
O funeral das vítimas da Covid-19
passou a ser muito breve, com apenas uma hora de velório assistido
por apenas dez pessoas entre familiares e amigos. Os Espíritos
que estão desencarnando em nossos dias, se sentem impactados,
desrespeitados com esta prática? Eis a questão –
e vamos explorá-la a partir das obras da
codificação.
A Doutrina Espírita tem solução
à indagação título deste artigo. A resposta
é encontrada em O Livro dos Espíritos, questões
85, 165 e 327, bem como no livro O
Céu e o Inferno, Primeira Parte,
Capítulo VIII – Os Anjos, item 11, e, Segunda Parte –
Exemplos, do livro O Céu e o Inferno.
Em O Céu e o Inferno,
Segunda Parte, Exemplos, Kardec indaga aos Espíritos como
foram seus desencarnes e funerais. Com exceção
dos Espíritos Felizes, que tiveram uma pequena perda de consciência,
os demais ficaram perturbados, ou seja, não tiveram noção
exata do que acontecera com eles. Esta perturbação perdura
por muitos dias, meses e até muitos anos, dependendo da evolução
do Espírito, conforme se vê na excelente explicação
de Kardec à questão 165 de O Livro dos Espíritos.
Por seu turno, a questão 327 confirma a situação
acima, ao afirmar que “frequentemente o Espírito assiste
ao funeral, mas não entende o que se passa se ainda estiver perturbado.”
Portanto, para saber se os Espíritos
sentem o impacto da mudança dos funerais temos que conhecer se
no momento do desencarne o Espírito está ou não
perturbado.
Se, no desencarne, o Espírito
entra em estado de perturbação mais ou menos longa, ele
talvez assista ao funeral, mas isto lhe será indiferente, sem
impacto, pois a perturbação fará com que ele não
entenda o que esta se passando.
Se, no desencarne, o Espírito
não passa pela perturbação, significa que ele é
bem evoluído, logo se assistir ao funeral, não se impactará
com ele, pois entenderá a situação.
Por certo haverá Espíritos
que se encontram no meio termo das duas situações supracitadas.
Para eles haverá algum impacto, que lhes servirá de ensinamento.
Porém, logo entenderão que estão livres do corpo
carnal, que os aprisiona e se readaptarão ao Mundo Espiritual,
preexistente e sobrevivente a tudo, conforme ensina a questão
85 de O Livro dos Espíritos – confira a diferença
entre Espiritismo
e Espiritualismo.
Com efeito, a situação
de não estar encarnado é a normal na vida do Espírito.
A encarnação só lhe ocorre na fase de infância
e adolescência da vida espiritual. Por mais numerosas que sejam
as vidas corporais, a soma do tempo de todas elas não passa de
uma ínfima parcela da vida do Espírito que é infinita.
Tal é o consolador ensinamento contido no item 11 do Capítulo
VIII – Os Anjos, na Primeira Parte de O Céu e o Inferno.
Os Espíritas e a perturbação
após o desencarne
Resta uma questão. E, nós, estudiosos
do Espiritismo, como será nossa relação com a perturbação
pós desencarne? A resposta está na questão 165
de O Livro dos
Espíritos. Vejamos. “165. O conhecimento do
Espiritismo exerce alguma influência sobre a duração
maior ou menor da perturbação?” Resposta: “Uma
grande influência, pois o Espírito compreende antecipadamente
a sua situação; mas a prática do bem e a pureza
de consciência são o que exerce maior influência.”
Concluindo, cada Espírito sofrerá ou não
impactos com sua desencarnação. Faz parte da aprendizagem
espiritual. O conhecimento do Espiritismo, ajuda a livrá-lo mais
rápido da perturbação acima estudada.
No entanto, somente a prática do bem e a pureza
de consciência nos livrará completamente de perturbações
e aflições. Daí, Allan Kardec ter escolhido como
lema da Doutrina Espírita a frase lapidar: “Fora da Caridade
Não Há Salvação.”
Para saber mais sobre o tema, sugerimos a leitura dos
artigos:
Fonte: https://cafecomkardec.com.br/home/a-covid-19-mudou-a-forma-dos-funerais-como-isso-impacta-os-espiritos-desencarnados-por-esta-doenca/
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