Moreira-Almeida,
Alexander; Peres, Julio Fernando; Caixeta, Leonardo; Leao, Frederico;
Newberg, Andrew
> Neuroimagem durante estado de transe: uma contribuição
ao estudo da dissociação
A ciência e as experiências
mediúnicas de psicografias - Estudo inédito investigou
o cérebro de médiuns brasileiros com prática
em psicografia
Um estudo inédito realizado
por cientistas do Brasil e dos Estados Unidos investigou o cérebro
de médiuns brasileiros com prática em psicografia
(capacidade de escrever mensagens que seriam ditadas por espíritos)
durante o estado de transe e também fora dele. Os pesquisadores
usaram modernas técnicas e equipamentos de última
geração para examinar a questionável e controversa
experiência de comunicação com os mortos. A
discussão indica que o cérebro dos submetidos à
análise funciona de modo diferente. O fato de que os indivíduos
escreveram conteúdos complexos, apesar de menor ativação
cerebral em estado de transe dissociativo, sugere que eles não
estavam só relaxados, e o relaxamento parece uma explicação
improvável para a subativação que se verificou
em áreas cerebrais relacionadas ao processamento cognitivo.
No entanto, afirmam os pesquisadores,
esses achados merecem mais investigação, tanto em
termos de replicação como de hipóteses explicativas.
Participaram da pesquisa, realizada na cidade da Filadélfia,
nos Estados Unidos, os cientistas Julio Peres, Alexander Moreira-Almeida,
Leonardo Caixeta, Frederico Leão e Andrew Newberg. O artigo,
a seguir, foi originalmente publicado na revista PLoS ONE, em 16
de novembro de 2012, que autorizou a publicação, na
versão em português, em Inovação!Brasileiros.
Para ler o estudo no formato original em inglês, acesse:
http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.
1371%2Fjournal.pone.0049360.
Neuroimagem durante estado de transe: uma contribuição
ao estudo da dissociação
Resumo
Embora a dissociação patológica
e não-patológica despertem interesse crescente, poucos
pesquisadores se concentram nas experiências espirituais envolvendo
estados dissociativos como a mediunidade, na qual um indivíduo
(o médium) alega se comunicar com a (ou ser controlado pela)
mente de uma pessoa morta. Investigamos a psicografia – na
qual, supostamente, “o espírito escreve pela mão
do médium” – para avaliar potenciais associações
com alterações específicas na atividade cerebral.
Examinamos dez médiuns saudáveis – cinco menos
experientes e cinco com experiência substancial, que variava
entre 15 e 47 anos de atividade psicográfica e realização
de duas a 18 psicografias por mês – usando tomografia
computadorizada com emissão de fóton único
(SPECT) enquanto eles escreviam, tanto em estado de transe dissociativo
como fora do transe (no estado habitual de consciência).
A complexidade do conteúdo
escrito que os médiuns produziram foi analisada para cada
um deles individualmente e para a amostra como um todo. Durante
a psicografia, em comparação com a escrita em estado
habitual, os médiuns mais experientes apresentaram níveis
mais baixos de atividade no cúlmen esquerdo, hipocampo esquerdo,
giro occipital inferior esquerdo, cíngulo anterior esquerdo,
giro temporal superior direito e giro pré-central direito.
A complexidade dos escritos psicografados foi maior que a dos textos
escritos no estado habitual, no caso da amostra geral e especialmente
dos médiuns mais experientes.
O fato de que os indivíduos
escreveram conteúdos complexos, apesar de menor ativação
cerebral em estado de transe dissociativo, sugere que eles não
estavam só relaxados, e o relaxamento parece uma explicação
improvável para a subativação que se verificou
em áreas cerebrais relacionadas ao processamento cognitivo.
Esses achados merecem mais investigação, tanto em
termos de replicação como de hipóteses explicativas.
Introdução
A dissociação é definida como a ausência
de integração de pensamentos, sensações
e experiências à consciência e à memória
[1]. A ideia de que experiências traumáticas causam
sintomas dissociativos é um tema recorrente na literatura
clínica e na literatura sobre neuroimagem, e alguns dos fenômenos
cognitivos associados à dissociação parecem
depender da atenção e respectivo contexto emocional
[2], [3]. Embora a dissociação não patológica
seja comum na população em geral, as experiências
dissociativas têm sido estudadas como fator de risco para
patologias [4], [5]. A espiritualidade e a religiosidade são
prevalentes em pacientes com esquizofrenia e sintomas dissociativos
[6].
Entretanto, a variedade de aspectos
metodológicos e as discrepâncias entre os estudos realizados
até agora tornam difícil articular uma estrutura abrangente
da atividade cerebral e dos mecanismos cognitivos relativos à
dissociação patológica e não patológica.
A natureza da mente e sua relação com o cérebro
ainda estão entre as questões mais desafiadoras para
a ciência [7]-[10], e a despeito de tais perguntas não
serem até o momento conclusivamente respondidas, suposições
a esse respeito orientam intervenções terapêuticas
[11]-[13]. Este estudo leva em conta importantes teorias que examinam
a criatividade e o planejamento de conteúdos escritos, potenciais
substratos neurais envolvidos, experiências religiosas e a
hipótese da comunicabilidade espiritual. A Associação
Psiquiátrica Americana [14] destacou a necessidade de realização
de mais pesquisas no âmbito da religiosidade ao reconhecer
a categoria não diagnóstica (não patológica)
dos “Problemas Espirituais e Religiosos” no DSM-IV,
para que formas de dissociação saudáveis [15],
[16] possam ser diferenciadas das formas patológicas [2],
[5].
A mediunidade, fenômeno espiritual
relatado com frequência em culturas ao longo da história,
é definida como experiência na qual o médium
alega manter comunicação com a mente de uma pessoa
falecida [17] ou estar sob controle da mesma. Essas experiências
são em geral dissociativas, com manifestações
de automatismo motor, sensorial ou cognitivo (exemplo: ouvir espíritos,
relatar/escrever pensamentos gerados por espíritos) e de
identidade alterada ou de possessão. Assim, não surpreende
que o estudo da mediunidade tenha sido crucial para o desenvolvimento
das ideias sobre os processos inconscientes e/ou dissociativos.
O estudo clássico de Pierre Janet sobre a dissociação,
de 1889, examinou vários médiuns; a tese de doutorado
de Carl Jung envolveu um estudo de caso mediúnico, e William
James pesquisou a médium Leonore Piper [18], [19]. Atualmente,
a dissociação pode ser dividida em duas categorias:
separação (sentimento de desconexão do “eu”
ou do mundo) e compartimentalização (inabilidade de
controlar deliberadamente ações ou processos cognitivos
que normalmente estariam sob controle) [20]. Embora, por vezes,
a mediunidade também envolva separação, em
geral está relacionada ao subtipo compartimentalização.
A psicografia é uma das muitas
formas dissociativas da expressão mediúnica [17].
“Médiuns escreventes” alegam escrever sob a influência
de espíritos e alguns escritos psicografados tiveram impacto
em comunidades em todo o mundo. O mais prolífico e importante
médium psicógrafo brasileiro, Chico Xavier, que não
estudou além da escola primária, produziu mais de
400 livros psicografados, abrangendo uma gama de gêneros literários
e amplas áreas do conhecimento, e milhões de exemplares
foram vendidos, com todos os direitos autorais doados para a caridade
[21], [22].
Um estudo sobre a saúde mental
de 115 médiuns [17], [23] mostrou que os indivíduos
tinham alto nível socioeducacional, baixa prevalência
de problemas psiquiátricos e eram socialmente bem ajustados
em relação à população em geral.
A experiência mediúnica se mostrou distinta do transtorno
de identidade dissociativa, também conhecido como transtorno
de personalidade múltipla. Contudo, poucos estudos investigaram
os substratos neurais subjacentes aos estados de consciência
relacionados a experiências religiosas [24]-[26]. Um estudo
precedente que utilizou a neuroimagem para estudar a glossolalia
– um estado de transe em que há vocalizações
que soam como linguagem, mas não têm estrutura linguística
clara – mostrou que os indivíduos apresentavam atividade
reduzida no núcleo caudado esquerdo e no córtex pré-frontal
direito, além de aumento da atividade nos lobos parietais
superiores [25]. A pesquisa neurofuncional sobre experiências
complexas como as de tipo religioso requer métodos específicos
que não afetem adversamente o desempenho dos voluntários
[27].
Portanto, tal como no estudo da
glossolalia, o presente estudo utilizou a tomografia computadorizada
com emissão de fóton único (SPECT) para medir
o fluxo sanguíneo cerebral regional (FSCr), correlacionado
com a atividade encefálica. Utilizamos o método SPECT
de neuroimagem por este permitir que os sujeitos desempenhem suas
tarefas complexas que exigem silêncio e concentração
num ambiente adequado e livre de efeitos que possam distrair ou
causar ansiedade. Até onde sabemos, o presente estudo é
a primeira investigação mundial sobre a associação
entre estados mediúnicos dissociativos e alterações
específicas no fluxo sanguíneo cerebral.
Com base em pesquisas sobre práticas
subjetivas como meditação e oração,
concentramo-nos especialmente no córtex pré-frontal
e no giro cingulado anterior, já que ambos se relacionam
com a rede atencional do cérebro [24], [25]. Além
disso, essas áreas se relacionam com a produção
da fala, assim como a Área de Broca. Também encontramos
evidência de que modificações na atividade talâmica
em estruturas límbicas, como o hipocampo e a região
temporal superior, relacionam-se a vários processos cognitivos,
incluindo a compreensão da linguagem. O giro pré-central
pode estar envolvido na função motora ligada à
escrita. Nossa análise de hipóteses, assim, concentrou-se
nessas regiões.
Estudamos a natureza neurofisiológica da mediunidade dissociativa
em psicografia medida por alterações no fluxo cerebral
sanguíneo. Durante a psicografia, os indivíduos escrevem
narrativas estruturadas e legíveis, mas frequentemente alegam
desconhecer o conteúdo ou a estrutura gramatical do texto
escrito. O objetivo do presente estudo foi determinar se esse tipo
de estado de transe dissociativo se relaciona com alterações
específicas na atividade cerebral que sejam distintas das
verificadas quando se escreve normalmente, isto é, fora de
um estado de transe dissociativo. Como o conteúdo das psicografias
apresenta complexidade e planejamento, nossa hipótese a priori
era a de que as áreas envolvidas em processos cognitivos
quando se escreve conscientemente, tais como raciocínio e
planejamento de conteúdo, deveriam mostrar ativação
semelhante durante o transe mediúnico.
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Métodos
Examinamos dez médiuns brasileiros com
15 a 47 anos de experiência mediúnica e que produziam
de duas a 18 psicografias por mês (tabela 1), que dividimos
em cinco médiuns “menos experientes” e cinco
com “experiência substancial”. Todos os indivíduos
eram brancos, destros, sem transtornos mentais (tabela 2) e não
utilizavam drogas psiquiátricas/neurológicas. O critério
usado para classificar os médiuns como “experientes”
foi que tivessem praticado a mediunidade há pelo menos 20
anos e produzissem no mínimo dez psicografias por mês
à época do início do estudo.
Os dez médiuns eram bem ajustados
nos pontos de vista familiar, social e profissional e regularmente
ajudavam pessoas que haviam perdido entes queridos (tabela 1). Nenhum
deles recebia pagamento pela atividade mediúnica, que consideravam
parte de sua missão de auxiliar pessoas que sofrem. Todos
relataram ter tido experiências espirituais na infância
ou adolescência. Os dois grupos apresentaram a mesma idade
média: experientes (48 +- 9, 8 anos) e menos experientes
(48,6 +- 6, 7 anos). Os médiuns “experientes”
praticavam a mediunidade havia 37,4 +- 8,8 anos, com média
de 15,6 +- 2,2 experiências de psicografia por mês,
ante os 22,4 +- 14,8 e 4,8 +- 3, respectivamente, dos médiuns
“menos experientes”.
O número de participantes
exigido para determinar o poder estatístico do estudo baseou-se
em pesquisa anterior sobre a glossolalia [25]. Diversas escalas
de saúde mental e avaliações qualitativas de
experiências subjetivas foram aplicadas. Sintomas depressivos
foram avaliados com a Escala de Depressão de Beck (BDI) [28];
sintomas de ansiedade, com utilização da Escala de
Ansiedade de Beck (BAI) [28]; transtornos, com o Protocolo para
Avaliação Clínica em Neuropsiquiatria (SCAN)
[30]; transtorno de personalidade borderline e histórico
de abuso na infância basearam-se em dados do Protocolo de
Entrevista para Transtornos Dissociativos (DDIS) [31], e patologias
psiquiátricas foram rastreadas com o uso do Questionário
Autoaplicável de Rastreio Psiquiátrico (SRQ) [32]
(tabela 2).
Os comitês de Ética
em Pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), da Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo e da Universidade
da Pensilvânia autorizaram o estudo, e todos os participantes
assinaram termos de consentimento.
Procedimentos de neuroimagem
Medimos o fluxo sanguíneo
cerebral utilizando SPECT durante a psicografia (escrita em estado
de transe dissociativo) e comparamos os dados com aqueles coletados
durante a escrita em estado habitual de consciência ou de
ausência de transe (tarefa de controle). O ato de escrever,
nos dois casos, realizou-se em ambiente silencioso
e com luz suave, em uma antessala do laboratório de neuroimagem.
Pediu-se aos voluntários que fizessem a psicografia tal como
em sua atividade regular como médiuns. Todos seguiram o mesmo
procedimento: sentaram-se confortavelmente, fecharam os olhos, concentraram-se
e fizeram uma oração. De modo geral, entraram em transe
em poucos minutos, pegaram um lápis e começaram a
escrever. Os médiuns relataram entrar em transe com grande
facilidade e tranquilamente. Para a escrita controle (em estado
habitual de consciência), no mesmo local, foi-lhes pedido
que escrevessem sobre seus pensamentos e sobre temas semelhantes
aos que escreviam durante as psicografias.
Depois da tarefa de psicografia,
perguntou-se a todos os indivíduos se eles haviam alcançado
o estado mediúnico (contato com uma pessoa falecida), e também
foi pedido que avaliassem o nível alcançado de vivência
mediúnica durante a pesquisa, de 1 para “precariamente
alcançado” até 4 para “plenamente alcançado”.
A ordem das tarefas foi randomizada entre os indivíduos,
para evitar o efeito sequência, e o intervalo entre as tarefas
monitorado para garantir a distinção entre os estados
de transe e não transe para a escrita psicografada e a escrita
de controle, respectivamente. O uso do SPECT para os fins deste
estudo permitiu avaliar o estado de transe em si, de modo que as
neuroimagens refletiram o que ocorria durante a escrita controle
ou psicográfica. Essa técnica também é
utilizada clinicamente para avaliar convulsões em pacientes
durante a própria convulsão, quando a injeção
é administrada [33]. Os indivíduos são escaneados
depois, mas a distribuição do marcador não
é revertida imediatamente depois que ele é administrado
e fica impregnado no tecido cerebral, o que permite a captação
de imagem do estado de transe em si.
Após os indivíduos
terem iniciado a escrita há dez minutos receberam a injeção,
por meio de cânulas IV (inseridas em seus braços esquerdos),
de 7 mCi de 99mTc-EDC. Depois de escreverem por mais 15 minutos,
um pesquisador sinalizou para que parassem de escrever, e eles foram
levados para o scanner SPECT para uma sessão de 40 minutos
de captação das imagens.
As imagens foram adquiridas por
um scanner SPECT de três cabeças (Trionix Research
Laboratory) com colimadores de alta resolução. As
imagens de projeção foram obtidas em intervalos de
ângulo 3° em uma matriz de 128 × 128 (tamanho do
pixel de 3,56 × 3,56 milímetros) em 360°. As imagens
SPECT foram reconstruídas, usando filtro de correção/atenuação
de Chang.
Depois do scan da primeira tarefa,
os indivíduos retornaram à antessala para realizar
a segunda tarefa (psicografia ou controle). Depois de serem observados
na realização da tarefa por dez minutos, receberam
igualmente a injeção com 25 mCi of 99mTc-ECD. Os indivíduos,
então, prosseguiram na segunda tarefa por mais 15 minutos,
quando a sessão foi encerrada. Cada indivíduo foi
escaneado (segundo escâner de tarefa de escrita) por 40 minutos,
com uso dos mesmos parâmetros. A experiência fenomenológica
dos médiuns durante a psicografia e a tarefa de controle
foram avaliadas em uma entrevista semiestruturada logo depois da
aquisição das neuroimagens por escâner.
Análise de imagem e estatísticas
Os dados brutos de FSCr foram convertidos para
formato ANALYZE e pré-processados usando SPM5 (Wellcome Trust
Center for Neuroimagem, em Londres), implementado em Matlab 7,10.
As imagens FSCr de ambas as tarefas de escrita foram então
realinhadas para correção de pequenas alterações
entre as análises, utilizando seis parâmetro de transformação
rígida com grau 4 B-spline de interpolação.
As imagens foram então normalizadas para o modelo espacial
ponderado T1, fornecido pela Montreal Neurological Institute (MNI)
por meio de uma abordagem de quadrados mínimos e 12 parâmetros
de transformação espacial, seguido pela estimativa
de deformações não lineares, conforme implementado
no SPM5 e suavizado com um filtro Gaussian de 8 milímetros.
As imagens pré-processadas
de fluxo sanguíneo cerebral de cada indivíduo passaram
por um primeiro nível de análise comparando os dois
grupos (experientes versus menos experientes) e as duas condições
(psicografia versus controle). As imagens de cada indivíduo
passaram então por um segundo nível de análise
de grupo exploratória, com realização de 2×2
Repeated Measures ANOVA (SPM5) para determinar os efeitos principais
para os grupos (experientes versus menos experientes) e as condições
(psicografia versus controle). As diferenças de intensidade
global foram corrigidas com o uso de escala proporcional. A resultante
SPM{F} do teste de efeito dos mapas de interação foi
estabelecido em p1,64) e uma extensão de cluster de 100 voxels
contíguos. Clusters identificados foram então divididos
em regiões anatômicas, utilizando a base de dados Daemon
Talairach [34]. Finalmente, um modelo de correlação
linear foi aplicado para comparar alterações na complexidade
do conteúdo escrito às alterações no
fluxo sanguíneo cerebral nas regiões com diferenças
significativas entre psicografia e estado de controle.
Análise da complexidade do conteúdo escrito
O conteúdo escrito durante os 25 minutos
sem pausa foi avaliado por um brasileiro com doutorado em literatura
brasileira, com grande experiência em corrigir redações
elaboradas em vestibulares de uma das principais universidades brasileiras.
Ele realizou uma Avaliação Analítica [35],
[36], que atribui pesos a várias características ou
componentes da escrita para classificar com profundidade as habilidades
de escrita e sua qualidade. A escrita avaliada envolveu aproximadamente
350 palavras relacionadas ao período em que o cérebro
esteve impregnado com o marcador. Essa análise foi “cega”,
de modo que o analista não sabia a que grupo cada voluntário
pertencia. Os seguintes critérios foram utilizados para avaliar
o conteúdo escrito: (i) pontuação, (ii) seleção
de itens do léxico e ortografia, (iii) concordância
verbal e nominal, (iv) desenvolvimento do tema, (v) estrutura das
sentenças e articulação entre as partes, e
(vi) coerência. Os escores variaram de 1 a 4 para cada critério,
do seguinte modo: (1) fraco, (2) regular, (3) bom e (4) muito bom
(tabela 3). Os escores para o conteúdo elaborado pelos dois
grupos foram comparadas com a utilização do Teste
de Wilcoxon.
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Resultados
Embora os voluntários do presente estudo
tenham relatado alucinações auditivas, alterações
de personalidade e outros comportamentos dissociativos, não
apresentaram transtornos mentais e foram capazes de utilizar suas
experiências mediúnicas para ajudar outras pessoas.
Entrevistas clínicas estruturadas excluíram transtornos
psiquiátricos. Nenhum dos indivíduos, exceto um com
sinais prévios de transtorno de personalidade borderline,
mostravam qualquer sinal claro de transtornos mentais do Eixo I
ou Eixo II no momento do estudo [14] (tabela 2). Todos os indivíduos
declararam se sentir confortáveis durante o estudo e conseguiram
alcançar seu usual estado de transe durante a tarefa de psicografia
(4: “plenamente alcançado”), e essa avaliação
foi feita pouco depois da tarefa de psicografia.
Todos relataram estar em estado
habitual de consciência/de vigília durante a tarefa
de controle. Sete voluntários consideraram fácil escrever
durante a atividade controle, e três mencionaram alguma dificuldade,
relatando que geralmente achavam difícil elaborar textos
em suas vidas cotidianas. Durante a psicografia, todos os médiuns
relataram estados alterados de consciência, mas em diferentes
graus. Os médiuns experientes mencionaram um transe mais
profundo, com consciência turvada, frequentemente relatando
estar fora do corpo e ter pouca ou nenhuma consciência do
que escreviam. Médiuns menos experientes estavam em estado
de transe menos pronunciado e geralmente relataram escrever frases
ditadas a eles por espíritos.
Os grupos foram randomizados para
que não houvesse diferenças significativas no intervalo
entre os scans. Com a utilização de um teste T, baseado
na contagem de voxels, não houve diferenças significativas
quando o grupo inteiro foi analisado. O fluxo sanguíneo cerebral
significativamente maior (p<0.001 para todas as regiões)
ocorreu em várias áreas dos cérebros dos médiuns
menos experientes, particularmente no cúlmen esquerdo, hipocampo
esquerdo, giro occipital inferior esquerdo, cíngulo anterior
esquerdo, giro temporal superior direito e giro pré-central
direito (figura 1, tabela 4) durante a psicografia, em comparação
com a escrita produzida em estado normal (sem transe). O foco do
giro pré-central na verdade abrange o giro pré-central
e o giro medial frontal, mas descrevemos a região com base
nas coordenadas MNI (tabela 4). Os indivíduos experientes
mostraram atividade significativamente mais alta (p<0.001 para
todas as regiões) que os médiuns menos experientes.
Os médiuns experientes, ao
escreverem em estado de transe, apresentaram decréscimo de
fluxo sanguíneo cerebral nas mesmas regiões em comparação
à escrita da condição controle (figura 1) –
a diferença foi significativa na comparação
com os menos experientes (p<0.05). O conteúdo escrito
produzido pelos indivíduos durante os dois tipos de tarefas
– com ou sem transe mediúnico – nunca havia sido
escrito anteriormente. O nível de complexidade dos dois tipos
de escrita (psicografado e de controle) foi analisado individualmente
para cada indivíduo.
Os escores médios de complexidade
para conteúdo psicografado foram mais altos do que na escrita
em vigília (tabela 3), tanto para amostra geral [16.8 (DP
3.33) vs 14.4 (DP 2.95) - p = 0.007] como para os médiuns
mais experientes [18.4 (DP 2.30) - p = 0.041]. Para médiuns
menos experientes, a diferença foi próxima da significância
estatística [15.2 (DP 3.63) vs 13.4 (DP 2.41) – p =
0.066].
Por fim, realizamos análises de correlação
linear comparando as mudanças no escore de complexidade do
conteúdo escrito a mudanças no fluxo sanguíneo
cerebral nas seis regiões identificadas como significativamente
associadas com o estado de psicografia. Houve uma tendência
de correlação inversa entre mudança na complexidade
e mudança no fluxo sanguíneo em cada região.
Os coeficientes de correlação variaram de 0.59 a 0.74
para valores p de 0.03 a 0.12. Todas as correlações
foram inversas, de modo que maiores níveis de complexidade
estiveram associados com fluxo sanguíneo cerebral progressivamente
decrescente em cada região.
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Discussão
Nossa hipótese não se confirmou
entre os médiuns menos experientes, já que os resultados
apresentaram significativas alterações no fluxo sanguíneo
em diversas áreas do cérebro (figura 1, tabela 4)
durante a psicografia, em comparação com a escrita
fora do estado de transe. Mais ainda, contrariando a nossa hipótese,
os médiuns experientes, durante a escrita em estado de transe
dissociativo, apresentaram FSCr significativamente mais baixo nessas
regiões em comparação à escrita habitual
da condição controle (figura 1).
Em relação à
sugestão hipnótica, alguns estudos mostraram ativação
pré-frontal e dos circuitos relacionados à atenção
[37], mas outros [38] em indivíduos facilmente hipnotizados,
não; enquanto os médiuns experientes do presente estudo
apresentaram níveis mais baixos de atividade no sistema atencional
frontal. Embora tenham sido observadas redução na
conectividade frontal-parietal [39] e desativações
frontais depois de indução hipnótica em indivíduos
altamente sugestionáveis [40], a hipnose é fenomenologicamente
distinta das expressões mediúnicas, e por isso as
duas condições não são diretamente comparáveis
[41]. Além disso, a ideia de que a hipnose reflita um estado
dissociativo ainda é controvertida [42].
Estudos neurofuncionais em meditação
encontraram aumento de atividade no lobo frontal e na rede atencional
relacionada [24], [43], [44], diferentemente do que encontramos
no caso dos médiuns experientes. Embora os estados meditativos
não envolvam necessariamente dissociação, e
as expressões fenomenológicas sejam bastante diferentes
da psicografia, um estudo recente sugeriu que a meditação
aumenta a eficiência de atividade cerebral, de modo que os
níveis de atividade dos meditadores experientes são
menores que os dos menos experientes [45], um padrão semelhante
ao relatado no presente estudo envolvido com outra tarefa cognitiva:
a escrita.
Investigações com
neuroimagem mostraram que a escrita é um processo complexo
que exige sincronização de habilidades cognitivas,
linguísticas e perceptomotoras [46]. A complexidade do conteúdo
escrito reflete a criatividade e planejamento do autor, destacados
na atividade no giro pré-central, giro temporal superior
direito, cingulado anterior esquerdo, hipocampo, cúlmen e
lobos occipitais. Dano ou hipoperfusão nessas regiões
têm sido relacionados a graves dificuldades para escrever
[46]-[48]. Em particular, os médiuns experientes tiveram
escores mais altos de complexidade, sugerindo que o planejamento
para o conteúdo psicografado era mais sofisticado que o do
conteúdo escrito fora do estado dissociativo de transe mediúnico.
A maior complexidade do texto, envolvendo mais criatividade e planejamento
durante a psicografia, presumivelmente exigiria maior atividade
no giro pré-central direito, giro temporal superior direito,
cingulado anterior esquerdo, hipocampo esquerdo, cúlmen esquerdo
e giro occipital inferior esquerdo [46]-[48] do que a tarefa de
controle menos complexa – mas não foi o que ocorreu,
especialmente no caso dos médiuns experientes (figura 1).
Níveis mais baixos de atividade
no hemisfério esquerdo e mais altos no hemisfério
direito têm sido relatados em expressões patológicas
de experiências psicóticas e dissociativas [49], [50].
Diferentemente de nossos voluntários, pacientes com esquizofrenia
apresentam níveis mais baixos de fluxo sanguíneo nas
regiões do hemisfério esquerdo, enquanto as áreas
com fluxo mais alto podem refletir uma necessidade de engajar o
hemisfério direito para compensar as deficiências nas
redes do hemisfério esquerdo [51].
Anormalidades de fluxo sanguíneo
cerebral no cingulado anterior, pré-central, temporal e cúlmen
podem predizer o desenvolvimento de psicoses em indivíduos
de alto risco, com subsequente transição para psicose
[50], [52], [53]. O cingulado anterior está relacionado ao
sistema de atenção em conjunção com
regulação emocional, aprendizado, memória,
detecção de erro, monitoramento de conflitos, estratégia
de planejamento e empatia [54], [55]. A atividade reduzida no cingulado
anterior, giro pré-central, giro temporal superior e hipocampo
nos médiuns experientes pode explicar em parte a ausência
de foco, de autoconsciência e de consciência sobre o
conteúdo psicografado durante o estado dissociativo. Apesar
de várias similaridades com a ativação cerebral
relacionada em pacientes de esquizofrenia [50], [52], [53], os médiuns
participantes do presente estudo não sofriam de esquizofrenia
ou outros transtornos mentais (tabela 2). Esses achados reforçam
a importância de realizar mais pesquisas sobre diagnóstico
diferencial entre dissociação patológica e
não patológica [5], [16], [17].
Buscamos o máximo de similaridade possível entre os
grupos para melhor comparar suas atividades cerebrais.
As diferenças observadas
no fluxo sanguíneo cerebral podem estar ligadas a níveis
distintos de experiência, mas também podem refletir
diferenças em graus de ansiedade/expectativa, esforço
ou eficiência. Por exemplo, estudos demonstram que a ansiedade
está associada a maior atividade na insula/putamen e no córtex
pré-frontal ventral direito e esquerdo [56]. Algumas alterações
que observamos podem ter sido reflexo de ansiedade, embora pouco
provável, considerando que nenhum dos voluntários
tenha relatado níveis particularmente elevados de ansiedade/expectativa
ou estresse de acordo com o inventário BAI e a entrevista
qualitativa pós tarefas.
Estudos sobre expertise cognitiva
revelaram dois padrões gerais de alterações
na atividade cerebral. O nível de atividade na área
da face fusiforme (FFA) esteve envolvido em atividades desempenhadas
por especialistas e não especialistas [57], [58]. Outros
estudos mostraram algumas regiões cerebrais com maior atividade
durante tarefas realizadas por experts/especialistas [59]. A observação
de cálculos feitos por indivíduos especialistas mostrou
aumento de atividade no giro frontal medial, giro para-hipocampo,
giro cingulado anterior e junção occiptotemporal médio-direita,
além do lóbulo paracentral anterior [60]. Voluntários
com especialização em aritmética mostram aumento
de atividade em regiões mais amplas [61].
Esses resultados sugerem que os
especialistas expressaram maior atividade em rotas cerebrais diferentes
ou mais extensas. Entretanto, outros estudos sugerem que os indivíduos
mais habilidosos fazem uso mais eficiente da atividade e das regiões
cerebrais. Nessas circunstâncias, observa-se menor atividade
cerebral em tarefas cognitivas. Aqueles que se esforçam mais
para realizar tarefas cognitivas frequentemente precisam engajar
mais áreas cerebrais como mecanismo de compensação
[62]. Os resultados do presente estudo sugerem que o nível
de especialização pode ter um efeito importante na
atividade cerebral. Houve uma tendência de correlação
inversa entre a variação de complexidade e a alteração
no fluxo sanguíneo cerebral em cada região. Como essas
correlações foram inversas, a implicação
aparente é que maior complexidade esteve associada com fluxo
sanguíneo cerebral progressivamente atenuado em cada região.
Porém, esse interessante achado, quando se leva em conta
a complexidade dos textos psicografados, merece discussões
mais aprofundadas, investigações futuras e hipóteses
elucidativas. Alguns poderiam especular que tais achados estejam
relacionadas àqueles mostrados em estudos sobre improvisação
musical, em que a diminuição da atividade em algumas
áreas relacionadas a atenção pode ter envolvido
o treinamento para a inibição da atenção,
favorecendo a emergência da criatividade [63], [64]. Ainda
sobre criatividade, um estudo recente mostrou que o consumo de álcool,
que reduz a atividade do lobo frontal, parece aumentar a criatividade
ou talvez, na verdade, diminuir a crítica [65]. Contudo,
os estados de improvisação musical – com acentuada
participação da memória motora – e consumo
de álcool são bastante particulares e distintos da
psicografia, que envolve elaboração de textos inteligíveis
com mensagens éticas, conteúdos não improvisados
e, portanto, não podem ser comparáveis entre si. É
necessário realizar mais pesquisas para comparar minuciosamente
a psicografia a outros estados similares e elucidar com precisão
as possíveis relações entre a atividade do
lobo frontal e a profundidade, intensidade e complexidade do conteúdo
escrito produzido nesse interessante estado mediúnico.
De modo geral, o fato de que médiuns
experientes apresentem FSCr menor que os médiuns menos experientes
pode ser devido ao fato de que possuem mais anos de prática
e fazem mais psicografias por mês (tabela 1, figura 1). Entretanto,
considerando os altos escores de complexidade dos escritos dos mais
experientes, não está claro se a atividade cerebral
reduzida está ligada ao funcionamento mais eficiente do cérebro
durante a tarefa ou à influência de outras possíveis
variáveis como o transe mediúnico em si e a comunicabilidade
espiritual.
Embora cientes dos problemas de
conceitualização do transe, para o propósito
deste estudo utilizamos uma definição mais conceitual
e fenomenológica de transe proposta por Cardeña [66]:
uma alteração temporária da consciência,
identidade e/ou comportamento evidenciada por no mínimo dois
dos seguintes aspectos: (1) alteração marcante de
consciência; (2) reduzida consciência do ambiente ao
redor do indivíduo; (3) sensação de que os
movimentos estão fora do controle do indivíduo. Em
termos qualitativos, já que não existe uma única
expressão de mediunidade, mas diferenças importantes
entre pessoas e ocasiões, nossos indivíduos relataram
tipos variáveis de “contatos espirituais”. Os
médiuns menos experientes relataram se sentir como que inspirados
durante a psicografia e estar em um estado de semiconsciência
– as frases lhes vinham como se fossem ditadas – em
relação ao conteúdo escrito, enquanto os médiuns
mais experientes diziam estar “fora de seus corpos”
e não ter controle do conteúdo “elaborado pelo
espírito”. O giro temporal superior, que contém
o córtex auditivo, foi mais ativado durante a psicografia
no caso dos médiuns menos experientes, que ouviam frases
como se elas lhes fossem ditadas, mas menos ativado nos indivíduos
experientes, que não tinham controle consciente do conteúdo
psicografado. O giro temporal superior também está
envolvido na compreensão linguística e em uma área
fundamental relacionada à alucinação auditiva
em pacientes psicóticos [49].
A redução da atividade
no córtex pré-frontal, envolvido na categorização
e classificação de experiências [3], [67], pode
estar em parte relacionada à explicação subjetiva
do transe dissociativo tal como relatado pelos médiuns experientes,
e é mais condizente com a noção de escrita
inconsciente do que com o conteúdo de escrita planejada.
Estudos de processamento de linguagem sistematicamente mostram o
envolvimento do córtex temporal superior e do giro pré-central
como fundamental para processar palavras, e sua hipoperfusão
resulta em dificuldades seletivas de escrita [46], [47], [48]. A
ativação dessas áreas durante a escrita é
esperada em indivíduos saudáveis. Essas regiões
foram menos ativadas no cérebro dos indivíduos experientes
durante a psicografia, e eles não demonstraram a esperada
dificuldade de escrever na presença de hipoativação
[46], [47], [68]. O nível reduzido de atividade no córtex
temporal, giro pré-central, hipocampo e cingulado anterior
em médiuns experientes também reforça os seus
relatos subjetivos de que não tinham consciência do
conteúdo escrito durante a psicografia. Deve-se notar que
não se observaram as alterações no fluxo sanguíneo
cerebral no núcleo caudado descritas anteriormente no caso
da glossolalia. Os indivíduos também apresentaram
fluxo sanguíneo cerebral reduzido no córtex pré-frontal
direito, e essas discrepâncias podem estar relacionadas às
diferentes tarefas de processamento de linguagem durante esses estados
de transe [25].
Os médiuns estudados atribuíram
a autoria das psicografias aos “espíritos” comunicantes.
Na comparação com escritos em estado normal, médiuns
menos experientes apresentaram ativação maior nas
mesmas áreas de processamento cognitivo durante a psicografia,
enquanto os médiuns experientes apresentaram nível
de ativação significativamente menor (figura 1). Possivelmente,
os médiuns menos experientes tiveram de “trabalhar
mais”, como mostram seus níveis relativamente mais
altos de ativação das áreas relacionadas ao
processamento cognitivo durante a psicografia. Médiuns experientes
apresentaram fluxo sanguíneo cerebral nas áreas descritas
significativamente reduzido durante a psicografia, o que condiz
com a noção de escrita não consciente e suas
alegações de que uma “fonte externa” estava
planejando o conteúdo escrito. Regiões do cérebro
sabidamente envolvidas no planejamento da escrita foram menos ativadas,
mesmo quando o conteúdo era mais elaborado de que a escrita
em estado normal (tabela 3). Os presentes resultados não
condizem com simulação ou fraude, que têm sido
oferecidos como explicações para a psicografia. Circuitos
neurais relacionados ao planejamento presumivelmente seriam recrutados
para a composição dos textos caso os indivíduos
estivessem simulando estados de transe (figura 1, tabela 4). Ao
contrário, estudos das regiões de processamento cognitivo
envolvidas em raciocínio e planejamento de conteúdo
escrito [46]-[48] mostraram redução de atividade nos
médiuns experientes, que relataram que não tinham
controle do conteúdo escrito, afirmando que “a autoria
da psicografia não pode ser atribuída ao cérebro
do médium, mas ao espírito comunicante”. Os
indivíduos relataram que seu estado de transe envolvia um
“estado de relaxamento mental”.
O relaxamento mental sozinho poderia
explicar a atividade geral reduzida do cérebro, mas o fato
de que os indivíduos produziram conteúdos complexos
em estado de transe dissociativo sugere que eles não estavam
meramente relaxados. Mais ainda, o relaxamento parece uma explicação
improvável para a subativação de áreas
cerebrais especificamente relacionadas ao processamento cognitivo
que ocorria. Como primeiro passo para compreender os mecanismos
neurais envolvidos na dissociação não patológica,
enfatizamos que essas descobertas merecem mais investigação
em termos de replicação e hipóteses explicativas.
Em condições não
patológicas, os indivíduos podem viver de maneira
saudável com manifestações dissociativas no
âmbito religioso, embora tal condição dissociativa
possa ser patológica depois de acontecimentos adversos/traumáticos
[3]-[5]. A ausência de distúrbios do Eixo I ou II [14]
nos médiuns estudados está de acordo com as atuais
evidências de que as experiências dissociativas são
comuns na população em geral e não necessariamente
relacionadas a transtornos mentais, especialmente em grupos espirituais/religiosos
[16]. As alterações de FSCr durante a psicografia
evidencia a diversidade do fenômeno dissociativo em indivíduos
saudáveis e sugere que futuras investigações
devem precisar critérios para distinguir expressões
dissociativas saudáveis e patológicas no escopo da
mediunidade.
Uma limitação deste
estudo foi o tamanho pequeno da amostra estudada, que limitou a
análise detalhada que uma amostra maior poderia suportar.
Novos estudos com maior numero de voluntários permitirão
análises mais robustas corrigidas para comparações
múltiplas para possivelmente determinar outros achados e
diferenças relevantes entre grupos.
Diferentes linhas de pesquisa estão
se associando, o que é um acontecimento promissor rumo a
uma compreensão aprofundada da consciência e da dissociação
[7]–[9], [17], [31]. Embora o estudo de experiências
espirituais como a mediunidade tenha sido fundamental para o desenvolvimento
de nossa compreensão atual da mente, sua relevância
foi negligenciada pelos cientistas no século passado [10],
[19]. O presente estudo fornece dados preliminares e aponta a utilidade
potencial de estudos epistemologicamente bem fundamentados dos estados
dissociativos de consciência e das experiências espirituais
para aprimorar nossa compreensão da mente e de suas relações
com o cérebro, assim como para estudar e considerar intervenções
terapêuticas eficazes.
Agradecimentos
Nossos agradecimentos aos doutores Alexandre
Caroli Rocha pela análise da complexidade dos textos, a Peter
Fenwick e a Homero Vallada pelos comentários úteis
a uma versão preliminar deste manuscrito, e a Nancy Wintering
e Jeverson Reichow pelo valioso trabalho como assistentes.
Contribuição
dos autores
Conceberam e formataram os experimentos: JFP
AN. Realizaram os experimentos: JFP AMA LC FL AN. Analisaram os
dados: JFP AN. Contribuíram com reagentes, materiais e ferramentas
de análise: JFP AMA LC FL AN. Escreveram o estudo: JFP AMA
LC FL AN.
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*Julio Fernando Prieto
Peres – Psicólogo clínico, doutor em Neurociências
e Comportamento – Instituto de Psicologia USP. Pós-doutorado
no Centro de Espiritualidade e Mente – Universidade Pensilvânia,
EUA. Pós-doutorado na Radiologia Clínica/Diagnóstico
de Imagem – UNIFESP. Filiações: Serviço de
Medicina Nuclear do Departamento de Radiologia da Universidade da Pensilvânia,
em Filadélfia, Pensilvânia, EUA, Centro de Espiritualidade
e da Mente, da Universidade da Pensilvânia, em Filadélfia,
Pensilvânia, EUA, e PROSER (Instituto de Psiquiatria, Universidade
de São Paulo- USP, Brasil). Autor correspondente: julioperes@yahoo.com
Alexander Moreira-Almeida –
Residência e doutorado em Psiquiatria pela USP, pós-doutorato
pela Duke University, EUA. Professor de Psiquiatria da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e diretor do
NUPES (Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde
da UFJF, MG, Brasil). Coordenador da pós-graduação
Stricto Sensu da UFSF. Membro do Comitê Diretor da Seção
em Espiritualidade e Psiquiatria da Associação Mundial
de Psiquiatria. Filiação: NUPES.
Leonardo Caixeta – Psiquiatra,
mestre e doutor em Neurologia. Escola de Medicina da Universidade Federal
de Goiás, GO, Brasil.
Frederico Leão – Psiquiatra
e psicoterapeuta. PROSER (Instituto de Psiquiatria, Universidade de
São Paulo, USP, Brasil).
Andrew Newberg – Médico,
diretor de Pesquisa do Jefferson-Myrna Brind Centro de Medicina Integrativa
e especialista em neuroimagem de experiências religiosas, é
autor de vários livros (Biologia da Crença e Princípios
de Neuroteologia). Filiações: Serviço de Medicina
Nuclear do Departamento de Radiologia da Universidade da Pensilvânia,
em Filadélfia, Pensilvânia, EUA, Centro de Espiritualidade
e da Mente, da Universidade da Pensilvânia, em Filadélfia,
Pensilvânia, EUA, e Centro Myrna Brind de Medicina Integrativa,
Universidade Thomas Jefferson, Filadélfia, Pensilvânia,
EUA.
Fonte:
http://www.revistabrasileiros.com.br/2013/02/20/a-ciencia-e-as-experiencias-mediunicas-de-psicografias
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Moreira-Almeida, Alexander & Tostes Janaína
Siqueira R. Martins & Pinto, Alexandre de Rezende
-> Religiosidade / Espiritualidade na Prática Clínica: o que
o Psiquiatra pode fazer?
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