apoiando no fato de não se lembrarem
das existências anteriores.
Ora, que proveito poderíamos
tirar das existências anteriores para melhoria da atual? Nenhuma!
Se muitas vezes achamos, o fardo que carregamos pesado demais, imagina
se tivéssemos conhecimento de tudo que já fizemos? Quanto
não seria nossa humilhação pensando no que fomos!
A providência divina nos poupou
de mais torturas e DEUS nos mostra que, para o nosso adiantamento,
tais lembranças são inúteis. Durante cada existência
damos um passo adiante.
DEUS não poderia ser mais justo
em tornar o homem árbitro de sua própria sorte, pelos
esforços que pode fazer para se melhorar. Como ele é
justo e bom não poderia condenar seus filhos a tortura infinita
pelos seus erros sem lhes dar os meios de se purificar.
Pela reencarnação, o
futuro está nas mãos de cada um. Leva-se muito tempo,
é claro, por isso sofremos as conseqüências. Mas
é a suprema justiça, a esperança que jamais nos
é obstruída.
Santo Agostinho já adverte
que “a cada um segundo suas obras”. Que possamos aproveitar
ao máximo nossa estadia nessa grande escola chamada TERRA,
desenvolvendo cada dia mais as qualidades que possamos levar conosco
ao partir para a nossa verdadeira morada no plano espiritual.
Sigamos então os conselhos
de Emmanuel: “não perca tempo”. Os dias voltam,
mas os minutos são outros.
Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Parte
Segunda, capítulo IV Da pluralidade das existências. 76ª
edição. FEB, 1995.
Kardec, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo
IV Ninguém poderá ver o reino de DEUS se não nascer
de novo. 112ª edição. FEB, 1996.