(trecho inicial)
As sociedades convivem mal com idéia
de lucro. Não é só a brasileira, todas têm
alguma pontinha de resistência. Contudo, em algumas, como
a nossa, o ranço é bem mais indelével.
Se sobrevive essa antipatia ao lucro na fabricação
de sapatos ou fogos de artifício, na educação,
as resistências são ainda maiores. Apos dois séculos
de existência de escolas privadas, o lucro é um tabu
que só agora começa a ser arejado e discutido com
mais serenidade.
A “educação é um sacerdócio”.
Assim se falava e ainda haverá quem o diga. Não obstante,
é preciso lembrar que as becas dos professores medievais
tinham bolsos e sua função era guardar o pagamento
recebido dos estudantes.
O presente ensaio explora os acordos e desacordos provocados pela
presença do setor privado na educação. Não
se trata de uma defesa desta ou daquela posição, mas
uma tentativa de enxergar além dos preconceitos e estereótipos.