Apesar de não ser disseminada
uma ideia definida a respeito do pensamento, é muito comum
considerá-lo como algo que ficaria restrito ao crânio
apenas, que nenhuma influência teria sobre a circunvizinhança,
quanto mais uma ação à distância.
Diante de máximas do tipo "perguntar
não ofende?", "olhar não tira pedaço"
e outras, não se costuma considerar que para efetuar qualquer
ação é essencial elaborar, primeiramente, um
processo mental. O ser humano normalmente não despende tempo
ponderando acerca das consequências do ato de pensar, relega-o
como não tendo ou não sendo merecedor de importância.
A mente humana é permeada por pensamentos dos mais variados
e, para o cidadão comum, é impossível manter
um estado de atenção sobre determinado assunto, durante
algum tempo, sem ter a mente invadida, literalmente, por pensamentos
diversos, sem conexão aparente. Como o planeta ainda se encontra
em estados iniciais da evolução, a imaginação
das pessoas ainda é muito fértil e surgem imagens viciosas
com as quais o indivíduo se apraz e as acalenta.
Pelos ensinamentos espíritas,
o pensamento possui propriedades muito interessantes. O fluido, matéria
sutil base, apresenta fenomenal propriedade plástica, significando
que pode ser modelado muito facilmente. Para efeito ilustrativo, pode-se
imaginar a massa de modelar comercializada em lojas de produtos infantis,
voltada para entretenimento de crianças, esta massa é
maleável e facilmente pode tomar a forma que se deseja, com
pequeno esforço.
Os fluidos teriam um comportamento
similar, facilmente moldável, neste caso, não seria
pela utilização das mãos, mas pela ação
mental. O pensamento e a vontade são considerados de extrema
importância no Espiritismo. Inúmeras são as obras
literárias que tratam destas questões.
De acordo com o autor espiritual André Luis, no livro Evolução
em Dois Mundos, espíritos de uma ordem extremamente
elevada são os responsáveis pelo surgimento dos planetas
e galáxias, estes seres seriam prepostos do próprio
Deus, trabalhando sob os seus desígnios. O processo de criação
seria uma ação puramente mental sobre o fluido, que
o condensaria para a formação dos orbes.
Todavia, este processo seguiria leis determinadas, não sendo
completamente livre, estas regras predeterminadas estabeleceriam a
harmonia e a unidade do cosmo. Ainda no livro citado, André
Luis esclarece que pelos mesmos mecanismos, nós, espíritos
ainda ombreando num mundo de expiações e provas, formamos
o nosso perispírito, e, conseqüentemente, o corpo físico.
Devemos considerar que nosso corpo
é formado por células, seres vivos primitivos, sem capacidade
de raciocínio embora, é claro, como todo ser vivo, possui
uma inteligência. Poderíamos, portanto, formular a seguinte
pergunta: Como podem seres tão primitivos exercerem suas funções
corretamente, de molde a que possa existir um corpo tão complexo
como, por exemplo, o humano?
Esta é uma boa questão,
para a qual somente pode existir uma resposta: elas seguem o comando
de uma inteligência superior - o espírito. Isto significa
que, através do nosso pensamento, nós não apenas
"construímos", mas também
controlamos, mesmo que inconscientemente, o nosso perispírito
e corpo físico. Sendo assim, nossa conduta, que corresponde
diretamente ao nosso padrão mental, reflete-se diretamente
nos estados de saúde ou de enfermidade. Quem viveria mais satisfeito:
uma pessoa com um chefe mal-humorado ou uma outra, com um chefe feliz?
Conclui-se que o pensamento tem um imenso poder criador e tudo aquilo
que pensamos irá, conseqüentemente, gerar formas que,
dependendo da vontade impressa nesta forma, terá duração
mais ou menos longa. Por isso, vale lembrar o conselho do Mestre:
vigiai e orai.