(trecho inicial)
Morte é a cessação da vida
orgânica; desencarnação é a libertação
do Espírito imortal, período de transição,
na sua mudança de plano. “A morte é hereditária”
(1) e quando o corpo morre, o Espírito está pronto para
delivrar-se, porque “não é a partida do Espírito
que causa a morte do corpo; esta é que determina a partida
do Espírito;”(2) mas este, nem sempre está em
condições de fazê-lo. Neste caso, a morte biológica
acontece mas, o Espírito não se desprende, não
se liberta, fica preso ao corpo físico, isto é, continua
encarnado, porque “nem todos os que morrem desencarnam.”
(3)
“Disse-nos, certa vez, um suicida: ‘Não estou morto.’
E acrescentava: ‘No entanto sinto os vermes a me
roerem.’ Ora indubitavelmente, os vermes não
lhe roíam o perispírito e ainda menos o Espírito;
roíam-lhe apenas o corpo. (...) Era antes a visão do
que se passava com o corpo, ao qual ainda o conservava ligado o perispírito,
o que lhe causava a ilusão, que ele tomava por realidade.”
(4)
A reencarnação não é
um processo punitivo, mas educativo, pois aqui “é escola,
é prisão, é hospital”; para atingir a perfeição,
a felicidade e a plenitude, é necessário renovar-se
na experiência da matéria densa.. Tendo escolhido o caminho
do progresso, evoluído, e assim realizado a sua reforma íntima,
ou, ao contrário estagnado, com a ressalva que, por mínimo
que seja, sempre se evolui alguma cousa, inexoravelmente sobrevém
a morte (Fig. 1) , que é a fatalidade do corpo físico,
assim como “a evolução é a fatalidade do
Espírito”(5), um dos objetivos da reencarnação.(4);
o outro é “ trabalhar para o Universo, como o Universo
trabalha para nós, tal é o segredo do destino”
(6), “é por o Espírito em condições
de suportar a parte que lhe toca na obra da criação
(...) e concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”
(4) (FIG. 1); este último é atingido consciente ou inconscientemente
pelo Espírito. A reestruturação ou não
de seu perispírito, vai depender em ter atingido ambos os objetivos,
com influências importantes no sequenciamento do processo desencarnatório.
Quanto mais depurado esteja mais fácil se torna o seu desligamento
gradual, porque “os laços se desatam, não se quebram.”
.(4)