21/05/2008
Texto de Alamar Régis
Carvalho sobre a ação de José Medrado contra o
livro do padre Jonas Abib
Agindo com absoluta coerência, dentro da lei,
da ética, destemidamente e sem qualquer contaminação
pela doença da falsa humildade, o médium e conferencista
espírita baiano José Medrado entrou com
ação na Justiça contra o livro “Sim sim,
não não”, de autoria do Padre Jonas Abib, por
se tratar de uma obra de discriminação e perseguição
religiosa. A Justiça acatou a ação e determinou
que o livro fosse retirado de circulação.
Eu já conhecia esse livro, que me foi enviado
há mais ou menos uns 5 anos, pelo meu querido amigo escritor
José Reis Chaves, de Belo Horizonte, teólogo católico
que hoje é espírita, autor de livros notáveis,
como “Reencarnação à Luz da Bíblia
e da Ciência”, “Face Oculta das Religiões”
e outros (escritorchaves@globo.com).
Eu fiquei tão indignado com os absurdos colocados
no livro que comecei escrever um livro intitulado “Não
não, sim sim”, em resposta a ele, livro este que está
90% pronto mas que ainda não publiquei, embora o outro escritor
especializado em debates religiosos, Paulo Neto, também mineiro
e meu amigo, autor de “A Bíblia Moda da Casa”, tenha
insistido muito para que eu o publique. (pauloneto@ghnet.com.br).
Para quem não conhece, o Padre Jonas Abib é
aquele padre de cabeça branca, riquíssimo, dono da poderosa
Rede Canção Nova de Televisão, sem dúvida
uma das maiores competências em termos de empreendimento, já
que a sua rede alcança o Brasil inteiro, via satélite,
está presente em muitas TVs a cabo, possui retransmissoras em
várias cidades brasileiras e tem presença até em
muitos países. Ele de fato é competente, porque não
é qualquer um que tem capacidade de construir o que ele construiu.
Todavia o diabo do homem é uma praga, em termos
espirituais, porque é um inquisidor de marca maior, tem um verdadeiro
ódio do Espiritismo, das religiões afros e de toda e qualquer
crença que não seja a católica. Ele não
é apenas contra, o que seria um direito inquestionável,
já que ninguém tem obrigação de concordar
com tudo, mas leva o seu ódio a tal ponto de incitar os seus
seguidores a massacrarem os espíritas e destruírem tudo
o que for de Espiritismo, Umbanda, etc...
É o que ele ensina em seu livro, “Sim sim,
não não” em várias passagens que eu tenho
inclusive anotadas mas não quero fazer este e-mail ficar maior
do que aquilo que normalmente escrevo, citando-as.
Felizmente o público Católico de hoje
já não é tão besta como o de alguns séculos
atrás, para engolir tudo o que vem dos padres; prefere apenas
freqüentar a sua igreja como obrigação religiosa
de ir à missa, de batizar os seus filhos e de se casar na igreja,
sem dar muita bola para as imposições arcaicas que ela
mantém, como a proibição de sexo fora do casamento,
a prática do sexo só para procriação, a
proibição do uso dos contraceptivos e várias outras
proibições que ela insiste em impor. Por incrível
que pareça, o maior índice de pessoas que defendem o aborto
é católico. Ninguém, entre os adeptos da Canção
Nova, obedeceu a orientação sutil do seu líder,
já que não consta, ainda, nenhuma prática de violência
contra o Espiritismo e contra a Umbanda, por parte de membros daquele
segmento católico carismático, como há por iniciativa
de alguns segmentos protestantes pentecostais.
Mas vamos ao que interessa nesta matéria.
Medrado tirou o livro do padre de circulação.
O meu amigo José Medrado, médium notável
de Salvador, um dos conferencistas espíritas que mais atrai atenção
do público onde chega, pela excelência do seu estilo de
comunicação simples e descontraída, (Na última
vez que visitou o Centro Espírita Perseverança, em São
Paulo, o maior centro espírita do mundo, falou para um público
de quase 15 mil pessoas, o que só falta matar de inveja inúmeros
dirigentes espíritas... e de raiva também), entrou com
uma ação na Justiça, na capital baiana, muito bem
embasada, pedindo providências contra aquela obra que vai de encontro
à Constituição Brasileira, porque desrespeita o
direito de crença das pessoas, é mentirosa quanto a conceituação
das outras crenças, já que diz coisas do Espiritismo que
ele não pratica, não faz e nem nunca fez, e ainda por
cima incita, sutilmente, a guerra religiosa.
Medrado é muito bom nisso, viu gente? Ele é
funcionário público concursado, diretor do Tribunal do
Trabalho da Bahia e sabe muito bem onde se mete.
A Justiça não teve dúvidas, acatou
o pedido.
O promotor Almiro Sena, competente e decente até
onde não pode mais, que não tem medo de cara feia, diz
que o padre Jonas faz no livro "afirmações inverídicas
e preconceituosas à religião espírita e às
religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé,
além de flagrante incitação à destruição
e ao desrespeito aos seus objetos de culto".
A ação cita trechos do livro que, na avaliação
da Promotoria, trazem ofensas ao espiritismo e às religiões
afro-americanas: "O demônio, dizem muitos, ‘não
é nada criativo’. (...) Ele, que no passado se escondia
por trás dos ídolos, hoje se esconde nos rituais e nas
práticas do espiritismo, da umbanda, do candomblé",
diz o padre Jonas Abib na sua obra.
Mas é muito sem vergonha, né?
O juiz Ricardo Schmitt, que é outro magistrado
da mais alta dignidade na Bahia, acatou a denúncia contra o padre
e mandou intimá-lo a comparecer a audiência de interrogatório,
em dia a ser definido. A pena prevista neste caso é de um a três
anos de prisão, e multa.
Para o Ministério Público baiano, que
pediu o recolhimento do livro "Sim, Sim! Não, Não!
Reflexões de Cura e Libertação", da editora
Canção Nova, o padre cometeu o crime de "prática
e incitação de discriminação ou preconceito
religioso", previsto na lei 7.716, de 1989.

Deixe eu dizer quem é Medrado
Obviamente, para quem ainda não o conhece.
José Medrado é um médium extraordinário,
de Salvador, Bahia, hoje conhecido no Brasil inteiro e também
no exterior, já que várias vezes no ano viaja para diversos
países, principalmente para a Europa, convidado para proferir
palestras não apenas em instituições espíritas
mas em Universidades, Centros de Pesquisas e até em igrejas de
outras visões religiosas. Médium também de psicopictografia
já teve os seus quadros, pintados mediunicamente, avaliados por
centros científicos da França a fim compararem os traços
e os estilos dos artistas Renoir, Monet, Manet, Modigliani e vários
outros, espíritos, com as obras reconhecidas como originais dos
mesmos artistas quando em “vida”, com resultados tão
positivos que levaram uma revista famosa, (uma espécie de “Caras”
francesa), a publicar, mais de uma vez, capas com suas pinturas.
Apresenta o programa “Visão Social”,
na TV Bandeirantes da Bahia, todos os sábados, há quase
15 anos, programa este que é líder de audiência
durante todo o período. Apresenta também um programa todo
início de tarde na Rádio Metrópole FM de Salvador,
também líder de audiência e escreve uma coluna toda
as quartas-feiras, no Jornal A TARDE, que é o maior jornal do
Norte e Nordeste do País. Por sinal esta coluna fui eu quem a
iniciou em Salvador e hoje sinto-me honrado em vê-la continuar
pelo estilo de comunicação fácil e agradável
de um amigo tão querido.
O homem tem um prestígio impressionante junto
às autoridades constituídas da Bahia e também todo
o mundo artístico, já que é querido por todos.
É comum os eventos realizados por ele terem as presenças
do governador do Estado, do Prefeito, das primeiras damas etc... Jorge
Amado gostava muito dele e sua esposa, Zélia Gatai, que desencarnou
esta semana, fez questão de falar sobre ele em sua mais recente
obra.
É muito comum Medrado receber telefonemas em
seu programa de artistas famosos como Ivete Sangalo e todo aquele estrelato
baiano que o Brasil todo conhece, saudando-o com todo carinho.
Mas, Alamar... e como espírita, como ele é?
Muitos espíritas, principalmente os mais carrancudos,
poderiam talvez perguntar isto e eu já vou adiantando aqui:
Conforme os meus leitores já devem imaginar,
Medrado não enfrenta moleza na língua dos espíritas
não, já que em se falando de movimento espírita
é absolutamente proibido que algum espírita se destaque
em alguma coisa. Invariavelmente sofre retaliações terríveis,
perseguições, boicotes e calúnias de toda ordem.
Sempre foi assim, desde os tempos de Kardec. Com ele não é
diferente. Eu escreveria páginas e páginas aqui para relatar
o que sei de safadezas e sujeiras que já fizeram com ele, mas
não vem ao caso neste momento.
Então é possível que alguns, no
costumeiro ato do pré-julgamento, já comecem a formar
frases assim:
- “Quando fica muito famoso assim, envolvido com
artistas e com celebridades, envolvido com autoridades e famosos, certamente
deve estar com a vaidade exacerbada e a invigilância deve ter
tomado conta. Imagino como deve ser esse espiritismo que ele faz”.
Sempre há quem ache isto, já que para
ser espírita bem espírita tem que ser pobre, ou pelo menos
fingir-se de pobre, apresentar-se como humilde... apenas apresentar-se,
não necessariamente ser... e fazer um esforço enorme pra
falar como Chico Xavier.
Medrado é ao contrário dessas coisas.
Pra começar, ele não apenas vive ao lado das celebridades
não, ele é também uma celebridade porque o povo
fez isso dele, mas sem necessariamente ser metido a besta e sem comprometer-se
como espírita. Não tem nada de fingimento não,
ele é ele e não admite qualquer espécie de máscara.
O detalhe é que ele não se limita ao “Espiritismo
congelado” como muitos fazem, e atende à recomendação
doutrinária que sugere que o Espiritismo deve acompanhar a evolução
científica e atualizar-se sempre, obviamente sem comprometer
a sua base moral.
Ele não admite que o Espiritismo seja doutrina
de apologia ao masoquismo e a tristeza porque não consegue conceber
um centro espírita como uma sala de velório. Por este
motivo, não admite a “seriedade” de fachada e imprime
alegria total em suas palestras, canta, brinca com a platéia,
faz uma comunicação altamente contagiante que mexe com
todo mundo.
Na
tentativa de apagarem o seu nome inventaram até que Divaldo Franco
o detesta. Como é que pode algum espírita que raciocina
imaginar que o meu querido amigo Divaldo é capaz de odiar alguém,
sobretudo um companheiro tão querido. Estive com os dois juntos,
por diversas vezes, inclusive tive a participação dos
dois ao mesmo tempo em meu programa de televisão e o tratamento,
recíproco, é carregado de muito afeto, carinho e admiração
um pelo outro.
Vou parar, por enquanto, de falar de Medrado aqui, pra
não ficar muito grande o e-mail; quem não o conhece ainda
e quer conhecê-lo, sugiro entrar na página da sua grande
obra, a “Cidade da Luz”, www.cidadedaluz.com.br onde pode,
inclusive, mandar um e-mail pra ele.
Para sintetizar quero dizer apenas que ele é
queridíssimo por milhares de pessoas mas, para variar, tem muita
gente, principalmente muitas das mais “conservadoras” lideranças
espíritas, que fazem de tudo para apagar o seu nome, assim como
fazem para apagar o meu.
Voltando ao caso do livro do padre
Medrado está corretíssimo na sua ação
de recorrer à Justiça contra o mau caratismo religioso,
como certo está todo aquele que recorre contra qualquer tipo
de mau caratismo. O que é errado é a omissão espírita,
a pseudo-bondade muito utilizada para fingir que não viu as perversidades
praticadas por pessoas contra o seu próximo ou contra a doutrina.
É por causa dessa omissão que os tiranos
continuam a agir, os caluniadores continuam a caluniar, os difamadores
continuam a difamar e os sabotadores continuam a sabotar em nosso movimento,
porque sabem que certamente a maioria dos espíritas não
vai faltar com a “caridade” em reagir contra eles.
Pronto. Já existe jurisprudência. Sugiro
aos confrades, advogados e magistrados espíritas, nas diversas
cidades brasileiras... data vênia, companheiros... que fiquem
de olho a qualquer agressão ao Espiritismo, pelo rádio,
pela televisão, pelos livros ou pelo meio que for, para que ajam
também.
Viva Medrado! Parabéns a Medrado e todo o nosso
carinho para Medrado!
Abração a todos.
Alamar Régis Carvalho
alamar@redevisao.net
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