Segundo o educador Paulo Freire, para que o diálogo
possa acontecer, são necessários três fatores:
- Amor
ao semelhante, intenção sincera de servi-lo, auxiliá-lo;
- Humildade,
isto é, ausência de presunções de superioridade
pessoal;
- Fé
na evolutividade do ser humano, sujeito de progresso.
A postura dialogal implica que cada interlocutor mantenha
ligado o seu desconfiômetro pessoal para não fazer afirmações
pretensamente definitivas e/ou conclusivas, pois respostas interpretativas
somente têm cabimento quando existir uma grande ascendência
de um dos interlocutores sobre o outro, fato que descaracteriza a relação
dialógica.
Simplificando: o que quero dizer é que os sujeitos
da relação dialogal (onde inexistem objetos) devem encontrar-se,
numa condição de igualdade, para permuta de informações
com respeito e acatamento recíprocos.
Penso que quem ainda não se acostumou
a raciocinar por hipóteses terá imensas dificuldades para
respirar no clima sereno do diálogo. Raciocinar por
hipóteses é reservar, prévia e conscientemente,
espaço nos escaninhos da memória para o arquivamento das
idéias alheias, para reexame e reavaliação futuros.
Esta predisposição desativa os mecanismos de defesa inconscientes
que costumam colocar nossas unhas de fora ao primeiro eriçar
de pêlos.
Penso também que quem quer ser um bom ator dialógico
deve levar para o encontro a consciência de que suas idéias,
como toda e qualquer percepção humana, são meras
hipóteses... descartáveis. E, definitivamente,
desapaixonar-se por elas.
· Diálogo,
eis a remédio para os distúrbios do convívio humano.
· Amor, humildade
e fé, eis os medicamentos.
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