Importante meditação nos
propõe o escritor, que à primeira vista, poderíamos
imaginar que se trata de um escritor do Oriente, um árabe,
um Sírio etc. etc., mas que na verdade se trata do pseudônimo
de um ilustre professor de matemática
Brasileiro, autor de dezenas de livros não só de didáticos,
mas, também de contos lindíssimos, todos eles contendo
uma mensagem de elevado cunho moral e cristão, embora falasse
em Alá como se fosse um maometano.
Num desses inúmeros e belos trabalhos, Malba Tahan
conta que um homem foi levado a conhecer por breves minutos o
Livro da Vida, um livrão onde estava escrito o que iria
acontecer na vida de cada um de nós.
A esse livro a pessoa só tinha acesso uma única vez
e por breves instantes, durante toda sua existência terrena,
e, ao lado do referido livro, havia um lápis e uma borracha
para que se pudesse fazer alguma correção, no que se
desejasse modificar, e, com isso, alterar o futuro do indivíduo.
Uma vez diante do livro da vida, aquele homem examinou o que iria
acontecer na vida de seus inimigos. E tendo ali encontrado prognósticos
de felicidades, de saúde e alegrias em suas vidas no porvir,
não se fez de rogado; apagou as coisas boas substituindo-as
por dissabores, doenças e aborrecimentos.
Quando chegou o instante de abrir a página de sua própria
vida, a fim de ler o que lhe estava destinado, eis que o cicerone
o adverte de que o seu tempo havia findado, e por essa razão
ele na poderia mais continuar a consulta nem por mais um segundo,
o que fez com que o nosso personagem saísse dali muito triste
e amargurado, pois, sabia que não mais teria outra oportunidade
de consultá-lo e modificar para melhor a sua vida.
Mesmo sabendo que o conto acima, trata-se de uma ficção
criada pelo inteligente autor, podemos retirar dele inúmeras
conclusões para nossas reflexões, pois, muitos de nós
ainda vivemos muito mais preocupados com a vida do nosso semelhante
do que com a nossa própria vida.
Vigiamos o comportamento do nosso próximo, o que ele faz, como
está vestido, como conseguiu comprar o carro novo, quando nós
estamos em dificuldades permanentes, o que nos falou o nosso familiar
numa hora infeliz de discussão, e que vivemos remoer em nosso
mundo íntimo, sem conseguir digerir a vontade de dar o troco.
Continuamos a dar importância às coisas mesquinhas que
nos acontecem, sem valorizar as coisas boas que passam sem que sequer
nos demos conta, condenando as atitudes dos outros, sem nos preocuparmos
em combater com urgência as nossas imperfeições
que são justamente a causa dessa nossa equivocada maneira de
viver.
Meditemos, que cada um de nós, tem um determinado tempo para
realizar em nosso próprio benefício a reforma íntima
de que estamos carentes de realizar e que se continuarmos com os mesmos
hábitos perniciosos de que nos utilizamos até o presente
momento de nossas vidas, poderemos ser surpreendidos de uma hora para
outra pela morte do corpo físico, e só então,
nos daremos conta do tempo que desperdiçamos como juízes
da vida alheia.
Como nos afirmam os Espíritos Superiores, a encarnação
é uma oportunidade que a Soberana Sabedoria do Universo
nos concede para nosso progresso e crescimento moral espiritual rumo
ao nosso destino final que é a felicidade e a pureza espiritual,
e, que esse estado poderá ser apressado ou retardado, dependendo
de nossa disposição, de crescer amar e servir cada dia
mais e melhor.
Que Jesus nos guarde e guie em sua paz, hoje e sempre!
Francisco Rebouças.