02/08/2008

CINEMA - o filme sobre Bezerra de Menezes traz reflexões sobre
o Brasil na época do império
Considerado o primeiro longa metragem de época
rodado no estado do Ceará, o filme “Bezerra de Menezes:
o diário de um espírito” está concluído
depois de passar dois anos em fase de elaboração. O longa,
dirigido pelos cineastas cearenses Glauber Filho e Joe Pimentel, tendo
em seu elenco nomes como Carlos Vereza – que interpreta o papel
principal, Lúcio Mauro e Ana Rosa, será lançado
nas salas de cinema de todo o Brasil no dia 29 de agosto, data de aniversário
do cearense conhecido como o “Médico dos Pobres”,
que estaria fazendo 167 anos. A produção do filme e a
Fox Filmes do Brasil, distribuidora da produção no mercado
nacional agendou a primeira exibição, a chamada ‘avant-première,’
em Natal no dia 13 de agosto, às 21h no Cinemark.
Poucos sabem, mas Bezerra de Menezes teve uma ligação
forte com o Rio Grande do Norte. Suas viagens a Martins - região
serrana do estado – eram tão freqüentes que ele chegou
a substituir um professor de latim na cidade, ainda adolescente. Essa
passagem está registrada no filme que foi finalizado em 35 mm
e custou R$ 2,7 milhões de reais. Segundo Eduardo Girão,
produtor do filme a obra traz fragmentos da memória do médico
costurado com a memória política e social do Brasil na
época do império. “É um filme que retrata
não só a vida de Bezerra de Menezes como tem a preocupação
de levar o espectador a reflexões maiores sobre o sentido da
vida e sobre o futuro do Brasil”, contou Girão. Ele lembra
também que durante as pesquisas para a elaboração
do roteiro, Bezerra de Menezes escrevia sobre sua preocupação
com a devastação da Amazônia. “Ele falava
muito sobre a necessidade da preservação da Amazônia
e com todo o meio ambiente. Ele foi um homem que viveu pelo menos 120
anos a frente do seu tempo”, disse, acrescentando que a obra faz
uma fiel reconstituição de época para representar
o Ceará e o Rio de Janeiro do Século XIX.
Um dos roteiristas do filme é Luciano Klein,
biografo com a maior quantidade de livros publicados sobre Bezerra de
Menezes. “Como profundo estudioso da vida de Menezes, Luciano
já tinha um material vasto. O difícil foi conseguir colocar
todo o material na obra”, conta Girão. A pesquisa do roteirista
esteve o tempo todo aliada a uma extensa pesquisa iconográfica
nos acervos mais importantes do país.
Além de médico, Bezerra de Menezes também
se dividia entre a escrita de livros, principalmente romances como a
obra “A casa mal assombrada” e o jornalismo. “Ele
escreveu durante 10 anos no jornal “O Paiz” (na época
se escrevia com z), com o pseudônimo de max. Como existia muito
material documentado e também depoimentos, o projeto do filme
inicialmente seria um documentário misturado à ficção,
mas no decorrer das filmagens tudo foi dramatizado e os depoimentos
serão disponibilizados no dvd.
A produção teve locações
no Ceará, Pernambuco e Rio de Janeiro. “Conseguimos finalizar
uma obra prima, tenho certeza. Vários acontecimentos contribuíram
para que tudo saísse da melhor maneira possível ”,
disse Girão. Um desses acontecimentos a que o produtor se refere,
foi uma semana de gravações no Recife. “Não
parava de chover e o ator Carlos Vereza teria que viajar. Passaram dois
dias de chuvas e as previsões do tempo eram as piores possíveis.
O adiamento das gravações acarretaria num prejuízo
de R$ 30 mil reais. Até que Vereza teve a idéia de unir
toda a equipe para uma oração. Foi quando a chuva parou
e a gente gravou três seqüências. Quando terminamos,
a chuva voltou forte”, lembra.
Sobre Bezerra de Menezes
A vida do médico começa em 1831 na localidade
de Riacho do Sangue, Ceará. No universo sertanejo forjou seu
caráter e aos dezoito anos inicia no Rio de Janeiro seus estudos
de medicina. Na Capital da República foi um grande abolicionista
e elegeu-se vereador e deputado em várias legislaturas. Porém,
o trabalho anônimo em favor dos mais humildes foi que lhe trouxe
o maior reconhecimento de seu povo, que o chamava Médico dos
Pobres.
Sua trajetória foi marcada pelo amor e
pela caridade. Seja como o político devotado às causas
humanitárias ou como o médico conhecido por jamais negar
socorro a quem batesse à sua porta. Um exemplo de homem que fez
da sua vida um meio de servir ao próximo e à sua pátria.
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