Introdução
Sempre estamos às voltas
com pessoas muito crédulas, que acham que os nomes que
constam dos títulos dos Evangelhos designam os seus autores.
Em razão disso acreditam, também, que os personagens
Mateus e João faziam parte daquele grupo de doze apóstolos
que conviveram com o Mestre de Nazaré, e que foram, portanto,
“testemunhas oculares dos eventos relatados”. Não
raras vezes, também ouvimos palestrantes espíritas
referindo-se aos dois autores como apóstolos de Jesus.
Percebemos que, mesmo que imbuídos de muita boa vontade,
falta a ambos o conhecimento do que a crítica moderna
pensa sobre as reais epígrafes dos Evangelhos.
Queremos, logo de início, ressaltar que não estamos
pretendo ser melhor do que ninguém e, muito menos, por
conta disso, condenar a quem quer que seja; nossa intenção
é a de, simplesmente, repassar o que descobrimos em nossas
pesquisas.
O que nos fez aflorar irresistível curiosidade de pesquisar
o assunto, foi o teor do seguinte passo:
Atos
4,13: “Ao verem a intrepidez de Pedro e João,
sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se;
[…].”