A 1ª.
Epístola aos Coríntios é considerada a quarta
carta de Paulo e foi escrita entre os anos 52/55 d.C.quando ele se
encontrava em Éfeso. (1,2,3)
Consta que a primeira carta (I
Cor., 5:9) teria se perdido
(2), o que levou à elaboração
desta 1ª. Epístola aos Coríntios. O autor aborda
várias questões éticas e práticas, como
as ligadas à conduta ética na vida diária da
população daquela cidade e que estariam sendo incorporadas
na agremiação cristã nascente, e, interferências
de uma variedade de crenças e práticas aberrantes.
(2)
Daí a razão do estudioso
Champlin (1)
registrar que seria a “história de uma querela”
e citar a situação dos “ataques dos legalistas,
dos falsos mestres e dos detratores do apóstolo Paulo, que
ameaçavam destruir não somente a obra realizada ali
por Paulo, mas também a sua reputação e autoridade
como apóstolo do Cristo.” Nos cultos de Corinto claramente
surgiam facções, “cada uma das quais com o seu
suposto líder ou herói, como Paulo, Pedro, Apolo e Jesus
Cristo”(1)
e havia a influência dos que exaltavam dons espirituais miraculosos.
Paulo destaca a fidelidade ao Cristo e incita à união.
Entre os vários temas abordados por Paulo, destacamos um trecho
relacionado com a conduta e sempre lembrado e citado na seara espírita.
“Todas
as coisas são lícitas, mas nem todas convêm;
todas são lícitas, mas nem todas edificam.”
(I Cor., 10:23)
Paulo inicia
por citar o chavão da época, em Corinto: “todas
as coisas são lícitas”, todavia aponta para
o fato de que muitas não teriam conteúdo moral e não
seriam edificantes. A colocação de Paulo se adequa perfeitamente
ao mundo de nossos dias quando há predominância de ambientes
de liberdade de pensamento, de contextos legais e dos meios de comunicação.
A mensagem essencial da Boa Nova fortalece princípios e o cultivo
de virtudes.
O versículo de Paulo é importante no contexto da Doutrina
Espírita com o conceito do livre-arbítrio, dentro dos
parâmetros conceitos que emanam do conhecimento de vida imortal
e de reencarnação, e, dos compromissos do ser espiritual
consigo mesmo e com a sociedade. Ou seja, muito diferente das posturas
do passado de proibições e condenações,
a edificação ocorre com base no conhecimento e na conscientização
espiritual.
Sobre o tema, entre outros comentários em diversas obras, destacamos
de Emmanuel:
“Em
ação espírita evangélica é preciso
saber, antes de tudo, que nos achamos na edificação
do Reino de Deus, a começar do burilamento de nós
mesmos”. (4)