
Tem causado no meio espírita
repercussão com controversas, as declarações
do médium Divaldo Franco, no último fim de semana
à revista Veja São Paulo, como vemos no site, com
a manchete: “Médium de direita”. Ali afirmou,
segundo as informações de Ana Carolina Soares, que
“Bolsonaro representa uma esperança”, e continua
“apesar de eu não aprovar o seu discurso a favor
da tortura”. Com todo respeito que o companheiro de doutrina
merece, mas entendemos que a exceção não
deve ser pincelada apenas sob esta questão, à luz
da doutrina espírita, mas muitas outras, como a apologia
do armamento, bem como o enxovalhamento dos princípios
da teoria de gênero, que mal-intencionadamente associou
ao conceito de ideologia, a fim de deturpar a base conceitual
do estudo acadêmico bem fundamentado. O consagrado médium
baiano certamente já deve ter ouvido muito perto de si
os dramas que estas mentes carregam, por quererem se autodeterminar
na direção dos clamores de suas almas (espíritos
em si não têm sexo), mas são levadas por questões
de todas as vertentes a se reprimirem a sua natureza afetiva,
gerando, não raro, quando não equacionadas suas
lutas, distúrbios de adequação sérios.
Não se usa do bom siso quem fala em induzir crianças
à modificação de seu reconhecimento de gênero,
não é o caso. Ainda na mesma matéria opina:
que Moro “ao prender Lula deve ter cumprindo a lei”.
De logo, e não poderia
ser diferente, estas são expressões do entendimento
do líder Divaldo Franco, que influencia milhares, claro,
mas não guarda a síntese do entendimento espírita,
em seu universo. É Divaldo Franco falando o que pensa e
cultiva Divaldo Franco. A doutrina espírita não
é hierarquizada de forma alguma. Os profitentes somos os
construtores dos nossos valores de saber e de sentir, na idealização
do que nos inspiram a razão, a emoção e,
claro, as conveniências, os interesses. Dessa forma, as
posições do médium Divaldo Franco, assim
como as minhas, são as nossas concepções.
Representam os nossos valores de percepção e de
conceitos, como no demais todos assim somos. No exercício
da sua plena cidadania Divaldo opina, mas não forma juízo
de valor doutrinário, como, naturalmente não o faço,
in casu do espiritismo quem o fez foi Allan Kardec.
Admiração a pessoas,
a posicionamentos é natural, até necessária,
como referências de similitude de sentir, mas tudo será
sempre de foro íntimo, pois cada um constrói o seu
mundo perceptivo e, consequentemente, opinativo e de ação,
viabilizando seus instrumentos de visão de mundo, suas
aspirações e ideais. É a humanidade que somos,
fazendo-nos pensar, falar e realizar o resultado deste produto
de ser, e quase sempre permeado, repito, pelas conveniências
e interesses.