08/10/2008
da Agência Brasil
Cerca de 10 mil pessoas participaram neste domingo,
21 de setembro de 2008, de uma caminhada na praia de Copacabana, zona
sul do Rio, para pedir o fim da discriminação religiosa.
Sob chuva, a manifestação reuniu artistas, intelectuais
e representantes de várias crenças, com predomínio
das religiões afro-brasileiras, que denunciaram o preconceito
e a perseguição por parte de outros grupos.
De acordo com um dos organizadores da manifestação,
o babalorixá Ivanir dos Santos, são inúmeros os
casos de preconceito no Rio, principalmente, contra as religiões
de matriz africana como umbanda e candomblé. Segundo ele, os
ataques são "sistemáticos", inclusive pelos
veículos de comunicação.
"Há 20 anos sabemos de casos de invasão
a casas, ofensas, violência. Algumas pessoas põem a Bíblia
na nossa cabeça. Na escola, as crianças são chamadas
de macumbeiras, dizem que seguem o diabo. São várias coisas",
disse.
A mãe-de-santo do candomblé Conceição
D'Olissá, coordenadora de um terreiro em Duque de Caxias, na
Baixada Fluminense, também denunciou a discriminação.
Ela disse que é ofendida toda vez que está trajada de
branco, conforme sua religião. "Tem sempre alguém
para dizer que não somos filhos de Deus".
Um dos principais líderes do movimento negro
no país, Abdias do Nascimento, aos 94 anos também participou
da manifestação. Ele disse que a idéia da caminhada,
além de defender a liberdade de culto no país tinha objetivo
de pôr em discussão a superação do racismo.
Segundo ele, essas pessoas querem manter o status
do negro na sociedade. "Um status de inferioridade e até
uma espécie de escravidão. Uma escravidão moral,
de espírito e, por isso, procuram amordaçar a comunidade
negra para que ela não se manifeste em sua magnitude", disse
Nascimento, que foi o primeiro senador negro do país. "É
preciso mudar essa mentalidade".
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