O prof. Willian Bengston
gentilmente respondeu-nos a um conjunto de 12 questões.
O prof. Bengston é veterano
pesquisador do efeito da imposição de mãos
(hand-on healing) com funções terapêuticas,
tendo já publicado inúmeros artigos científicos
sobre o assunto.

Traduzimos abaixo um extrato de
sua página
pessoal que utilizamos aqui para apresentá-lo.
Willian F. Bengston (Bill)
é professor de sociologia no St. Josephs College em Nova
York, EUA. Doutorou-se na Universidade de Fordham, Nova York,
em 1980. Suas atividades profissionais 'diurnas' incluem métodos
de pesquisa e estatística.
Durante muitos anos, Bill realizou pesquisa com as chamadas 'curas
anômalas' e provou a eficiência de uma técnica
desenvolvida por ele a partir de um teste experimental controlado
com 10 animais e que foi conduzido em 5 laboratórios médicos.
Sua pesquisa com esse tipo de fenômeno demonstraram com
sucesso curas de tumores mamários induzidos por metilcolantreno
em ratos por uma técnica de imposição de
mãos que ele desenvolveu. Ele também investigou
correlações dessas curas com micropulsações
geomagnéticas e harmônicos em EEG (eletroencefalogramas).
O Dr. Bengston não oferece tratamentos de cura, diagnósticos
médicos ou quaisquer tipos de consultas relacionadas à
saúde ou tratamentos psiquiátricos. Seu tempo e
esforço é dedicado a pesquisa sobre curas com as
mãos (passes) e educação.
Dr. Bengston tem publicações no Journal of Scientific
Exploration, o Journal of Alternative and Complementary Medicine
e a revista Explore. Além disso, deu várias palestras
por todos os EUA e Europa. Bill é membro da Society of
Scientific Explorarion (SSE) desde 1999 e, presentemente (2011),
é seu presidente. Junto com Sylvia Fraser escreveu sobre
suas experiências de cura na obra The Energy Cure: Unraveling
the Mystery of Hands-on Healing, publicado pela editora Sounds
True.
Para mais informações
(em inglês), consulte sua página: www.bengstonresearch.com/
OBSERVAÇÃO:
Como a 'imposição de mãos' é conhecida
pelos espíritas como 'passe' (embora a aplicação
para realização de curas seja minoritária),
utilizamos os dois termos na tradução de forma equivalente
por falta de outra palavra. Assim, onde estiver 'passe', lê-se
'passe de cura'. Termos como 'healer' e 'healee' também foram
adaptados para facilitar a compreensão.
Entrevista
EE 1 - Como o Sr. se interessou pelo assunto
de cura através das mãos?
WB - Fui atraído ao assunto de cura pelas mãos ao
ler sobre uma incrível pesquisa feita por Bernard Grad na
Universidade McGill entre 1950 e 1960. Trabalhando com o médium
de curas Oskar Estebany, Grad demonstrou a aceleração
significativa de crescimento de plantas e cicatrização
de feridas em ratos. Tais experimentos me fascinaram, já
que deslocavam tais curas do âmbito das piadas de consultório
para ambientes mais controlados. Essa pesquisa foi claramente minha
inspiração para continuar a pesquisa laboratorial
do assunto.
EE 2 - Como o Sr. chegou a conclusão de que esse
efeito nada tinha a ver com a fé ou postura religiosa da
parte do candidato a passista?
WB - Meus experimentos foram feitos com voluntários que não
acreditavam no efeito (incluindo eu mesmo) e que não tinham
nenhum conhecimento prévio sobre essas curas ou de que se
tratasse de um efeito real. Tais voluntários atuaram sobre
indivíduos que também não tinham qualquer crença.
Esses indivíduos eram, inclusive, ratos que tinham sido deliberadamente
infectados com câncer. Desta forma, as curas foram demonstradas
em situações onde nem o passista nem seus alvos tinham
qualquer crença.
EE 3 - Mas o Sr. não acha que a fé
pode melhorar o desejo ou a intenção e, assim, aumentar
o poder de cura por algum tipo de 'efeito de segunda ordem' ?
WB - Já presenciei centenas de casos clínicos de curas
por imposição de mãos feitos tanto por gente
experiente ou não, sobre pacientes crentes e não crentes.
Especulo que, 'se tudo o mais se mantiver igual', tais crenças
tem, na verdade, um efeito retardador na eficácia da cura.
Acho que a crença induz um tipo de tendência de 'se
forçar' , que é uma tentativa de se reforçar
a crença existente. Tal esforço traz em cena a mente
consciente e o ego que, suspeito eu, não conseguem aumentar
o poder de cura. Suspeito que o processo de cura por passes seja
semelhante ao processo de cura em circunstâncias mais comuns,
e, em tais casos, concentração ou qualquer coisa parecida
não é necessária ou mesmo desejável.
EE 4 - O Sr. acha que qualquer pessoa pode aprender a curar
através de passes?
WB - Essa é uma questão interessante. Escrevi um artigo
sobre ela em conjunto com um amigo biólogo, Don Murphy, que
saiu no jornal Explore em 2008. Nesse trabalho, salientamos que
ninguém tem dados históricos sobre a eficácia
de se ensinar os passes. Isto é, embora seja verdade que
virtualmente todos os passistas aprenderam sozinhos, não
há evidências de que o ensino de uma maneira particular
de se realizar o passe melhore o processo de cura. Muita gente ficou
enfurecida comigo por causa desse trabalho, que achei bem interessante.
Para mim fica claro que existe um monte de crenças (desnecessárias)
em torno do processo.
EE 5 - De acordo com sua experiência, qual o mecanismo
mais provável envolvido na cura pelas mãos?
WB - Não faço ideia desse mecanismo, essa é
a questão crucial! Acho que não se trata de um tipo
de 'energia', mas sim troca de informação no processo
de cura. Da mesma forma que temos uma quantidade enorme de troca
de informação no processos normais biologicos (p.
ex., na digestão, supressão de doenças etc),
acho que o paciente depleta-se dessa informação de
alguma forma durante a doença. No caso do câncer, por
exemplo, o sistema imunológico em mamíferos funciona
de forma contínua, mas, algumas vezes, o câncer predomina.
Acho que o processo de cura por passes pode fornecer essa informação
ao corpo que, então, atinge a cura por si próprio.
EE 6 - É possível conseguir o efeito de cura
sem impor as mãos?
WB - A cura não parece ser afetada pela distância.
Nos experimentos em micropulsações geomagnéticas
(com Margaret Moga), obtivemos o mesmo efeito tanto a duas polegadas
como a 2 mil milhas de distância. Da mesma forma, animais
podem ser curados a grandes distâncias. É um fato interessante
também que o poder de cura possa ser armazenado em alguns
materiais. Por exemplo, Bernard Grad descobriu que Estebany segurava
algodão que, depois, poderia ser usado para obter curas.
Trabalho presentemente em alguns experimentos relacionados a isso.

J. Benveniste (1935-2004)
EE 7 - Na resposta da questão anterior,
o Sr. disse que o 'poder de cura' pode ser armazenado em materiais.
Ele poderia ser armazenado na água? Pergunto isso por que,
nos experimentos de Jacques Benveniste, que tiveram como objetivo
demonstrar a eficácia de soluções homeopáticas,
descobriu-se que os resultados só poderiam ser replicados
na presença de certas pessoas. Talvez esse tipo de 'efeito
do experimentador' e a cura por meio das mãos tenham alguma
causa em comum que, ultimamente, pode ser relacionada à eficácia
dos preparados homeopáticos.
WB - Tenho bastante certeza que se pode armazenar essa capacidade
na água, embora isso represente um problema metodológico
difícil. Em um dos meus experimentos, ratos eram tratados
apenas com água desse tipo e foram curados. O problema metodológico
é, dada a existência de ressonância conectiva,
não sabemos se isso ocorreu por causa da água ou porque
os ratos pertenciam ao grupo de geral conectado. Em suma, suponho
que a água em si funciona.
Trabalhei com Jacques Benveniste em seu laboratório em Paris.
Foi bem interessante. Ele ficou bem chateado quando viu que os efeitos
que ele tinha descoberto somente ocorriam quando certas pessoas
estavam no laboratório. Disse a ele que isso era uma descoberta
incrível com implicações igualmente incríveis,
mas ele não se mostrou animado com isso. Acho que ele pensou
que o efeito que tinha descoberto era realmente independente do
observador.
Fonte: http://eradoespirito.blogspot.com/2011/05/entrevista-ii-12-william-bengston-e.html
2a. Parte da Entrevista com o Dr. W.
Bengston
EE 8 - O Sr. acha que o mesmo mecanismo
que explique o passe pode estar envolvido em outros tipos de cura
a distância (obtido com médiuns de cura como, por exemplo,
João de Abadiânia no Brasil)?
WB - Não tenho experiência em comparar técnicas
diferentes de cura. As que uso no meu trabalho são difíceis
de dominar e exigem compromisso da parte da pessoa sendo treinada.
Já ouvi falar de outros métodos que são aparentemente
mais fáceis de se praticar. É uma interessante questão
saber se diferentes métodos resultam em diferentes resultados.
EE 9 - Franz A. Mesmer (1734-1815) acreditava que um tipo
de fluido era trocado entre o passista e seu paciente através
do que ele chamou 'magnetismo animal'. O que o Sr. acha desta teoria?
WB - Não há, certamente, troca de um fluido no sentido
convencional do termo. E digo mais, não acho que a cura ocorra
por qualquer tipo de 'efeito de campo'. Em alguns de meus experimentos,
ratos foram curados de câncer, ratos usados como controle
foram curados e nada no meio foi afetado. Se as curas resultassem
da ação de algum campo, tais resultados não
fariam muito sentido.
EE 10 - No Brasil, muitos grupos espíritas usam passes
ou a imposição das mãos como prática
nascida nos tempos de Mesmer no alvorecer do século XIX.
O objetivo é promover o equilíbrio psicológico
aos que frequentam reunões espíritas. O Sr. acha que
tais práticas - por extensão - podem ter algum efeito
no humor dos indivíduos? Se sim, o Sr. acredita que não
se pode defender a idéia da sugestão envolvida no
efeito?
WB - Acredito fortemente que a imposição de mãos
não é apenas para se obter cura de doenças.
Já vi e ouvi muitos casos onde a prática pode trazer
benefícios psicológicos também. Certamente
há muita gente que aprendeu minhas técnicas de passes
e que reportam terem experimentado benefícios dessa natureza.
EE 11 - Não obstante todo o sucesso e experiência
no assunto, por que tanta gente (particularmente os acadêmicos)
não se convenceram ainda?
WB - Gente que ainda não está convencida, não
olhou ainda os dados. Nesse ponto, mesmo um cético como eu
mesmo, deve concluir que, se formos levar em conta os dados, a questão
sobre se ocorre cura ou não não é interessante.
A questão realmente importante é sobre o mecanismo,
sobre o que aumenta ou diminui a eficácia da cura, sobre
se o processo de cura pode ser ensinado, ou seja, questões
desse tipo. A questão sobre se você deve acreditar
nas curas faz tanto sentido para mim como a questão sobre
se você deve ou não acreditar na gravidade.
EE 12- Na sua opinião, o que se deve fazer para mudar
a tendência cética em relação à
cura por meio de passes?
WB - Para realmente mudar as coisas, precisamos de aplicações
práticas. Se, por exemplo, a capacidade de cura pode ser
armazenada e reproduzida sem a presença do passista, então,
talvez ela possa ter aplicações maiores. Se a imposição
de mãos estimula algo no corpo, tal como o sistema imune
e esse estímulo possa ser reproduzido sem o passista, teremos
aplicações bem interessantes. Estamos trabalhando
nisso agora.

The Energy Cure: Unraveling the Mystery of
Hands-on Healing.
(Título: Cura energética: desvendando os mistérios
da cura pelas mãos)
Editora: Sounds True.