"Existem duas maneiras de ser
enganado: uma é acreditar no que não é
verdade e a outra é recusar-se a acreditar naquilo
é."
Søren Kierkegaard
Introdução
A movimentação pública
em torno de eventos psíquicos, revelações
mediúnicas, proposições sobre vida após
a morte e reencarnação com base em noticiário
da mídia, faz surgir contingente de céticos que
se esforçam para tentar refutar (em inglês, 'to debunk')
não só a explicação transcendente
para essas ocorrências como as próprias ocorrências.
A maioria dos blogs e sites sobre ceticismo, pretende cobrir a
falsidade e expor o embuste, apresentando as mais variadas 'explicações'
para os fenômenos as quais eles denominam 'explicações
naturalistas' ou 'explicações plausíveis'
(lê-se, "aquelas em que nós acreditamos").
O nome 'naturalista' evoca um apelo à ciências naturais,
como se estas pudessem embasar a crítica à manifestações
dos Espíritos ou as inegáveis evidências de
reencarnação, além de outros fenômenos
insólitos.
Ao invés de discutir cada explicação e cada
tentativa de refutação, é conveniente expor
argumentos verdadeiramente plausíveis que fundamentam a
'crença cética'. Iremos aqui, em uma sequencia de
posts, estudar alguns fundamentos filosóficos do ceticismo
tanto para aquele que podemos considerar 'ceticismo genuíno'
como outro que poderíamos denominar, falso ceticismo ou
'pseudoceticismo'. A maior parte das críticas que recaem
sobre as ocorrências psíquicas tem como origem o
segundo tipo de ceticismo que é, a bem da verdade, bastante
dogmático em sua maneira de ver o mundo.
Através dessa análise poderemos compreender os argumento
verdadeiramente céticos ou não e suas reais disposições
e, com isso, economizar tempo. Em toda e qualquer argumentação,
subsistem fundamentos ou princípios de raciocínio
que constitutem um 'método' de apreensão da realidade
externa e de análise dessa realidade, dentro dos paradigmas
internos ou crenças de cada um.
O que é ceticismo? Será que a Ciência invalida
os fenômenos psíquicos? Será mesmo que não
existem provas para essas ocorrências? Sobre quais bases
se pode seguramente estabelecer a verdade sobre muitos eventos
considerados anômalos e colocados em dúvida pelo
pseudoceticismo? Essas são apenas algumas questões
que iremos analisar.
O objetivo destes posts é estudar o fenômeno do ceticismo
e apresentar argumentos, além do simples 'não acredito'
dos céticos dogmáticos, para compreender que há
mais coisas em comum entre os pseudocéticos e os crentes
mais cegos, do que se pode imaginar...