JOHAN KARL FRIEDRICH ZÖLLNER
8/nov/1834 - 25/abr/1882
Zollner foi um grande defensor
da causa espírita notabilizando-se por suas experiências
físicas onde a atuação dos espíritos não
deixaram dúvidas nem incertezas
Zollner foi um jovem professor de Física
e de Astronomia na Universidade de Leipzig, na Alemanha. Muito cedo
ele interessou-se pelos fenômenos mediúnicos, desenvolvendo
a teoria da quarta dimensão, defendendo-a apoiado em posições
teóricas e sobretudo em experiências práticas. Pela
teoria do espaço quadrimensional, o universo teria, além
das três dimensões euclidianas, uma quarta pela qual se
explicam alguns fenômenos de ordem espírita. As dimensões
suplementares no espaço seriam extensões da própria
matéria invisível e imperceptível aos nossos sentidos
físicos. Zollner exemplificava que "nós, seres de
três dimensões, só poderemos atar ou desatar um
nó, movendo uma das extremidades, 360º num plano que ser
"inclinado" para o que contiver a parte do nó de duas
dimensões". Porém se, entre nós, houver alguém
que por sua vontade possa efetuar movimentos de quatro dimensões,
este poder atar e desatar os nós de um modo muito mais simples.
A respeito da teoria da 4ª dimensão, Schiaparelli, famoso
astrônomo italiano, escreveu em carta dirigida a Camille Flammarion:
é a mais engenhosa e provável que pode ser imaginada.
De acordo com essa teoria, o fenômeno mediúnico
pode perder sua característica mística e passaria ao domínio
da Física e da Filosofia ordinárias.
Para melhor entendimento do que seja a 4ª dimensão na concepção
física atual, admitamos que o espaço possa encurvar-se
nas proximidades das grandes massas gravitacionais, o que só
poder fazê-lo no sentido da 4ª dimensão. Suponhamos
que alguém que nos observe da realidade quadrimensional, ou seja,
um ser da 4ª dimensão com capacidade de intervir em nosso
universo tridimensional, decida retirar uma pessoa de um determinado
local e colocá-la em outro. Isso equivaleria ao brusco desaparecimento
dessa pessoa do primitivo lugar por ela ocupado e o seu súbito
aparecimento em meio a vários outros seres sem que eles pudessem
dar conta de como surgiu ali, inesperadamente, seu semelhante. Pergunta-se:
isso realmete pode ocorrer? Vejamos um entre muitos casos misteriosos
de desaparecimento de pessoas que teriam sido levadas a uma quarta dimensão.
"Em 25 de novembro de 1875, o embaixador britânico na corte
de Viena, Benjamin Bathurst, dirigia-se para Londres. Pouco depois do
meio dia chegara a Perleburg, pequena cidade alemã. A viatura
estacionara diante de um albergue a fim de trocar os cavalos. O dia
estava claro e ensolarado. O embaixador desceu da caleça e foi
observar os animais. Contornou o palafreneiro que atrelava os cavalos,
passou atrás dos mesmos e ... desapareceu misteriosamente á
frente de várias pessoas que ali se encontravam. Não havia
árvores, buracos, moitas ou qualquer coisa que pudesse ocultar
um homem. Buscas minunciosas foram feitas por todos que, exaustos, desistiram
da procura por falta de um vestígio qualquer que os animasse
a prosseguir. (Langelann, Georges-"Les faits maudits"). Ter-se-ia
dado uma transferência do embaixador desse nosso espaço
para um outro espaço paralelo, através da quarta dimensão?
Não sabemos. Feito esse aparte que julgamos necessário
para melhor compreensão do leitor sobre a 4ª dimensão,
voltemos ao personagem biografado.
Para melhor confirmação de sua teoria, Zollner realizou
inúmeras reuniões com médiuns e pesquisadores em
sua própria residência. Em 1877, recepcionou pela primeira
vez em Leipzig, o médium inglês Henry Slade. Este era protagonista
de inúmeras manifestações de efeitos físicos.
Para analisar a mediunidade de Slade contou ocasionalmente com a participação
de vários outros professores universitários, o que imprimiu
maior entusiasmo em suas pesquisas. Com o trabalho levado a efeito com
esse médium, Zollner fez várias publicações
em forma de artigos, em revistas científicas e posteriormente
livros versando sobre a física transcendental.
Zollner teve contactos com outros médiuns famosos do século
XIX. Um destes foi a Madame D'Esperance, protagonista de fenômenos
de aparição e de transporte de objetos. Ela esteve na
Alemanha e procurou o prof. Zollner. Numa ocasião, de viagem
para Breslau, ele sugeriu que ela procurasse seu amigo Dr. Friese. Este
a recepcionou e acabou convencido das manifestações da
médium. Ela própria relatava um fato pitoresco a respeito
de uma visita que Zollner fez a ela e Dr. Friese em Breslau: "Durante
a visita do prof. Zollner, a morada do Dr. Friese foi invadida por muitíssimas
pessoas, que vinham com ansiedade informar-se dos últimos acontecimentos.
Como um relâmpago, a notícia havia sido propalada entre
os estudantes e as histórias mais extraordinárias estavam
em circulação. Muitos imaginavam que o doutor tinha um
batalhão de espíritos à sua disposição
para fazer milagres e escamoteações, curar enfermos e
dar informações sobre amigos desaparecidos ou qualquer
outra coisa." - Que devo dizer a todas essas pessoas? - perguntava
ele. Parecem ignorar que o Espiritismo não é sinônimo
de feitiçaria e de magia negra".
Zollner através de seus livros atraiu a atenção
do mundo filosófico para suas idéias originais registradas
em sua obra "A Natureza dos Cometas" e em outras como: "Esboços
de Fotometria Universal dos Céus Estrelados", "Natureza
dos Corpos Celestes" e "Física Transcendental".
Destacou-se como membro da Real Sociedade de Ciências, da Real
Sociedade Astronômica de Londres e da Imperial Academia de Ciências
Físicas e Naturais de Moscou. Foi também Membro Honorário
da Associação de Ciências Físicas de Frankfurt
e Membro da Sociedade Científica de Estudos Psíquicos
de Paris onde sua atuação lúcida era respeitada
por todos.
Em março de 1880, o Barão Von Hoffmann engajou o médium
inglês William Egliton para participar de reuniões com
Zollner. Foram ao todo 25 reuniões. Egliton era médium
de efeitos físicos, principalmente materialização
e escrita direta. Zollner mostrou-se muito satisfeito com os resultados
e declarou que não havia nada de errado nas manifestações.
Pretendia até publicar outro livro sobre suas experiências,
porém, faleceu antes disto.
Zollner foi um grande defensor da causa espírita notabilizando-se
por suas experiências físicas onde a atuação
dos espíritos não deixaram dúvidas nem incertezas.
Sendo físico, utilizou esta ciência para demonstrar a imortalidade
e divulgar a interferência dos desencarnados no cotidiano dos
encarnados. Ao propor a teoria da 4ª dimensão para explicar
os fenômenos observados antecipou-se aos físicos atuais
e demonstrou como a Ciência pode auxiliar a religião e
quanto a religião pode ser científica.
Foi um cientista que ultrapassou os limites acanhados dos laboratórios
terrenos para alçar-se aos altiplanos filosóficos da própria
Ciência, tornando-se assim um caçador de verdades, verdades
que alimentam os sonhos imortais dos homens.
Fonte primária:
FEP http://www.feparana.com.br/biografia.php?cod_biog=159
- http://educadorespirita1.blogspot.com.br/2015/04/johan-karl-friedrich-zollner-8nov1834.html
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de Marco Milani
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