Francisco
Rebouças
> A prática do bem
Nos ensinamentos que os espíritos
superiores ministraram ao insigne codificador do espiritismo, encontramos
um acervo literário tão rico e farto, contido na própria
codificação que decisivamente marcou e dividiu a humanidade
em termos de conhecimento das Leis universais que regulam a nossa
vida de espíritos eternos, que somos, em antes e depois de
Allan Kardec.
Antes, buscávamos a idéia de fazer o bem porque desta
forma ele nos traria o bem como retorno a nossa vida, ajudar o próximo,
praticar a solidariedade, a indulgência, a tolerância,
perdoar as ofensas e agressões que sofremos, seriam assim,
moedas com a qual compraríamos o nosso bem estar definitivo
para o nosso futuro, seria uma espécie de investimento estrategicamente
planejado.
Estaríamos com isso buscando nos livrar do fogo fatídico
do inferno e adquirindo o passe de entrada, que nos garantiria um
lugarzinho no céu, ao lado dos eleitos do senhor, para desfrutarmos
daí em diante das regalias, das festas etc., da desobrigação
de nos preocuparmos em algo fazer, pois tudo nos seria doravante
concedido gratuitamente.
Com o advento do espiritismo, a humanidade passou a enxergar o trabalho
no bem, não como uma forma de conquistar um lugar no céu,
de forma egoísta, de algo fazer para receber uma compensação
que justificasse essa prática, e sim, fazer por prazer sem
visar recompensa em troca, pois os espíritos através
do codificador do espiritismo nos ensinaram que proceder no bem
é antes de tudo uma atitude inteligente em prol de nós
mesmos na busca da felicidade que tanto almejamos.
E com a máxima “Fora da caridade não há
salvação”, veio o espiritismo difundir por toda
a terra a mensagem já existente de Jesus quando nos afirmou
que “a cada um segundo as suas obras” explicando a todos
que a nossa vivência no bem é condição
imprescindível para lograrmos êxito nos empreendimentos
de construção da nossa paz íntima, que só
a fé anteriormente entendida como capaz de nos proporcionar,
já não é suficiente para nos assegurar futuro
melhor do que vivenciamos agora, conforme contido no Capítulo
XXXI do Livro dos Médiuns que transcrevemos abaixo:
Acerca do Espiritismo
“Mas, lembrai-vos bem
de que o Cristo renega, como seu discípulo, todo aquele
que só nos lábios tem a caridade.
Não basta crer; é preciso, sobretudo, dar exemplos
de bondade, de tolerância e de desinteresse, sem o que estéril
será a vossa fé.
Santo Agostinho.
Pois, que a nossa caminhada até os dias atuais, foi percorrida
de maneira irregular, com altos e baixos, por descuido nosso,
por falta de vigilância em quase todos os instantes de nossa
romagem pretérita, em que nos fizemos devedores das Leis
divinas e, tudo que hoje empreendemos no sentido de buscar a harmonia
interior, a serenidade em nós mesmos, não significa
construção nossa em favor da vida ou do nosso semelhante,
antes devemos entender esta nossa atual encarnação
como sendo mais uma oportunidade de nos normalizarmos perante
as Leis imutáveis de Deus, desfazendo o castelo de egoísmo
e orgulho que construímos ao longo de nossas várias
estadas neste planeta, e edificarmos o nosso novo projeto de construção
baseado na caridade e no amor ao próximo, como nos ensinou
Jesus, quando resumiu toda a Lei e os Profetas em “amar
a Deus sobre todas coisas e ao próximo como a nós
mesmos”.
É ainda no mesmo Capítulo do Livro dos Médiuns
que encontramos uma mensagem simplesmente extraordinária,
que o próprio Allan Kardec nos deixou o cuidado do exame
quanto ao seu autor que nos confirma a condição de
filhos transviados que fomos outrora, e que o espiritismo vem nos
alertar para a grande oportunidade que estamos tendo de refazermos
nossos caminhos em busca da luz que esparge amorosa do coração
do nosso Mestre maior em direção a cada um de nós
seus diletos e queridos irmãos conforme segue.
Livro dos médiuns Capítulo XXXI
“Venho, eu, vosso Salvador e vosso juiz; venho, como outrora,
aos filhos transviados de Israel; venho trazer a verdade e dissipar
as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como outrora a minha palavra,
tem que lembrar aos materialistas que acima deles reina a imutável
verdade: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinar a planta
e que levanta as ondas. Revelei a Doutrina Divina; como o ceifeiro,
atei em feixes o bem esparso na Humanidade e disse: Vinde a mim,
vós todos que sofreis!
Mas, ingratos, os homens se desviaram do caminho reto e largo
que conduz ao reino de meu Pai e se perderam nas ásperas
veredas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça
humana; quer, não mais por meio de profetas, não
mais por meio de apóstolos, porem, que, ajudando-vos uns
aos outros, mortos e vivos, isto é, mortos segundo a carne,
porquanto a morte não existe, vos socorrais e que a voz
dos que já não existem ainda se faça ouvir,
clamando-vos: Orai e crede! por isso que a morte é a ressurreição,
e a vida - a prova escolhida, durante a qual, cultivadas, as vossas
virtudes têm que crescer e desenvolver-se como o cedro.
Crede nas vozes que vos respondem: são as próprias
almas dos que evocais. Só muito raramente me comunico.
Meus amigos, os que hão assistido à minha vida e
à minha morte são os intérpretes divinos
das vontades de meu Pai.
Homens fracos, que acreditais no erro das vossas inteligências
obscuras, não apagueis o facho que a clemência divina
vos coloca nas mãos, para vos clarear a estrada e reconduzir-vos,
filhos perdidos, ao regaço de vosso Pai.
Em verdade vos digo: crede na diversidade, na multiplicidade dos
Espíritos que vos cercam. Estou infinitamente tocado de
compaixão pelas vossas misérias, pela vossa imensa
fraqueza, para deixar de estender mão protetora aos infelizes
transviados que, vendo o céu, caem no abismo do erro.
Crede, amai, compreendei as verdades que vos são reveladas;
não mistureis o joio com o bom grão, os sistemas
com as verdades.
Espíritas! amai-vos, eis o primeiro ensino; instruí-vos,
eis o segundo.
Todas as verdades se encontram no Cristianismo; são de
origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo,
que julgais o nada, vos clamam vozes: Irmãos! nada perece;
Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da
impiedade”.
“NOTA. Esta comunicação,
obtida por um dos melhores médiuns da Sociedade Espírita
de Paris, foi assinada com um nome que o respeito nos não
permite reproduzir, senão sob todas as reservas, tão
grande seria o insigne favor da sua autenticidade e porque dele
se há muitas vezes abusado demais, em comunicações
evidentemente apócrifas. Esse nome é o de Jesus
de Nazaré. De modo algum duvidamos de que ele possa manifestar-se;
mas, se os Espíritos verdadeiramente superiores não
o fazem, senão em circunstâncias excepcionais, a
razão nos inibe de acreditar que o Espírito por
excelência puro responda ao chamado do primeiro que apareça.
Em todo caso, haveria profanação, no se lhe atribuir
uma linguagem indigna dele.
Por estas considerações, é que nos temos
abstido sempre de publicar o que traga esse nome. E julgamos que
ninguém será circunspecto em excesso no tocante
a publicações deste gênero, que apenas para
o amor-próprio têm autenticidade e cujo menor inconveniente
é fornecer armas aos adversários do Espiritismo.
Como já dissemos, quanto mais elevados são os Espíritos
na hierarquia, com tanto mais desconfiança devem os seus
nomes ser acolhidos nos ditados. Fora mister ser dotado de bem
grande dose de orgulho, para poder alguém vangloriar-se
de ter o privilégio das comunicações por
eles dadas e considerar-se digno de com eles confabular, como
com os que lhe são iguais.
Na comunicação acima apenas uma coisa reconhecemos:
é a superioridade incontestável da linguagem e das
idéias, deixando que cada um julgue por si mesmo se aquele
de quem ela traz o nome não a renegaria”. ¹
Por tudo isso, é que continuamos insistindo em que nós
espíritas não podemos deixar de lado o estudo das
obras da codificação como dever principal no sentido
de alicerçarmos nossos conhecimentos nos ensinos nela contidos,
a fim de que quando nos utilizarmos das obras complementares, de
grande valor doutrinário indiscutivelmente, possamos fazê-lo
com conhecimento de causa, não nos deixando influenciar por
obras mediúnicas sim mas não espíritas, que
hoje infestam as livrarias das casas espíritas, vendidas
como se representassem algo proveitoso para quem os adquire sem
prévio conhecimento do verdadeiro espiritismo contido nas
obras do pentateuco.
1) O Livro dos Médiuns – FEB 57ª
edição - Cap.XXXI .
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