Paulo
da Silva Neto Sobrinho
> Inferno ou Purgatório?
É comum vermos as expressões: "a
Bíblia diz", "a Bíblia
fala", "porque está na Bíblia",
"a Bíblia emprega a palavra tal em tal sentido",
etc., como se ela fosse um ser vivo com capacidade de pensar
e até de se expressar. Não entendem alguns teólogos,
principalmente os dogmáticos, que na verdade foram os
autores bíblicos que pensaram e se expressaram,
e ao longo do tempo, foi ela, por força da afirmativa
de ser "a palavra de Deus", adquirindo essa
vida própria.
Se tivermos mente aberta, para analisar seu conteúdo,
veremos que existem várias passagens que não podem,
de forma alguma, ser atribuídas a Deus. Isso, por outro
lado, colocaria em cheque a questão de ser ela somente
a palavra de Deus. Ora, como ela fazia parte dos rituais religiosos,
era lida nos templos, e esses rituais assumem, em todos os tempos
e lugares, um caráter sagrado, assim, a Bíblia,
adquiriu também o caráter de Sagrada, passando
a ter, por isso, a denominação de Bíblia
Sagrada, como a conhecemos hoje.
Devemos, para extrair a verdade que ela contém, analisar
os fatores culturais e os de época que, de maneira irrefutável,
influenciaram os autores bíblicos. Sabemos que muitas
pessoas não admitem essas coisas, mas não podemos
compactuar com a ignorância, e deixar as coisas como estão.
Assim, para o próprio bem dela, devemos mostrar que determinadas
coisas foram mudando de sentido (ou significado) com o passar
dos tempos.
De uma maneira geral, para o ser humano, parece ser muito mais
fácil acreditar em algo, mesmo que ele não exista,
do que mudar o seu pensamento a respeito de alguma coisa em
que ele já acredita. Assim, com certeza, o que iremos
colocar não será ouvido por muitos. E talvez sejamos
execrados por outros, além de aqueles que irão
nos mandar "arder no mármore do inferno". Mas,
nada disso nos fará silenciar diante do que nossa consciência
nos diz para fazer, já que buscamos "a verdade que
liberta", não a que querem a todo custo nos impor.
Achamos isso uma afronta à nossa inteligência,
pois agem como se ninguém, a não serem eles, tivesse
capacidade de pensar.
Os cinco primeiros livros da
Bíblia formam o Pentateuco. O Pentateuco
é uma palavra grega que significa "cinco livros".
Antigamente foram atribuídos a Moisés. Hoje em
dia, não mais, porque entre eles se relata a morte de
Moisés. Compõe-se dos seguintes livros: Gênesis,
Êxodo, Números, Levítico e Deuteronômio.
A este é que os judeus chamavam "a Lei", já
que nele se encontravam os mandamentos e os estatutos de Deus.
O primeiro mandamento
Divino aos homens, com a sua conseqüente penalidade,
nós vamos encontrá-lo em Gn 2, 16-17:
"E Javé Deus ordenou
ao homem: ‘Você pode comer de todas as árvores
do jardim. Mas não pode comer da árvore do conhecimento
do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, com certeza
morrerá’".
Assim, a pena para a desobediência
ao mandamento seria a morte. Relaciona-se,
pois, a uma situação presente, e não para
o futuro.
Mas, estranhamente,
as penas impostas, é o que se supõe,
ao primeiro casal humano foram: a) mulher: parir com dor, paixão
que a arrastaria para o marido (graças a Deus), e que
seria dominada por ele; b) homem: ter que trabalhar até
o "suor do rosto", para tirar da terra os produtos
dos quais deveria alimentar-se, e voltar ao pó, ou seja,
morrer. Devemos observar que todos os castigos impostos estão
relacionados à sua vivência diária, nada
de vida após a morte.
Embora não tenha estabelecido
que seria uma desobediência matar alguém, Deus
exige explicação de Caim sobre a morte de seu
irmão Abel, e acaba por penalizá-lo. Dizendo a
Caim que o solo não lhe daria mais o seu produto, mesmo
que o cultivasse, e que seria errante e perdido pelo mundo.
Continua tudo relacionado com a vida presente.
O homem cumprindo o "crescei
e multiplicai-vos" foi povoando a Terra. E não
sabemos por que, a certa altura, Deus viu que a maldade do homem
crescia na Terra, e que todo o projeto do coração
do ser humano era sempre mau. Arrepende-se de tê-lo criado,
e resolve eliminá-lo da face da Terra. Assim, escolhe
entre os homens um justo, chamado Noé, e o orienta a
construir uma arca, pois iria salvá-lo e à sua
família da catástrofe que se iria iniciar com
o dilúvio. A maldade do homem trouxe-lhe o castigo da
morte.
Depois do dilúvio, Deus
diz a Noé um mandamento: "Não comer
os animais com o sangue", sem estabelecer a penalidade
para quem não o cumprisse.
Deus faz uma aliança
com Abraão: Se ele o considerasse o
seu Deus, lhe daria uma descendência numerosa, como as
"estrelas do céu". Estabelece a circuncisão,
como sinal dessa aliança perpétua. Diz ter escolhido
Abraão, para que ele instrua seus filhos, sua casa e
seus sucessores, a fim de que se mantivessem no caminho de Javé,
praticando a justiça e o direito.
Deus diz a Abraão que
o clamor contra Sodoma e Gomorra era muito
grande, e o pecado de seus habitantes era muito grave. Ora,
até o presente momento, Deus não havia definido
o que era pecado ou não, assim não poderia culpar
a ninguém de estar pecando, não é mesmo?
Para atender a esse clamor, resolve destruir as duas cidades,
salvando apenas Ló, sobrinho de Abraão.
Para isso "Javé fez chover do céu enxofre
e fogo sobre Sodoma e Gomorra, destruindo essas cidades e toda
a planície, e viu a fumaça subir da terra como
fumaça de uma fornalha".
Passa-se o tempo. Estamos agora
no Deserto de Sur, após a saída do povo hebreu
da escravidão no Egito. Apesar de ainda não ter
estabelecido nenhuma Lei para ser cumprida, Deus diz:
"Se você obedecer
a Javé seu Deus, praticando o que Ele aprova, ouvindo
seus mandamentos e observando todas as leis, eu não
mandarei sobre você nenhuma das enfermidades que mandei
sobre os egípcios".
A pena para a desobediência
seriam as enfermidades, ou seja, coisas, também, para
uma vida terrena.
Moisés exercia a função
de uma espécie de Juiz nas questões em que o povo
o procurava, para que resolvesse. Pela narrativa, era o único
que conhecia os estatutos e as Leis de Deus, muito embora, até
aquele momento, não ficamos sabendo como Deus as tinha
passado a ele. Somente após três meses no deserto,
diante do Monte Sinai, é que Deus aparece a Moisés,
e lhe entrega as tábuas com os Dez Mandamentos. Nessa
ocasião, Moisés, apresenta ao povo várias
outras normas de conduta, dizendo ser por ordem de Javé,
muitas das quais a morte era a pena a ser aplicada ao infrator,
contrariando a determinação de "não
matarás", contidas nas duas Tábuas
que acabara de receber, as quais ainda deveriam estar debaixo
de seus braços.
Entre essas normas, encontramos:
"quem trabalhar no dia de sábado será réu
de morte". A grande questão é saber se essa
pena realmente procede de Deus. Vejam que uma falta tão
insignificante não poderia, por bom senso, ter uma pena
tão grande como essa. Por isso, não a vemos como
Divina, mas como uma necessidade de época, ou seja, Moisés,
para implantar o culto a um Deus único, impôs essa
medida extrema para atingir seu objetivo. Fizeram o mesmo na
implantação do Cristianismo, quando, "a ferro
e fogo", o queriam impor a todos os seres humanos, através
das Cruzadas e da Inquisição, ambas de triste
memória, como atos de extrema barbárie, praticados
pela humanidade, só comparáveis com os da 2ª
Guerra Mundial.
Moisés sobe, pela segunda
vez, ao monte, e como estava demorando, o povo resolve fazer
um bezerro de ouro, e passa a adorá-lo como o deus de
Israel. Atitude que fez Deus inflamar-se em sua ira, ordenando
a Moisés:
"Cada um coloque
a espada na cintura. Passem e repassem o acampamento, de porta
a porta, matando até mesmo o seu irmão, companheiro
e parente".
Morrendo, naquele dia, três
mil homens. Talvez Deus tenha se esquecido do "não
matarás", e até aqui não se tinha
estabelecido nenhuma penalidade para quem não cumprissem
os Mandamentos.
Encontramos, sim, rituais que deveriam ser
feitos para expiação dos pecados. Estabeleceu-se
que se alguém transgredisse, sem querer, algum dos Mandamentos
de Javé, fazendo uma coisa proibida, deveria oferecer
animais, sem defeito, em sacrifício pelo pecado; se fosse
um sacerdote, deveria imolar, pela violação cometida,
um bezerro, animal grande; se fosse a comunidade, deveria ser
oferecido um bezerro, animal grande, se fosse um chefe, um bode;
se fosse um homem do povo, uma cabra, e estabeleceu-se, ainda
que: "O sacerdote fará, assim, o rito pelo pecado
desse homem, e este ficará perdoado". Depois,
são ditadas outras normas para casos especiais e sacrifícios
de reparação. Diz, ainda, quais são os
animais puros e impuros, da purificação depois
do parto, sobre as doenças de pele, a lei sobre o leproso,
a lei da purificação do leproso, impurezas sexuais.
Estabeleceu-se, ainda, o dia do grande perdão, no qual
deveria ser oferecido o bode do sacrifício pelo pecado
do povo, e cujo ritual consistia:
"Colocará as duas
mãos sobre a cabeça do bode e confessará
sobre ele todas as culpas, transgressões e pecados
dos filhos de Israel. Depois de colocar tudo sobre a cabeça
do bode, mandará o animal para o deserto. Assim, o
bode levará sobre si, para uma região deserta,
todas as culpas deles".
Completando:
"Esta será uma
lei perpétua para vocês: uma vez por ano será
feita a expiação por todos os pecados dos filhos
de Israel".
O que será que ocorreu
com esse mandamento, já que, apesar de ser uma lei perpétua,
não vemos ninguém o cumprindo? Observar que transferiram
a Jesus a função desse "bode", ou melhor,
"cordeiro expiatório".
Mais à frente é
dito:
"Não comam o sangue
de nenhuma espécie de ser vivo, pois o sangue é
a vida de todo ser vivo e quem o comer será exterminado".
Como ninguém cumpre esse
mandamento, não seria o caso de se obedecer a essa ordem
divina, exterminando todos os que o contrariam?
Estamos agora em Levítico,
capítulo 26, onde Deus fala das bênçãos
e maldições, como conseqüência do cumprimento
ou não dos seus Estatutos e suas normas, é o momento
em que se estabelecem as penalidades para a desobediência.
Vejamos, primeiramente, quais
seriam as bênçãos:
"Se vocês
seguirem meus estatutos, guardarem meus mandamentos e os colocarem
em prática, eu darei a vocês a chuva no tempo
certo. Então a terra dará seus produtos e a
árvore do campo seus frutos. A debulha se estenderá
até a colheita da uva, e esta chegará até
a semeadura. Vocês comerão até ficar saciados
e habitarão tranqüilos no país de vocês.
Eu farei reinar a paz no país e vocês dormirão
sem alarmes de guerra. Farei desaparecer do país as
feras, e a espada não passará pelo país.
Vocês perseguirão os inimigos, e eles cairão
diante de vocês ao fio da espada. Cinco de vocês
perseguirão cem, e cem de vocês perseguirão
dez mil, e os inimigos cairão diante de vocês
ao fio da espada. Eu me voltarei para vocês e os farei
crescer e se multiplicar, mantendo com vocês a minha
aliança. E vocês comerão colheitas armazenadas
e terão que jogar fora a colheita antiga, para poderem
guardar a nova. Colocarei a minha morada no meio de vocês
e nunca mais os rejeitarei. Eu caminharei com vocês.
Serei o Deus de vocês, e vocês serão o
meu povo".
O que podemos tirar dessas bênçãos
não é o céu que as religiões dizem
ser o destino dos que seguem fielmente a Deus. Todas essas recompensas
prometidas estão relacionadas a uma vida terrena, não
a uma vida futura no céu. Ou será que estamos
interpretando erradamente essa passagem? Quem sabe se pelas
maldições não poderíamos esclarecer
isso? E, se aí, nas entrelinhas, não estaria a
questão da existência de várias vidas?
Mas, vamos às maldições:
"Mas se vocês
não me obedecerem e não colocarem em prática
todos esses mandamentos, se vocês rejeitarem meus estatutos
e desprezarem minhas normas, não pondo em prática
meus mandamentos e rompendo minha aliança, então
eu os tratarei do seguinte modo: mandarei contra vocês
o terror, a fraqueza e a febre, que embaçam os olhos
e consomem a vida. Vocês espalharão as sementes
em vão, pois o inimigo de vocês é que
as comerá. Eu me voltarei contra vocês, e vocês
serão derrotados pelos inimigos. Seus adversários
os dominarão. E vocês fugirão sem que
ninguém os persiga. Apesar de tudo isso, se vocês
ainda não me obedecerem, eu lhes darei uma lição
sete vezes maior, por causa de seus pecados.
Quebrarei a teimosia orgulhosa de vocês, fazendo com
que o céu seja como ferro, e a terra de vocês
como bronze. Vocês consumirão inutilmente suas
energias, pois a terra não dará colheita, e
as árvores do campo não produzirão frutos.
Se vocês ainda se opuserem a mim e não me obedecerem,
eu os castigarei sete vezes mais, por causa
de seus pecados. Mandarei as feras do campo contra vocês.
Elas deixarão vocês sem filhos, reduzirão
seu gado e dizimarão vocês, a ponto de lhes deixar
desertos os caminhos. E, apesar desses castigos, se vocês
ainda não se corrigirem e continuarem a se opor a mim,
eu também continuarei a ficar contra vocês, e
os castigarei sete vezes mais, por causa
de seus pecados. Mandarei contra vocês a espada vingadora
da minha aliança. E quando vocês se refugiarem
em suas cidades, eu mandarei a peste, e vocês terão
de se entregar aos inimigos. Quando eu cortar de vocês
o sustento de pão, dez mulheres irão assar o
seu pão no mesmo forno, e darão a vocês
o pão racionado, e vocês comerão, mas
não ficarão saciados. E, apesar disso tudo,
se vocês ainda não me derem ouvidos e continuarem
a se opor a mim, eu ficarei furioso contra vocês, e
os castigarei sete vezes mais, por causa
de seus pecados. Vocês comerão a carne de seus
filhos e a carne de suas filhas. Eu destruirei seus lugares
altos, destroçarei seus altares de incenso, jogarei
seus cadáveres sobre os cadáveres de seus ídolos,
e rejeitarei vocês. Devastarei suas cidades, destruirei
seus santuários e não aspirarei o perfume do
incenso de vocês. Devastarei o país de vocês,
e os inimigos que o ocuparem ficarão horrorizados.
Quanto a vocês, eu os espalharei no meio das nações
e os perseguirei com a espada desembainhada. Seus campos ficarão
desertos e suas cidades em ruínas. Então a terra
desfrutará de seus próprios sábados,
durante todos os dias em que estiver desolada, enquanto vocês
estiverem na terra dos inimigos. Então a terra descansará
e desfrutará de seus próprios sábados.
E durante todos os dias em que estiver desolada, ela descansará
o descanso do sábado que vocês não lhe
deram enquanto nela habitavam. Quanto aos seus sobreviventes,
farei com que se acovardem na terra dos inimigos; ficarão
assustados com o barulho das folhas que voam, fugirão
como se fosse da espada, e cairão sem que ninguém
os persiga. Tropeçarão uns nos outros, como
se estivessem diante da espada, sem que ninguém os
persiga. Vocês não poderão resistir aos
inimigos, perecerão entre as nações,
e a terra dos inimigos devorará vocês. Aqueles
de vocês que sobreviverem apodrecerão no país
inimigo, por causa da sua própria culpa e da culpa
de seus pais. Confessarão a própria culta e
a culpa de seus pais, a culpa de terem sido infiéis
e de se oporem a mim. Eu também me oporei a eles e
os conduzirei ao país de seus inimigos, para ver se
eu dobro o coração incircunciso deles, e para
ver se eles fazem penitência de sua culpa. Então
eu me lembrarei da minha aliança com Jacó, da
aliança com Isaac, da aliança com Abraão,
e me lembrarei do país. No entanto, eles terão
que abandonar o país, e este poderá então
desfrutar de seus sábados, enquanto permanecer desolado
com a ausência deles. Farão penitência
pela culpa de terem rejeitado meus mandamentos e desprezado
minhas leis. Apesar de tudo, quanto eles estiverem no país
inimigo, eu não os rejeitarei, nem os desprezarei até
o ponto de exterminá-los e de romper minha aliança
com eles".
Mesmo em relação
às penalidades, os castigos são sempre relacionados
com a vida aqui na terra, ou seja, na vida presente.
Apesar das penas serem extremamente rigorosas, nada de inferno
para ninguém. E é até importante ressaltar
que, se Deus dá vários castigos cada vez maiores
(a expressão "sete vezes mais" foi utilizada
por quatro vezes), é porque espera a recuperação
do infrator, por mais tardia que seja. E, ao final, diz que
"não os rejeitarei, nem os desprezarei até
o ponto de exterminá-los", ou seja, mesmo que errem
muito, Deus ainda possui uma enorme comiseração
para com os infratores. Excluindo, portanto, qualquer idéia
de penas eternas. É o que podemos deduzir
de Ezequiel 33, 11:
"Não
sinto nenhum prazer com a morte do injusto. O que eu quero
é que ele mude de comportamento e viva".
Seguindo, vamos parar em Deuteronômio,
capítulo 25, onde encontramos algo novo, pois
até aqui nada merece destaque, e algumas narrativas são
repetições de outras que constam dos livros anteriores.
Vejamos a passagem:
"Quando houver demanda
entre dois homens e forem à justiça, eles serão
julgados, absolvendo-se o inocente e condenando-se o culpado.
Se o culpado merecer açoites, o juiz o fará
deitar-se no chão e mandará açoitá-lo
em sua presença, com número de açoites
proporcional à culpa. Podem açoitá-lo
até quarenta vezes, não mais; isso para não
acontecer que a ferida se torne grave, caso seja açoitado
mais vezes, e seu irmão fique marcado diante de vocês".
Merecem comentários:
-
"absolvendo-se
o inocente": isto significa que não se deve
condenar um inocente.
-
"condenando-se
o culpado": por questão de justiça o
culpado deverá ser condenado.
-
"se o culpado
merecer açoites": sinal que pode haver situação
especial em que o culpado não mereça receber
um castigo, uma repreensão poderia, talvez, ser mais
útil.
-
"o juiz...
mandará açoitá-lo em sua presença":
a presença pessoal do Juiz indica a necessidade de
se ter certeza do cumprimento da pena, se o culpado a merecer.
-
"com número
de açoites proporcional à culpa": sendo
o castigo proporcional à culpa, significa que não
poderá haver pena igual para todos os tipos de infração
à lei.
-
"podem açoitá-lo
até quarenta vezes, não mais": significa,
incontestavelmente, que tudo tem um limite, que a pena não
poderá ser eterna.
Íamos passando, mas
em Deuteronômio 24, 16, existe algo que, também,
merece ser comentado. Diz lá:
"Os pais não
serão mortos pela culpa dos filhos, nem os filhos pela
culpa dos pais. Cada um será executado por causa do
seu próprio crime".
Isso acaba, de uma vez por todas,
com essa absurda idéia de que ainda estamos pagando pelo
pecado de Adão e Eva, já que o castigo está
indo além do culpado, e que, de certa forma, está
se perpetuando a pena imposta ao "primeiro casal",
uma vez que todas as pessoas, que vierem depois deles, continuarão
indefinidamente pagando pela desobediência deles.
Vejamos agora alguma coisa sobre
o profeta Isaías, já que o usam
para justificar o inferno eterno.
Na visão que Isaías
teve a respeito de Judá e Jerusalém, encontramos
o seguinte:
"Lavem-se, purifiquem-se,
tirem da minha vista as maldades que vocês praticam.
Parem de fazer o mal, aprendam a fazer o bem: busquem o direito,
socorram o oprimido, façam justiça ao órfão,
defendam a causa da viúva. Então venham e discutiremos
– diz Javé. Ainda que seus pecados sejam vermelhos
como púrpura, ficarão brancos como a neve; ainda
que sejam vermelhos como escarlate, ficarão como a
lã. Se vocês estiverem dispostos a obedecer,
comerão os frutos da terra; mas, se vocês recusam
e se revoltam, serão devorados pela espada. Assim fala
a boca de Javé".
Para estar de bem com Deus,
é necessária a prática do amor ao próximo,
atendendo-o em todas as suas necessidades. Como recompensa,
Deus promete uma vida terrena boa, se não, a morte, que
aqui nada mais é que estar sem Deus. Outro ponto importante
é que Deus sempre usará de misericórdia
para os nossos erros, já que Ele é um Deus de
amor.
Mais à frente, lemos:
"Se absolvermos o
malvado, ele nunca aprende a justiça; sobre a terra
ele distorce as coisas direitas e não vê a grandeza
de Javé".
A idéia central da passagem
vai de encontro ao simples perdão, como pensam alguns,
já que se diz ser necessário "castigar"
o culpado, para que ele, efetivamente, possa aprender a justiça.
Queremos lhes mostrar como é
grande a dificuldade com a qual sempre nos deparamos, quando
estudamos a Bíblia. Cada tradutor coloca o termo que
lhe convém, isso, muitas vezes, quando não muda
o sentido do texto, fazendo com que o leitor, menos avisado,
o interprete fora do significado original, levando-o, portanto,
a uma conclusão errada.
Verifiquemos a passagem de Isaías
38, 10, como exemplo, que é um caso típico
disso:
1 – Bíblia
Anotada: "Eu disse: Em pleno vigor de meus dias
hei de entrar nas portas do além; roubado estou do resto
dos meus anos".
Nota no rodapé: sepultura.
Lit., Sheol, aqui equivalente à morte, i.e., na morte
o indivíduo fica separado dos vivos que podem louvar
a Deus.
2 – Bíblia
Ave Maria: "Eu dizia: ‘É necessário,
pois, que eu me vá, no apogeu da minha vida. Serei encerrado
por detrás das portas da habitação dos
mortos, durante os anos que me restariam viver".
3 – Bíblia
Barsa: "Eu disse: Na metade de meus dias irei
para as portas do inferno. Busquei o resto de meus anos".
Nota no rodapé: Inferno:
propriamente, Sheol, a residência dos mortos.
4 – Bíblia
Pastoral: "Eu dizia: ‘Bem no meio da minha
vida, eu me vou; pelo resto dos meus anos, ficarei postado à
porta da mansão dos mortos".
5 – Bíblia
Vozes: "Eu disse: No melhor de meus dias devo
partir. Sou trazido às portas do xeol pelo resto de meus
anos".
6 – Bíblia
Shammah (em Bytes): "Eu disse: No cessar de meus
dias ir-me-ei às portas da sepultura; já estou
privado do restante dos meus anos".
Observar as expressões:
"do além", "habitação dos
mortos", "inferno", "mansão dos mortos",
"xeol" e "sepultura", todas são repetidas
em Eclesiastes 9, 10, pelo contexto, de ambas
as passagens, deveriam ter o mesmo significado. Entretanto,
não é o que vemos sendo usado, principalmente,
para a palavra "inferno", que adquiriu
status de um lugar somente para os maus. Inclusive, notamos
que a Bíblia protestante é que mais usa essa palavra.
O que podemos confirmar pelas
informações contidas nelas, nas explicações
e em notas no rodapé:
"Habitação
dos mortos: expressão freqüente que traduz o vocábulo
hebraico Cheol. Os antigos hebreus não tinham, da vida
futura, uma idéia tão clara como nós.
Para eles, a alma separada do corpo permanecia num lugar obscuro,
de tristeza e esquecimento, em que o destino dos bons era
confundido com o dos maus. Donde a necessidade de uma retribuição
terrestre para os atos humanos".
"Os hebreus concebiam o cheol como imensa caverna
subterrânea, tenebrosa, aonde acreditavam fossem as
almas para passar uma vida amorfa, sem consolação,
esquecidas de todos e esquecidas elas mesmas".
"Para o autor (Eclesiastes), como para os seus contemporâneos,
todos os homens vão, depois da morte, para um único
lugar, o cheol, ou a região dos mortos. A existência
nesse lugar é descrita como uma existência sem
consolações, nas trevas, sem felicidade alguma,
onde nenhuma relação mais se tem com o que acontece
na terra".
Ressaltamos, para melhor localizar
a época desse pensamento, que o livro Eclesiastes foi
escrito entre os anos 190 a 180 a.C. Ele relata as condições
sociais do período dos Ptolomeus (323-145 a.C).
Seguindo:
"Ao sair, eles verão
os cadáveres daqueles que se revoltaram contra mim,
porque o verme que os corrói não morre jamais
e o fogo que os consome jamais se apaga". A mão
de Javé se manifestará para os seus servos,
mas se indignará contra seus inimigos. Porque Javé
vem com fogo, e seus carros parecem furacão, para desabafar
sua ira com ardor e sua ameaça com chamas de fogo.
É com fogo que Javé fará justiça
sobre toda a terra, e com sua espada ameaça o mundo
todo: são muitas as vítimas que ele faz".
É dessa passagem que
as correntes religiosas buscam sustentar o "inferno eterno",
entretanto, se bem observamos, é apenas uma figura de
linguagem, sendo, portanto, um simbolismo,
não uma coisa objetiva.
Na realidade "este
inferno foi localizado no vale de Hinon, a Geena, lugar maldito,
profanado outrora pelo culto de Moloc, deus dos mortos, tornado
em seguida desaguadouro e ossuário, onde eram jogados,
sem sepultura, os corpos dos apóstatas".
E, "Geena. (do hebr.
Gê-hinnon, vila de Hinnon). Conhecido também por
‘Vale de Josafá’ está situado ao sul
de Jerusalém e era considerado lugar maldito por causa
dos sacrifícios de crianças que ali fizeram ao
ídolo Moloc (ou Tofet) ao qual chegaram a construir um
templo. O santo rei Josias, na restauração que
fez de Israel destruiu o templo e transformou o lugar em depósito
de lixo. Por óbvios motivos de higiene, aí mantinham
os judeus um fogo permanentemente aceso. Com o tempo, passou
naturalmente esta palavra a ser empregada como sinônimo
de maldição e Jesus usou-a para designar o Inferno".
Busquemos a passagem de Marcos
9, 43:
"Se tua mão
for para ti ocasião de perda, corta. Melhor te será
entrares na vida aleijado do que com duas mãos ires
para o inferno, o fogo que não se apaga".
Várias traduções,
ao invés de inferno colocam geena. Só que o significado
de geena não é o inferno que os teólogos
dizem. Podemos confirmar isso na explicação dada
nesta passagem de Marcos constante da Bíblia
Vozes:
"Para o "inferno",
literalmente, para a "geena", isto é, o vale
a ocidente de Jerusalém, lixeira da cidade, onde um
fogo permanente queimava os detritos, e vermes fervilhavam
na podridão".
Sendo, portanto, de sentido
completamente diferente do que querem dar.
E, quanto à questão
do significado de fogo, devemos entender:
"O fogo que fulmina
a imaginação dos israelitas é fogo do
trovão, admirado por sua dupla eficácia: o raio
destruidor e a tempestade, fonte de chuva benfeitora. Considerado
pelos semitas como o símbolo de sua divindade, o fogo
se torna sinal de Javé, cenário necessário
de suas manifestações, símbolo de sua
presença".
O fogo é considerado
um elemento purificador, como bem podemos ver na passagem Ezequiel
24, 9-13:
"Por isso, assim
diz o Senhor Javé: Ai da cidade sanguinária!
Eu também vou fazer uma grande fogueira. ...Coloque
a panela vazia em cima das brasas, para que esquente até
o ferro ficar vermelho, para que a sujeira se derreta e a
ferrugem desapareça. Por mais que alguém se
esforce, nem com o fogo a ferrugem se descola. A devassidão
é a sua sujeira; eu quis purificar você, mas
você não se deixou purificar. Por isso, você
não será purificada de sua sujeira enquanto
eu não derramar sobre você a minha ira".
Vejamos a palavra Eternidade.
"Em parte alguma da Bíblia se encontra a idéia
de uma eternidade que seria imobilidade perfeita, ‘fora
do tempo’. Mas a palavra hebraica olam para o AT e sua
tradução grega aiôn para os LXX e o NT designam
um período completo, determinado, apesar da incerteza
de sua duração. Porque a palavra hebraica olam
visa o que está oculto, secreto, cujo começo e
fim são ignorados: o que é indefinido ou indeterminável.
... O "fogo" é chamado "eterno" porque
é misterioso e faz parte da "duração
que vem".
Assim, a expressão "fogo
eterno" poderia, dentro da perspectiva de que
a "misericórdia triunfa sobre o juízo"
(Tg 2, 13), ser entendida como
um período de purificação, do qual não
se sabe o fim, nada mais que isso. Podemos comprovar usando
a passagem Salmos 103, 8-9: "O
Senhor é misericordioso e compassivo; longânimo
e assaz benigno. Não repreende perpetuamente, nem conserva
para sempre a sua ira".
Chegamos a uma interessante
conclusão: que apesar da palavra inferno constar
da Bíblia, não o podemos aceitar a não
ser no sentido de "um longo tempo de purificação",
o que se confunde com o conceito de purgatório,
que somos forçados a aceitar, mesmo não constando
da Bíblia, já que alguém poderia alegar
isso.
Kardec, analisando essa
questão, diz:
"O princípio do
purgatório está, pois, fundado na eqüidade,
porque, comparado à justiça humana, é
a detenção temporária ao lado da condenação
à perpetuidade. O que se pensar de um país que
não tivesse senão a pena de morte para os crimes
e os mais simples delitos? Sem o purgatório, não
há para as almas senão duas alternativas extremas:
a felicidade absoluta ou o suplício eterno. Nessa hipótese,
em que se tornam as almas culpadas somente por faltas leves?
Ou elas participam da felicidade dos eleitos sem serem perfeitas,
ou sofrem o castigo dos maiores criminosos sem terem feito
muito mal, o que não seria nem justo nem racional".
(...)
"O purgatório não é, pois, uma idéia
vaga e incerta; é uma realidade material que vemos,
tocamos e experimentamos; está nos mundos de expiação,
e a Terra é um desses mundos; os homens nela expiam
seu passado e seu presente em proveito de seu futuro. Mas,
contrariamente à idéia que deles se faz, depende
de cada um abreviar ou prolongar a sua estada, segundo o grau
de adiantamento e de depuração, que tenha alcançado
pelo seu trabalho sobre si mesmo, deles se sai, não
porque se terminou seu tempo ou por méritos de outrem,
mas pelo fato de seu próprio mérito, segundo
estas palavras de Cristo: ‘A cada um segundo as suas
obras’, palavras que resumem toda a justiça de
Deus".
Devemos ressaltar a idéia
de Orígenes, escritor e teólogo cristão
do século III, que ensinava que a finalidade desse castigo
era purgatorial e proporcional à culpa dos indivíduos.
Com o tempo, o efeito purificador chegaria a todos (cfe. Enciclopédia
Encarta).
Achamos que a mudança
de sentido se deve, principalmente, à influência
cultural dos povos que dominaram os hebreus. Vejam o que lemos
no livro "A História da Bíblia":
"Durante a longa residência
na Pérsia, os judeus travaram conhecimento com um novo
sistema religioso. Os persas seguiam um grande mestre de nome
Zaratustra, ou Zoroastro".
"Zaratustra considerava
a vida como uma eterna luta entre o Bem e o Mal. O deus do
Bem, Ormuzd, estava sempre em guerra com o deus do Mal e da
ignorância – Ariman. Ora, isto era uma idéia
nova para maior parte dos judeus".
"Até então
haviam eles reconhecido a um senhor único, ao qual
deram o nome de Jeová. Quando as coisas corriam mal,
quando eles eram derrotados nas batalhas ou assolados por
moléstias, invariavelmente atribuíam o desastre
à falta de devoção do povo. A idéia
de que o pecado proviesse da interferência dum espírito
do mal, nunca lhes ocorrera. A própria serpente no
Paraíso parecia-lhes menos culpada que Adão
e Eva, os quais conscientemente haviam desobedecido à
vontade divina".
"Sob a influência
das doutrinas de Zaratustra, os judeus começaram a
crer na existência dum espírito que procurava
desfazer a obra de Jeová. E a esse adversário
deram o nome de Satã".
"Passaram a odiá-lo
e temê-lo, e no ano 331 convenceram-se de que Satã
andava pela terra".
Podemos completar com as informações
da Enciclopédia Encarta a respeito do Zoroastrismo:
"Religião fundada
na antiga Pérsia por Zoroastro. Os zoroástricos,
chamados parsis, são numerosos na Índia. A pregação
de sua doutrina se conserva nos Gathas métricos (salmos),
que formam parte da escritura sagrada do Avesta".
"Os dogmas dos Gathas
consistem em um culto monoteísta de Ahura Mazda (o
"Senhor da sabedoria") e em um dualismo ético
que contrapõe a Verdade (Asha) e a Mentira (Druj).
Tudo o que é bom se apóia nas emanações
de Ahura Mazda: Spenta Maineu (o Espírito benfeitor);
todo o mal é causado por seu irmão gêmeo,
Angra Maineu (o Espírito diabólico). Após
a morte, a alma de cada pessoa será julgada na "Ponte
da discriminação", quem seguiu a Verdade
chegará ao paraíso; os partidários da
Mentira cairão no inferno".
Isso tem muito a ver com o nosso
tema, pois acabamos de destronar o "pai da mentira",
que tanto horror causa aos adeptos das religiões dogmáticas,
pois dizem que ele irá arrastá-los para o fogo
do inferno.
Concluindo nosso estudo vamos refletir:
"Se vocês, que são
maus, sabem dar coisas boas a seus filhos, quanto mais o Pai
de vocês que está no céu dará coisas
boas aos que lhe pedirem" e com absoluta certeza o inferno
eterno é coisa má.
E além do mais, se "o
Pai que está no céu não quer que nenhum
desses pequeninos se perca", isso indica que irá
acontecer, pois tudo o que Deus quer, de fato acontece, com
absoluta certeza.
Acaba aqui o que muitas vezes
é utilizado como instrumento de pressão para exigir
o dízimo de pobres coitados, que com medo de irem para
o inferno eterno pagam a qualquer preço seu lugarzinho
no céu.
Jesus ao dizer: "daí
não sairá, enquanto não pagar até
o último centavo" (Mateus
5, 26) e "O patrão indignou-se, e mandou
entregar esse empregado aos torturadores, até que pagasse
toda a sua dívida" (Mateus
18, 34) deixa claro que até pagar a dívida
ou o último centavo seria o tempo em que o devedor ficaria
preso ou entregue aos torturadores, não mais que isso,
abolindo, portanto, a idéia do inferno eterno.
As religiões dogmáticas,
ao invés de desenvolverem em seus adeptos a idéia
de um Deus de amor, para que cada um passe
a verdadeiramente amá-Lo, e assim deixem de praticar
o mal por amor, confundem-nos com ameaças do inferno,
num sentido incompatível com o amor de Deus para conosco,
deixando seus fiéis em dúvidas sobre o que mesmo
seguir. Usam de uma psicologia negativa, querendo que Deus seja
TEMIDO, isso é puro TERRORISMO RELIGIOSO.
Abril/2002
Bibliografia:
Bíblia Anotada = The Ryrie Study Bible/Texto
bíblico: Versão Almeida, Revista e Atualizada, com introdução,
esboço, referências laterais e notas por Charles Caldwell
Ryrie; Tradução de Carlos Oswaldo Cardoso Pinto, São
Paulo: Mundo Cristão -, 1994;
Bíblia Sagrada, Editora Ave Maria, São
Paulo, 1989, 68ª. Edição;
Bíblia Sagrada, Edição Pastoral,
Sociedade Bíblia Católica Internacional e Paulus, 14ª.
impressão, 1995;
Bíblia Sagrada, Edições Paulinas,
São Paulo, 37ª. Edição, 1980;
Bíblia Sagrada, Editora Vozes, Petrópolis,
1989, 8ª. Edição;
Novo Testamento, LEB – Edições
Loyola, São Paulo, SP, 1984;
Dicionário Bíblico Universal, L. Monloubou
e F.M. Du Buit – Petrópolis, RJ, Vozes, Aparecida, SP:
Editora Santuário, 1997;
A História da Bíblia, Hendrik Willen
Val Loon, tradução de Monteiro Lobato, São Paulo,
Ed. Cultrix, 1981;
Enciclopédia Encarta (Eletrônica).
Fonte: http://www.apologiaespirita.org/index.htm
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