“Não andeis cuidadosos de
vossa vida,
pelo que haveis de comer, nem pelo que haveis de vestir.
Não é mais a alma que a comida, e o corpo mais que o vestido?”
(Mateus 6:25-32)
Na qualidade de seres inteligentes, ora integrantes do orbe terrestre,
vivemos imersos num oceano energético e nutridos pela vida que
o sol nos proporciona. Biologicamente somos considerados seres vivos,
pois respiramos e interagimos com as energias que permeiam todo o cosmo.
Contudo, a maneira de nos posicionarmos diante da vida, apesar da forte
influência exercida pelo materialismo, serve para ampliarmos um
pouco mais os horizontes do nosso pensamento, de modo a nos projetarmos
muito além das necessidades consideradas básicas.
O que predomina no momento senão o desejo de destaque social,
de conforto excessivo, de status proporcionado pelo poder econômico?
Com tantas preocupações superficiais e interesses inferiores,
relegamos, às vezes, a um segundo plano a essência que
refulge na intimidade de nossa complexidade psico-orgânica.
Mas, enfim, quem somos?
Ao longo de nossa caminhada evolutiva passamos por inúmeras experiências
nem sempre construtivas. E diante da triste realidade verificamos o
quanto somos acanhados em termos de um melhor gerenciamento das nossas
emoções e do árduo trabalho de reconstrução
interior.
Em verdade, a maioria desconhece ser dotada de uma constituição
espiritual e, portanto, não sabe como reagir de forma adequada
aos desafios e conflitos habituais.
Para que o indivíduo aja de maneira consciente, ao invés
de apenas reagir aos estímulos provenientes do meio, ele deve
vibrar em consonância com a paciência, com a tranqüilidade
interior e, sobretudo, com a humildade, virtude especial responsável
pelo reconhecimento das limitações morais ainda existentes
em cada ser.
Evitemos bloquear deliberadamente o nosso impulso evolutivo e exercitemos
pequenos passos em prol da consolidação da nossa transformação
interior para melhor.
A propósito, Allan Kardec, o respeitável codificador do
Espiritismo esclarece:
“Reconhece-se
o verdadeiro espírita pela sua transformação
moral e pelos esforços que emprega para domar as suas más
inclinações”
(Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap.
XVII - Sede Perfeitos ).
De acordo com a
visão holística proporcionada pelo Espiritismo, o corpo
físico reflete os impulsos da alma, ou seja, a somatória
dos atributos positivos ou não, incorporados ao nosso patrimônio
espiritual no transcorrer das sucessivas reencarnações.
Por isso, admite-se que o estado de saúde vivenciado pelas pessoas
esteja intimamente ligado à generalidade das ações
pretéritas.
Nos dias atuais, o conceito de enfermidade está circunscrito
aos laudos fornecidos pela medicina clássica. Porém, no
nosso entendimento, estar enfermo, é antes de tudo, manifestar
os reflexos negativos da própria alma.
Aquele que apresenta uma deficiência física, mas apesar
das limitações, exerce uma atividade laborativa e manifesta
bom ânimo é alguém que se considera vivo, portanto,
não deve imaginar-se incapaz de alguma realização,
por mais simples que seja.
O mesmo acontece em relação às imperfeições
morais. Na qualidade de seres pouco evoluídos, todos possuem
maior ou menor quantidade de problemas morais, mas apesar deles deve-se
viver, lutar e tentar progredir no exercício da auto-superação.
Quem se deixa invadir pelo desânimo e se acomoda na ausência
do esforço renovador, este sim, está gravemente enfermo,
pois carece da esperança.
A consciência dos próprios defeitos e limitações
deve constituir-se um estímulo no sentido de ampliar a noção
de responsabilidade e a necessidade de lutar pela melhoria íntima.
No entanto, os impedimentos morais, freqüentemente são usados
como desculpas, e em conseqüência, escutamos frases do seguinte
teor: “eu sou assim mesmo... a minha personalidade sempre foi
essa... por isso não consigo modificar-me”. Quem assim
se pronuncia, esquece que todos nós, seres encarnados, somos
os únicos responsáveis pela construção de
uma personalidade bem ou mal estruturada; enfim, o esforço despendido
no cultivo de um defeito é o mesmo desenvolvido em prol da construção
de uma qualidade enobrecida.
Busquemos a coragem necessária e estejamos sempre dispostos a
promover mudanças para melhor com o objetivo de consolidar a
própria evolução.
Reconhecemos não ser fácil suplantar os obstáculos
naturais do caminho, porém, consideremos o dever de levantarmos
a cabeça e divisarmos lá no horizonte a esperança
que nos estimula ao eterno continuar.
O equilíbrio almejado depende de se estar devidamente vacinado
contra as deficiências morais, que mais facilmente afetam a humanidade:
o orgulho e o egoísmo.
Por isso, manter em dia a vacina contra esses micróbios morais
é o primeiro passo no sentido de se alicerçar atitudes
em bases de cooperação espontânea e de caridade
desinteressada. A saúde integral nada mais é que a resultante
do amor vivenciado em toda sua plenitude.
Fonte: http://www.aeradoespirito.net/