Está sendo distribuído, gratuitamente, ao movimento espírita,
o documento "A Humanização do Centro Espírita",
elaborado pelo Grupo de Estudo e Pesquisa Espírita, da cidade
do Rio de Janeiro, trazendo "considerações e ferramentas
úteis para o processo de conhecimento da doutrina espírita,
da fraternidade, afetividade e convivência no Centro Espírita".
Trazemos para reflexão dos dirigentes
e trabalhadores espíritas esta análise sobre "Humanização
do Centro Espírita". O documento, na íntegra, pode
ser encontrado no endereço www.gepenet.hpg.ig.com.br.
"O ideal espírita é
de fraternidade, e possui força incalculável de trabalho
em prol do progresso e felicidade do homem".
Esta frase acima é do irmão
Orson Peter Carrara, extraído do periódico
"Dirigente Espírita", e retrata bem o ideal que deve
nortear as ações do Movimento Espírita: a fraternidade,
conseqüência natural do processo de humanização.
O eminente escritor J. Herculano
Pires, declara no seu livro "O Centro Espírita",
que "não basta semear idéias fraternistas entre os
homens, é necessário concretizá-las em atos pessoais
e sinceros".
Portanto, é imperioso que no
Centro Espírita, local de convergência dos Espíritas,
onde se prega o amor e o entendimento, o perdão e a tolerância,
a fraternidade e o respeito, haja a vivência destes sentimentos,
buscando a concretização dos ideais espíritas dentro
do seu prin-cipal núcleo constituído: o Centro Espírita.
"Que se comece pelo ardor, logo
o amor, preparando-se pela qualificação para servir
bem. Comecemos a sentir o problema do próximo, e a melhor maneira
de senti-lo é colocar-se no seu lugar, fazendo por ele o que
gostaria que lhe fosse feito. Com esse exercício nasce uma
onda de ternura, um sentimento de solidariedade e, a partir daí,
começa-se a dizer: "Meu Deus, eu sou gente, eu sou uma
célula do organismo universal; a sociedade caminha na minha
vida" (Divaldo Pereira Franco, em "Novos
Rumos para o Centro Espírita", Editora Leal, 1999).
Com essas palavras Divaldo Franco interpreta
o "humanizar" proposto por Joanna de Ângelis, ou seja,
tudo realizar com amor, com sentimento, colocando-se no lugar do outro
para sentir seus dramas e suas alegrias.
É o término das fofocas,
das intrigas, dos ciúmes, dos personalismos, dos achismos, da
centralização do poder, dos melindres e tantos outros
males que fazem estragos consideráveis na seara espírita.
Humanizar o Centro Espírita.
Trabalhar as relações interpessoais mergulhando-as no
amor para vivenciar-se a fraternidade. Saber conviver com as diferenças
através do diálogo construtivo.
Como? Colocando em prática as
sugestões a seguir.
Propostas de Dinamização das Atividades do Centro Espírita
1. Atendimento
Fraterno
Que o Centro Espírita, através de sua equipe de trabalhadores
voluntários, procure realizar o "Atendimento Fraterno"
todos os dias da semana, por plantão, ou, quando isso não
for possível, nos horários de funcionamento do Centro,
tanto nas reuniões públicas como outras, pois o sofrimento,
a dor e a procura por orientação não esperam dia
e hora.
2. Reuniões
Públicas
Na medida do possível, que o Centro Espírita disponibilize
"Reuniões Públicas" com palestra e passe nos
períodos da manhã, tarde e noite, para atender o maior
número possível de pessoas, estabelecendo alternativas
para o público durante a semana. Poderá ser criada reunião
com palestra e passe no horário do almoço para atender
as pessoas que trabalham no comércio ou empresas da região.
3. Desobsessão
Aumentar o número de grupos mediúnicos de desobsessão,
disponibilizando novos dias e horários para esses grupos trabalharem
no atendimento aos encarnados e desencarnados, possibilitando assim
também o ensejo de trabalho aos diversos médiuns e doutrinadores
em desenvolvimento (ou educação mediúnica).
4. Salas Temáticas
Através do uso do salão principal e outras salas menores,
criar nas reuniões públicas as "Salas Temáticas",
ou seja, cada uma com um tema específico a ser desenvolvido pelo
expositor, podendo o público escolher livremente o tema de sua
preferência para assistir ao estudo.
5. Grupos (ou
Ciclos) de Estudo
Nos moldes de um curso, o Centro Espírita deve implantar os "Grupos
de Estudo da Doutrina Espírita", favorecendo tanto os que
iniciam seu conhecimento do Espiritismo, como aqueles que procuram aprofundamento
doutrinário. Os "Grupos de Estudo" devem ter a duração
mínima de três meses (cursos introdutórios) e um
ano (cursos de aprofundamento), além do "Estudo Sistematizado
da Doutrina Espírita" com duração mínima
de quatro anos.
6. Perguntas e
Respostas
Nas reuniões públicas reservar de quinze a trinta minutos
para o expositor responder perguntas do público sobre o tema
apresentado, ensejando interação público/expositor
e assim dinamizando a reunião, melhor atingindo os interesses
dos que se dirigiram ao Centro Espírita.
7. Livraria
O Centro Espírita deve instalar a "Livraria Espírita"
preferencialmente junto à entrada do Centro, permitindo livre
acesso, divulgando a doutrina através do livro.
8. Espaço
Cultural Espírita
Manter uma "Biblioteca" acessível ao público,
com o empréstimo de livros por um perío-do de até
quinze dias, renovável por mais quinze. Dispor, junto da Biblioteca,
de um espaço para que o associado faça leituras e consultas
a livros, revistas e jornais espíritas, se possível também
disponibilizando vídeos e outras mídias de comunicação.
A cultura espírita é fator de progresso intelectual e
moral do ser humano, e o serviço de empréstimo e consulta
facilita a-queles que não possuem renda para se servir da Livraria.
9. Pesquisa
Realizar pesquisa, periodicamente, junto ao público freqüentador
e também junto aos trabalhadores, sobre suas necessidades e os
temas preferenciais para estudo. Conhecer o horizonte sócio-cultural
daqueles que procuram o Centro Espírita é fundamental
para direcionar com sensatez e objetividade as atividades da casa. Após
a realização da pesquisa, formar uma equipe para planejar
ações que visem atender os resultados da pesquisa.
10. Diálogo
Nas "Reuniões Públicas", nas "Salas Temáticas"
e nos "Grupos de Estudo", favorecer a exposição
dialogada, utilizar recursos áudio-visuais e realizar atividades
dinâmicas, sempre que possível, provocando o "pensar"
e a formação de consciências.
11. Acolhimento
Acolher com simplicidade e fraternidade todos aqueles que chegam ao
Centro Espírita, atendendo-lhes as necessidades e encaminhando-os
para os diversos serviços oferecidos. Uma boa equipe de "Recepção",
dialogando com amor, é cartão de visita que marca o ensejo
do próximo encontro.
12. Encontro de
Trabalhadores
Integrar, harmonizar, socializar os diversos trabalhadores do Centro
Espírita, periodicamente, em reuniões confraternativas
e de estudo, possibilitando a troca de idéias e de experiências.
Criar o "Dia do Centro Espírita" com recreações,
jogos, atividades culturais, apresentação musical, oficinas
de vivências, palestras, almoço e lanche. Deverão
funcionar a livraria, o centro cultural espírita e a secretaria
envolvendo todos os trabalhadores e freqüentadores do centro espírita.
13. Grupo de Estudo
da Atualidade
Criar grupos de discussão sobre temas atuais à luz do
Espiritismo, utilizando jornais, revistas e noticiário da tevê
e rádio, realizando uma reunião com bastante dinamismo,
diálogo e, se possível, aplicando dinâmicas bem
objetivas. Pode-se, com antecedência, solicitar que algum freqüentador
traga o assunto a ser enfocado, ou todos poderão fazê-lo,
ficando a cargo do grupo escolher qual assunto será debatido.
14. Comissões
Visitadoras
Que as Casas Espíritas criem pequenas comissões com a
finalidade de visitarem-se mutuamente, pelo menos dentro de uma mesma
região, com a finalidade de estreitarem os laços de convivência,
trocarem informações, realizando uma aproximação,
participando algumas vezes como frequentadores nas reuniões das
Instituições vizinhas.
15. Atividades
Conjuntas
Os Centros Espíritas de uma mesma região, ou de um mesmo
bairro, podem se unir para atividades comuns como: realização
de feira do livro espírita, criação de um programa
de rádio, promoção de treinamentos para o trabalhador
espírita, criação e manutenção de
um site na internet, integração de trabalhos sociais,
realização de semana espírita, e outras atividades.
16. Colegiado
Para melhor dinamização de sua administração,
sugerimos que o Centro Espírita utilize a direção
colegiada, privilegiando as prioridades doutrinárias, permitindo
decisões e execuções de tarefas em grupo, com diálogo,
troca de idéias e deliberações em conjunto. O colegiado
permite a formação de equipes em todas as áreas
e se opõe ao personalismo e a centralização administrativa/doutrinária.
17. A Família
no Centro Espírita
Todo Centro Espírita deverá criar um Departamento que
trate exclusivamente da família, tendo um enfoque da mesma como
um todo, desde a criança que participa da evangelização
até o idoso que comparece ao Centro. Este Departamento deverá
trabalhar em sintonia com os outros Departamentos: de Infância
e Juventude, Assistência Social, Doutrinário e ou-tros,
procurando promover o bem estar da família no Centro Espírita,
estimulando sua vinda ao Centro, promovendo atividades em dia e horário
que possa toda a família comparecer. Estas atividades deverão
ter característica de aproximar a família do Centro Espírita
e melhorar as relações de convivência familiar.
O Centro Espírita deverá passar a ser visto como um ponto
convergente de toda a família espírita, e não como
um local de "obrigações" religiosas, mas um
local agradável e disponível.
18. Promoção
Social Humana
Na área do serviço assistencial, criar oficinas profissionalizantes
(corte e costura, artesanato, marcenaria, pintura em tecido, etc.) e
grupo de estudo da doutrina espírita, de partici-pação
obrigatória por parte da família cadastrada para atendimento.
Levar as crianças dessa família à evangelização
espírita infanto-juvenil (também de caráter obrigatório).
A assiduidade e participação contarão bônus
que serão trocados semanalmente, ou mensalmente, pelos alimentos
e vestuário que a família necessitar. O atendimento terá
tempo limite (de seis meses a um ano), objetivando-se a promoção
sócio-cultural-profissional-espiritual da família atendida.
19. Qualificação
dos Trabalhadores
Periodicamente os Centros Espíritas de uma mesma região
devem se envolver na tarefa comum de recapacitação e qualificação
dos seus trabalhadores, através de cursos regulares sobre administração
do centro espírita, atendimento fraterno, recepção,
mediunidade e outros temas. Lembramos que essa "reciclagem"
pode também ser feita isoladamente por cada centro espírita.
A formação de uma equipe responsável pelo treinamento,
procurando manter-se atualizada e ativa, é recomendável.
20. Integração
Procurar priorizar a integração da criança, e principalmente
do jovem, ao Centro Espírita, motivando e cativando os jovens
da mocidade espírita para participarem das atividades da casa.
Esse estímulo deve ser feito através do diálogo
constante e da interação por parte dos adultos nas atividades
juvenis.
21. A terceira
Idade
O Centro Espírita deve promover trabalhos direcionados aos freqüentadores
e trabalha-dores da terceira idade, integrando o idoso nas tarefas e
serviços ofertados ao público.
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