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INTRODUÇÃO
Já faz parte de um consenso
acadêmico na sociologia e antropologia da religião a
ideia do declínio da hegemonia católica e da gradativa
constituição de um pluralismo no universo religioso
brasileiro (Giumbelli, 1996; Machado & Mariz, 1998; Sanchis, 1997;
Steil, 2001, Teixeira & Menezes, 2006).
Mas quais seriam as características desse cenário plural
em construção das religiões no Brasil? Quais
e de que tipo as relações que as distintas religiões,
segundo o seu peso e inserção nos segmentos da população,
estabelecem entre si e frente à sociedade?
Pensando nos marcos de um panorama das religiões no Brasil,
Carvalho (1992, p. 134) fala da “tarefa gigantesca” que
seria “procurar um nexo lógico-estruturante que permita
apreender como uma totalidade as interfaces, superposições,
oposições, continuidades e singularidades dentro deste
campo”. Porém diz que é possível perguntas
sobre se as religiões “formam ou não universos
simbólicos autônomos ou integrados; se há ou não
princípio de comensurabilidade entre elas” (Carvalho,
1992, p. 135).
Seguindo essa trilha, gostaria de apresentar uma abordagem sobre as
relações estabelecidas entre as religiões dentro
do campo religioso brasileiro numa direção, qual seja:
a que averigua as linhas de força que marcam as interações
e interseções entre as religiões e seus adeptos
no Brasil; e a que avalia os seus processos de atração,
indiferença e de repulsão.
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MARCELO AYRES CAMURÇAé
professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência
da Religião e do Programa de Pós-Graduação
em Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora.