Estamos em constante contato com o mundo físico, grosseiro,
com a sensação de estarmos separados dos objetos de
nossa percepção. Nesse fenômeno de difícil
solução, o problema difícil dos neurocientistas,
necessitamos de uma ampliação de conceitos e contextos
para seu esclarecimento. Há uma cisão entre sujeito
e objeto na captação da realidade. Tudo aquilo que
aparece em nossa percepção, captado pelos meus órgãos
dos sentidos, encontra-se separado – nós consiguimos
compartilhar as experiências com outros observadores devido
a esse fenômeno. Esse processo de captação da
realidade necessita de uma explicação baseada no que
entendemos por consciência. Há vários neurocientistas
que vem estudando a consciência como sendo um padrão
de processos mentais, ou seja, um epifenômeno do cérebro.
Essa visão é limitante deixa as pesquisas estacionadas.
A fisica quântica trouxe para a equação a presença
do observador. Ela admite que todos os objetos do universo são
ondas de possibilidades e portanto, não podem provocar seu
próprio colapso de onda. Temos que admitir a existência
de algo fora do sistema capaz de converter possibilidade em realidade
e esse algo não material é a consciência. A
consciência é capaz de intermediar esse colapso das
ondas de possibilidades em fato manifesto deixando claro e livre
de paradoxos que qualquer realidade ocorre em dois domínios:
POSSIBILIDADES E FATO MANIFESTO.
Hoje, com o avanço da tecnologia
de mapeamento cerebral, podemos estudar o cérebro de forma
dinâmica. Isso trouxe uma importante consequência para
as pesquisas da consciência. O cérebro não consegue
diferenciar realidade de imaginação. Os mesmos processos
de sinapses utilizada pelo cérebro durante a percepção
de um objeto separado e externo é o mesmo processo de sinapses
utilizados durante a imaginação desse mesmo objeto,
agora apenas em nossa percepção interna, particular.
Isso começa a proporcionar um embasamento científico
para todas as terapias que lidam com o campo sutil, sejam elas oficializadas
por órgãos competentes ou não. O fato de um
grupo de pessoas apenas imaginar que estão aprendendo uma
determinada habilidade comparada com outro grupo que realmente estão
treinando mecanicamente esta habilidade, não mostrou nenhuma
diferença significativa entre ambos. Esse conceito fez despertar,
emergir o conceito da neuroplasticidade. A capacidade que todos
temos de criar novos circuitos cerebrais para expressar novas habilidades
de nossa consciência. Estimular a formação de
novas sinapses em um processo denominado de sinaptogênese
é feito a cada momento diante das inúmeras percepções
que captamos do mundo exterior. Essas novas sinapses determinam
novas redes neurais que por sua vez formarão novas memórias.
Vejam a interligação entre percepção
e memória. Percepção exige memória e
memória exige percepção. Com certeza essa circularidade
quer nos dizer alguma coisa e ter a consciência como epifenômeno
do cérebro não ajudará na compreensão
desse processo.
Meus amigos, em breve utilizarei
esses conceitos para exemplificar como a terapia mente/corpo pode
ser utilizada, trazendo uma expansão para o tratamento médico
em busca de uma avaliação integral do ser humano.
CONTINUAÇÃO
Aqui esta o raciocínio que
permite o embasamento das diversas terapias mente/corpo disponíveis
hoje. Acredito que em um futuro bem próximo a medicina oficial
incorporará em suas práticas a opção
da meditação, da contemplação, da oração,
das atividades físicas relaxantes, das terapias energéticas
além da abordagem alopática hoje em prática.
O ser humano necessita de uma abordagem integral pois é um
ser integral, constituído de intuições, pensamentos,
sentimentos além da biologia molecular que o envolve.
COMUNICAÇÃO MENTE-CORPO
Como conversamos anteriormente no texto sobre Realidade e Imaginação,
o cérebro não consegue diferenciar realidade de imaginação.
Quando entramos em contato com o mundo externo, tornando real aquele
momento em nossa percepção ocorre a cisão sujeito/objeto,
ou seja, percebo a realidade-objeto separado da minha consciência
ao mesmo tempo que guardo a sensação de ser o sujeito
observando. Estamos a todo instante mensurando as coisas ao nosso
redor. A conciência utiliza a interface cerebral a disposição
para identificar-se com o cérebro em cada mensuração
quantica realizada. Estímulos diversos chegam ao cérebro
dando oportunidade para co-criarmos a realidade. Esses estímulos
necessitam da luz refletida sobre os objetos para que haja a percepção
do mesmo armazenando-os para posterior aprendizado, ou seja, a memória.
Há uma região cerebral, determinada pelas avaliações
dinâmicas de mapeamento cerebral, denominada hipocampo com
plena atividade nesse processo. Essa área do hipocampo recebe
as primeiras impressões dos estímulos externos e guarda
uma interconexão bem próxima com o córtex cerebral
responsável pelas atividades somestésicas e motoras,
que determinam nossas ações.

As informações advindas
das diversas interações sociais que o ser humano vivência
em seu dia a dia alimentam o córtex cerebral e o hipocampo.
Uma palavra mal interpretada, uma dúvida sobre sua conduta
pessoal, um vizinho que chega e não lhe cumprimenta, um chefe
com extrema soberba disfere ordens e mais ordens, contas que chegam
e dinheiro que falta para pagá-las, a indiferença
das pessoas que o cercam, a violência verbal e não
verbal do transito das cidades hodiernas, a impaciência dos
transeuntes, as palavras e gestos impensados contra as pessoas que
amamos diante de uma contrariedade, irritabilidade no comportamento
diário, preocupações diversas no setor familiar
como a educação dos filhos, ou seja, o viver de cada
um de nós no dia a dia. Esses contatos e interações
sociais alimentam nosso psiquismo e nosso cérebro. Todas
essas impressões e vibrações vivenciadas pelo
ser humano requer uma gama de energias que qualificam cada experiência.
Nossas células nervosas estimuladas por todo esse conteúdo
vibracional dessas experiências fazem tocar um acorde especifico
em nosso corpo, utilizando-se de moléculas especificas chamadas
de substâncias informacionais: hormônios, neurotransmissores,
peptideos, etc. Essas substâncias, por sua vez, estimulam
o núcleo da célula a produzirem, por intermédio
do DNA, o RNA mensageiro que ira até o citoplasma para sintetizar
a proteína especifica para a finalidade em questão.
Chegamos assim em uma comunicação entre mente-corpo-gene.
O estímulo percorre então
este percurso estabelecendo uma comunicação entre
mente e cérebro (mente-cérebro), depois continua a
comunicação entre cérebro e corpo (cérebro-corpo)
que por fim chega à célula que se comunica com o gene
(célula-gene). Os trabalhos de neurocientistas mostram que
o tempo para o estimulo percorrer o percurso mente-cérebro,
cérebro-corpo e célula-gene leva cerca de 120minutos
e que o tempo da informação percorrer célula-gene
dura cerca de 20 minutos. Esse conhecimento é fantástico!
A mente, através de nossos pensamentos, estimula o cérebro
que se comunica com o corpo que atua na célula e chega nos
genes estimulando-os a produzirem suas proteínas especificas
para exercerem suas funções específicas.
Meditação, contemplação,
oração, sono reparador, terapias energéticas,
exercícios físicos relaxantes e até mesmo a
medicina convencional ganham um novo aliado em busca da compreensão
da saúde. Tranqüilizar a mente, serenidade, calma, benevolência,
caridade, gratidão, perdão, humildade, equilíbrio,
fraternidade, indulgência, esperança, compreensão,
valores diversos esquecidos ou adormecidos, irão fazer tocar
um acorde diferente, onde essas informações, agora
com um novo teor vibracional, chegarão até as células
fazendo-as produzirem as proteínas adequadas para funções
adequadas promovendo nossa saúde.

Precisamos estar atentos em nosso
dia a dia para escolhermos a opção de sermos saudáveis.
Dizer não aos nossos hábitos e condicionamentos limitantes
e limitados por nosso sistema de crenças dominado pelo nosso
EGO. Despertar para a necessidade de transformação
pessoal através de um processo de criatividade interna trará
ao nível consciente novas possibilidades para a realidade
co-criada de cada um de nós e essa transformação
pessoal terá um efeito dominó, inicialmente em nós
mesmos e nas pessoas que nos cercam e assim atingiremos o coletivo
contagiando-os pela nossa transformação pessoal, em
aceitando nossos sentimentos deslocados de nossa mente consciente
e dando uma nova interpretação para os temas arquetipicos
como a VERDADE, BELEZA, BONDADE, JUSTIÇA, ABUNDÂNCIA
E AMOR. Esses valores andam esquecidos ou adormecidos e devemos
buscar esses temas constantemente para criar um novo contexto e,
por consequência, darmos novos significados de valor para
a realidade que criamos para nós mesmos
Abraços fraternos