Zila van der
Meer Sanchez
- Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp). Pesquisadora do Centro Brasileiro de Informações
sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid).
Solange Aparecida Nappo
- Professora adjunta da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Pesquisadora do Centro Brasileiro de Informações sobre
Drogas Psicotrópicas (Cebrid).
Centro Brasileiro
de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. Departamento
de Psicobiologia. Universidade Federal de São Paulo. São
Paulo, SP, Brasil
Rev. Saúde Pública vol.42 no.2 São Paulo Apr.
2008
->
clique aqui para acessar o artigo completo em pdf
Resumo
OBJETIVO:
Analisar intervenções religiosas emergentes para recuperação
da dependência de drogas.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Estudo qualitativo exploratório realizado em São Paulo,
SP, em 2004 e 2005. Foram conduzidas 85 entrevistas em profundidade
com ex-usuários de drogas que haviam utilizado recursos religiosos
não-médicos para tratar a dependência de drogas
e estavam abstinentes há pelo menos seis meses. Os grupos religiosos
analisados foram católicos, evangélicos e espíritas.
As entrevistas continham questões sobre dados sociodemográficos,
religiosidade do entrevistado, história do consumo de drogas,
tratamentos médicos para dependência de drogas, tratamento
religioso e prevenção ao consumo de drogas pela religião.
ANÁLISE DOS RESULTADOS:
Houve diferenças no suporte ao dependente de drogas em cada grupo.
Os evangélicos foram os que mais utilizaram a religião
como forma exclusiva de tratamento, apresentando repulsa ao papel do
médico e a qualquer tipo de tratamento farmacológico.
Os espíritas foram os que buscaram mais apoio terapêutico
à dependência de álcool, simultaneamente ao tratamento
convencional, justificado pelo maior poder aquisitivo. Os católicos
utilizaram mais a terapêutica religiosa exclusiva, mas relataram
menos repulsa a um possível tratamento médico. A importância
dada à oração como método ansiolítico
era comum entre os três tratamentos. A confissão e o perdão
– por meio da conversão (fé) ou das penitências,
respectivamente para evangélicos e católicos – exercem
apelo à reestruturação da vida e aumento da auto-estima.
CONCLUSÕES:
Segundo os entrevistados, o que os manteve na abstinência do consumo
de drogas foi mais do que a fé religiosa. Contribuíram
para isso o suporte, a pressão positiva e o acolhimento recebido
no grupo, e a oferta de reestruturação da vida com o apoio
incondicional dos líderes religiosos.
>
clique aqui para acessar o artigo completo em pdf
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v42n2/6163.pdf