A família atual sofre ataques profundos
em sua estrutura, apressando as mudanças, no conjunto das
mutações que revoluciona o comportamento social, abalando
velhas estruturas e tradições.
Como conceituar a família
atual, comparativamente à tradição? Como executar
as funções de pai e mãe num momento tão
inseguro como atualmente? Como encaminhar os filhos ou ensiná-los
ao autogoverno, em meio a tantas variáveis e da imaturidade
natural?
Teria o Espiritismo contribuição
objetiva para encaminhar a questão familiar de maneira a
ajudar os pais e a família a encontrar um caminho de realização?
Pretendo analisar as questões
relativas ao núcleo familiar, na procura de indicações
que formulem uma filosofia espírita da família, contribuindo
para a dar ao núcleo doméstico a eficiência
afetiva que é fundamental para o bom encaminhamento dos Espíritos
que reencarnam.
EM BUSCA
DE UM NOVO MODELO
Após 1945, a estrutura moral e de valores
da sociedade foi definitivamente balada. Após os horrores
da II Guerra Mundial do século 20, o modelo que vinha sendo
corroído mais aceleradamente com a queda da moral vitoriana
do século 19 e pelos efeitos da I Guerra Mundial de 1914-1918,
mostrou-se inadequado, falso e hipócrita.
Desde então buscam-se novas formas de relacionamento,
sem encontrar um novo rumo. O que se vê é um não-modelo
ou um modelo a procura de um sentido, moral e social, com fundas
repercussões na instituição da família.
A família nuclear de hoje, na cultura ocidental
e cristã, com seu reduzido numero de participantes, é
o retrato atual de um longo e diversificado processo de depuração
da instituição familiar.
O modelo de relação familiar que herdamos
decorre da implantação do cristianismo no mundo ocidental.
Analisando a conceituação básica do pensamento
cristão, sob a ótica espírita, devido a visão
de homem e de mundo adotada, podemos dizer que o cristianismo jamais
entendeu a criatura humana, sua estrutura espiritual, medos e ansiedades.
Centralizado na obsessão de salvar a humanidade, criou um
sistema moralista baseado na negação do ser e na repressão
sexual.
A figura paterna passa por revisão avassaladora
tanto pelos filhos, como pelo próprios pais. A mãe
já não quer ser a rainha do lar, mas deseja participar
social e profissionalmente e assumir a condição de
mulher desejante, enfim, uma pessoa com direito à busca de
si mesma, sem a tutela paterna ou do marido.
Balançam as opções. Persistir
no não-modelo , isto é, abandonar e desprezar todo
o acervo histórico e moral existente e deixar as coisas correrem
ao sabor das casualidades ou manter o modelo a procura de um sentido,
resgatando parte do passado e buscando novas orientações,
que é o que permanece no limbo das transições
em curso.
É verdade que não há como abandonar
os fundamentos morais mais substanciais da doutrina cristã.
O que incomoda e torna frágil a estrutura familiar é
a falta de uma base conceitual límpida, sem coerção
e pré-conceitos que se mostram antinaturais.
MUTAÇÕES
Analisarei alguns itens que transfornaram
o velho modelo familiar.
A - Liberação Sexual da Mulher
Nada mais justo que a mulher tivesse
conquistado o direito a sua sexualidade. Seria absurdo persistir
no parâmetros que a Igreja cristã estabeleceu para
a mulher, seja sexual, humana ou socialmente.
As mulheres têm agora a liberdade
de usar sua sexualidade conforme sua consciência. No uso do
livre arbítrio, essa liberação será
legítima conforme for utilizada de maneira equilibrada e
responsável, de maneira a manter a dignidade da pessoa.
É inegável que essa
liberação abalou profundamente os alicerces da antiga
família . Não apenas por essa elevação
social e humana da mulher, mas por todas as transformações
que daí decorreram e decorrem para as instituições
do casamento, da divisão do trabalho no lar e pela eliminação
do poder legal e institucional do homem na estrutura da família.
Ou seja o rompimento da base sobre a qual a Igreja edificou o instituto
da família.
B - Questionamento do Casamento
A indissolubilidade do casamento,
pregada secularmente pela Igreja é um contrassenso, felizmente
erradicada pela maioria dos países cristãos. As pessoas
até nominalmente cristãs, sem dar importância
à posição das igrejas em geral, casam e descasam.
O Espiritismo sempre foi favorável
ao divórcio. Kardec disse-o claramente.
Muitas vezes os casamentos são
desfeitos pelo voluntarianismo, pelo egoísmo e pela impaciência
na adaptação. Outras, entretanto, são decorrentes
de situações dramáticas, de sofrimentos e comportamentos
que atingem a dignidade. Nesses casos, não há porque
mantê-los. Eis o que diz O Livro dos Espíritos:
940 . A falta de simpatia entre
os seres destinados a viver juntos não é igualmente
uma fonte de sofrimento, tanto mais amarga quanto envenena toda
a existência?
- Muito amarga, de fato: mas é
uma dessas infelicidades de que, na maioria das vezes, sois a primeira
causa. Em primeiro lugar as vossas leis estão erradas, pois
acreditais que Deus vos obriga a viver com aqueles que vos desagradam?
A própria instituição
do casamento formal, legal, é questionada por muitos. Todavia,
o anseio de construir uma família e a procura de uma convivência
duradoura, dominam o cenário. Novas formas no relacionamento
entre os cônjuges decorrerão do nivelamento mental,
moral e até profissional dos parceiros. A antiga família
contemplava a supremacia do homem, o “cabeça da família”,
o que saía para prover os recursos e a submissão da
mulher que devia ficar na casa para os serviços domésticos.
O novo panorama exige a mudança desse modelo, com funções
compartilhadas pelo casal. O casamento do futuro será baseado
no afeto e no amor.
C - Sexualidade Sem Compromisso
Em virtude da liberação
sexual da mulher, a sexualidade teve novos contornos na sociedade
atual. Muitas máscaras caíram, muita hipocrisia desfez-se
e também muito exagero e mesmo libertinagem se instalou.
O alastramento da Aids é uma consequência dessa desestruturação
moral. “Transar” já é normal. A virgindade
feminina não é considerada fundamental. Entretanto,
as famílias bem estruturadas deverão criar um clima
de confiança e equilíbrio, de compreensão dos
fatores sexuais, de modo a induzir os filhos a iniciar-se na sexualidade
de maneira consciente, no seu tempo adequado, com apoio e acompanhamento
dos pais.
D - Limitação dos Filhos
Na onda de transformações,
as famílias encolheram. Dificuldades naturais e outros fatores
levaram os casais na sociedade cristã a pensarem numa família
nuclear reduzida. O problema da limitação dos filhos
repercute na produção de remédios e métodos
anticonceptivos. Alguns notadamente insensíveis e perniciosos,
como a utilização do aborto como método anticoncepcional,
o que não se pode aceitar. Parece-me, dentro da lei do livre
arbítrio, que a decisão de limitar o número
de filhos pertence ao casal. O planejamento, entretanto, não
será legitimado se for baseado no egoísmo ou na futilidade.
A paternidade realça o valor
do homem para si mesmo, tanto quanto a maternidade eleva a mulher
no seu próprio conceito. São estados de consciência
que gratificam o Espírito, preparando-o para movimentar energias
e possibilidades. (Amor, Casamento & Família, Jaci Regis,
pág. 69).
REESTRUTURAÇÃO MENTAL
A introdução de um
modelo renovador deve começar pela mudança da estrutura
mental da pessoa e, posteriormente, pela reestrutura mental da sociedade.
Sabemos que a sociedade cria sua própria moral que atua de
forma condicionadora sobre o indivíduo. Logo a organização
familiar estabelecida pela Igreja, séculos após séculos
de indução, criou modelos mentais fixos, a custos
reorganizados na mente.
Quando Allan Kardec queixava-se
da inexistência de um vocabulário específico
para as idéias espíritas, sabia que uma palavra de
significado consagrado em tradição secular correspondia
a fixações mentais condicionadas.
Assim, a palavra família,
por exemplo, embora designe uma estrutura bem conhecida, essencialmente,
tem entendimento diferente e contraditório quanto a sua real
significação.
No sentido de criação
de uma mentalidade mais aberta, devemos considerar que tanto a concepção
espiritualista univivencial, como também a materialista,
entendem que a família é uma reunião fortuita
e circunstancial de pessoas corporais dotadas, para os espiritualistas,
de uma alma, criada no momento da concepção e para
os materialistas apenas como um organismo vivo.
A concepção espírita
é totalmente diferente, uma vez que concebe a vida corpórea
como um segmento da vida espiritual dinâmica e imortal. Isto
é, que a sociedade humana atual é composta de Espíritos
reencarnados, ou seja, seres inteligentes perfeitamente definidos
e delineados, dentro da lei da evolução, da qual a
reencarnação é instrumento.
Dessa forma, postula que a família,
antes de tudo, é um encontro de Espíritos. A família,
na visão kardecista, é uma reunião de Espíritos
afinizados em níveis de moralidade e evolução.
Na visão cristã e
materialista, os filhos, por exemplo, não escolhem a família.
São gerados aleatoriamente pelos pais e têm que sofrer
suas influências, sem poder dela se esquivar, imposta que
foi, pelo azar ou pelo destino, a convivência com eles.
Na compreensão kardecista,
dentro de uma possível programação pré-reencarnatória,
muitos filhos escolheram as famílias em que se encarnam,
dentro da relação afetiva e sintônica que estabelece
as ligações emotivas das pessoas.
Na visão cristã e
materialista, a criança é um ser inocente criada na
gestação, entregue aos azares do destino, cujo futuro
dependerá de situações aleatórias, que
da qual ao crescer se exigirá caráter ilibado, bom.
No caso materialista desembocando na finitude da existência
e no cristão, para garantir, depois da morte, um lugar no
céu ou condenação. ao inferno.
Na visão kardecista a criança
é, essencialmente, um Espírito com acervo evolutivo
específico, que se submete a um processo de aprimoramento,
na encarnação, da qual sairá mais experiente,
em trânsito para a continuidade de seu projeto evolutivo,
que recebemos como companheiro de jornada evolutiva.
NOVO MODELO
Primeiro é necessário
definir como o Espiritismo analisa a vida corpórea.
Aí a compreensão espírita
permeia uma posição de extremo equilíbrio.
Embora enfatizando a natureza imortal do ser, apoiada na visão
evolutiva e da reencarnação, de modo algum a doutrina
despreza ou diminui a vida terrena. Nem poderia, uma vez que ela
não é uma exceção, nem castigo ou exílio,
como às vezes se propala, dando seguimento à afirmação
cristã da precariedade da vida humana, como mera transição
para o céu ou o inferno.
Em outras palavras, o Espiritismo
dá grande ênfase à vida terrena. Para o espírita
a encarnação não é um constrangimento.
No nosso nível evolutivo,
ela é uma decorrência natural, desejada e imprescindível.
Na medida que o Espiritismo nos liberta das velhas contradições
do cristianismo a respeito da ação divina e do pecado,
vamos compreendendo que encarnar representa uma condição
necessária e que cada vida corpórea, matizada pelo
esquecimento do passado, representa uma aventura, um caminho a ser
percorrido com surpresas, vitórias, fracassos.
Nessa vida o Espírito exprime
seus sentimentos, medos, desvios e acertos. Mas é também
da sabedoria divina, que a encarnação promove um processo
de desvinculação das personalidades anteriores e,
embora guardando, como é compreensível, o imo de si
mesmo, apresenta-se no mundo aberto, desguarnecido, pronto para
receber influenciações que são decisivas para
definir.
Isto é, o esquecimento das
vidas passadas é, justamente, o instrumento capaz de permitir
ao reencarnado viver a vida como se fosse a primeira e única
vez que o faz.
Por isso esse modelo não
cria qualquer diferença ou condena as manifestações
comuns e naturais, sejam sexuais ou afetivas que geralmente constroem
as relações familiares.
Não encontro base para engessar
o pensamento em formas expiatórias relativas a erros do passado.
Ou seja, não considero que todas as agregações
familiares sejam previamente combinadas antes da encarnação.
Não descarto essa possibilidade, mas não a tomo como
básica na compreensão das relações afetivas
entre o casal e os filhos e no conjunto familiar em geral.
Isso é necessário
para libertar a mente de fantasmas e evitar justificar comportamentos
agressivos, ódios, apegos excessivos ou outras formas que
constituem uma grande parte da relação familiar, sempre
com consequências funestas.
O amor, a afeição
são forças interiores da estrutura espiritual e não
precisam de justificativas sobre possíveis ligações
anteriores para se consolidarem.
Vivendo intensamente a realidade
do presente, embora com a visão ampla e libertadora da doutrina
espírita, construiremos a família dentro de modelos
dinâmicos, exercendo as funções paternais com
desembaraço e consciência.
O NÓ DOS CONFLITOS
Os mecanismos da reencarnação
são dispostos de modo que ao encarnar o Espírito,
desvincula-se de suas personalidade, embora mantendo o acervo próprio
de sua individualidade.
Com isso, o Espírito pode
reiniciar seu aprendizado terreno, como se fora a primeira vez que
o fizesse. O esquecimento do passado é um instrumento básico
para permitir a reciclagem das personalidades, condição
indispensável à criação de oportunidades
de crescimento e refazimento.
Essa realidade nos livra de permanecer
na relação humana na posição dúbia
de querer ver além do tempo, a motivação pessoal
de certos conflitos.
Diante do cônjuge de difícil
convivência não há como vê-lo como alguém
que nos cobra a culpa por erros do passado, a pretexto de pagar
dívidas passadas. Amá-lo, suporta-lo ou tolerá-lo
ou não, será fruto da consciência dos fatores
que cada um tem que analisar para a tomada de decisões. Da
mesma forma o filho rebelde e difícil não tem que
ser olhado como uma desafeto que volta para cobrar alguma coisa.
São desafios difíceis,
mas que podem ser enfrentados, a partir de uma visão menos
utilitarista da vida
Essa diversidade de visão
caracteriza formas muitos diferentes de analisar a vida terrena
e deveria desencadear motivações pedagógicas
e comportamentais profundamente positivas na relação
familiar, considerando a posição espírita.
Muitos pais reclamam das dificuldades
em criar um ambiente doméstico equilibrado e basicamente
positivo. Dizem, com certa razão, que existem, hoje em dia,
concorrentes poderosos à conivência familiar. A inserção
da mulher no mercado de trabalho, por exemplo, tirou o papel de
dona de casa . Se o casal trabalha fora, há de haver uma
concentração mental e moral capaz de suprir a ausência
com a criação de uma psicosfera familiar segura, de
modo que os filhos se sintam importantes, notados e amados, ainda
que sem a presença constante dos pais.
Essa circunstância obriga
a entregar os filhos em mão de terceiros, sejam parentes,
empregados ou instituições, mas isso, como se pode
comprovar, não afasta os filhos dos pais desde que, como
disse, se deem aos filhos de maneira consistente.
Na verdade, a maioria dos problemas
dos filhos é decorrentes do abandono devido a futilidades
e egoísmos materno ou paterno, de modo que vibracionalmente
eles sentem que são deixados de lado, que não são
importantes ou amados.
A concorrência da televisão
pode e deve ser contornada com a formação do hábito
da conversa positiva, do diálogo e da união familiar
em torno de tarefas de ideal, de serviço ao próximo,
de utilidade humana, ao lado da merecida e equilibrada cota de laser,
recreação, conforme as condições permitirem.
Verificamos que a função
paterna e materna, não se complica, mas exige uma atuação
mais próxima, mais constante e uma abertura mental dos genitores
para olhar os filhos com novo olhar.
A visão imortalista produz
efeitos benéficos na estrutura do ser. No caso de uma gravides,
por exemplo, a mãe e, ao seu lado o pai, acompanharão
o desenvolvimento do feto com ternura e expectativa, sabendo embora
que aí se está gerando um corpo que servirá
de expressão viva de um Espírito vivido, que virá
ao encontro de seu lar para receber amor, compreensão, diretrizes.
Certamente ele será um bebê,
criança e viverão a realidade da convivência.
Os pais chorarão por ele, se preocuparão com as doenças,
com os problemas e o futuro dele. Mas tudo isso dentro de uma ótica
mais equilibrada e compreensiva.
CONSEQUÊNCIAS PRÁTICAS
Bem compreendido o Espiritismo é
instrumento de libertação e expansão da consciência.
A reencarnação, como vimos, é um instrumento
do processo evolutivo do ser imortal. É um segmento repetitivo,
na nossa fase atual, de aprendizado e reajustamento psicológico,
emotivo e moral.
No vocabulário espírita,
as expressões castigo, punição, expiação,
provas , relativamente ao ser e à vida corpórea, devem
ser entendidas, sobretudo, como oportunidades . Ou seja, a divindade
não pune, oportuniza.
Devido às realidades espirituais
dos habitantes deste planeta e as implicações culturais,
o lar só será o doce lar, conforme forem cultivados
pelos seus componentes valores positivos. Isso não significa
uma homogeneidade total, pois, pragmaticamente, a família
é um polo de conflitos. De conflitos porque reúne
em seu espaço afetivo todas as paixões e aspirações
humanas. Nele reúnem-se Espíritos vivenciados, em
busca de uma nova oportunidade de crescimento que a encarnação
permite.
Essa visão espírita
é extremamente moral, mas não moralista. O Espiritismo
baseia-se nos fundamentos da moral de Jesus de Nazaré. Todavia,
a filosofia de vida é determina o comportamento. As informações
e mesmo o conhecimento formal e intelectual das coisas, nem sempre
consegue mudar os impulsos afetivos, nem direcionar convenientemente
as emoções.
O sentimento é que estabelece
a forma de vivenciar.
E o sentimento é produto
de um complexo de percepções do Espírito, que
tem que manipular, entretecer-se com variáveis afetivas que
incluem o medo, o desejo, a rejeição e o amor, este
compreendido, antes de tudo, como uma forma de sentir-se aceito,
protegido, sustentado afetivamente.
É a partir dessa matriz que
o comportamento se realiza na relação, pois podemos
saber que não devemos fazer algo mas fazemos, temos conhecimento
que certas formas de agir são prejudicais e mesmo assim as
executamos.
Dito isto, consideremos a base moral
das relações. É certo que existe uma moral
social, coletiva, cultural. São crenças, costumes
e leis que estabelecem os limites da relação entre
as pessoas, nas quais a família se insere. Pois a moral,
em resumo, é a maneira como cada um se relaciona consigo
mesmo e com os outros.
Todavia, é também
da concepção espírita que existe uma Lei Natural
que estabelece limites e canalizações da afetividade,
de modo a que a pessoa se encaminhe, pelo melhor caminho possível,
para encontrar uma relativa harmonização com a Lei.
Essa compreensão será
a baliza da moralidade.