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Tese apresentada à Faculdade de
Medicina
da Universidade de São Paulo para
obtenção do título de Livre-docente junto ao
Departamento de Psiquiatria
Resumo
O campo é vasto e foi necessário
delimitá-lo. Optou-se pelos estudos psiquiátricos a respeito
da religião que tiveram a preocupação de testar
uma hipótese, de estudar a relação entre transtornos
mentais e religião de forma empírica. Por isso, deixou-se
de lado imensa quantidade de literatura muito rica, mas contendo apenas
reflexões e opiniões a respeito. Este trabalho divide-se
em duas partes. Na primeira, uma introdução sobre os principais
conceitos acerca de religião, espiritualidade e fé, além
de definir os diferentes tipos do uso da expressão saúde
mental. A seguir examinou-se as características da religião
saudável, comparando-as com as da religião que pode ser
prejudicial à saúde mental. Apresentou-se os diferentes
mecanismos pelos quais a religião pode influenciar á saúde
e detalhou-se o que os trabalhos mostram sobre a relação
entre religião, saúde física, bem estar e os diferentes
transtornos mentais. Os problemas metodológicos do estudo da
religião na psiquiatria foram abordados e as principais recomendações
encontradas na literatura detalhadas.
Na segunda parte, resumiu-se a literatura sobre transtornos mentais
em ministros religiosos, ficando evidente que o tema foi muito pouco
estudado. Os trabalhos são antigos, de muito antes do início
de cuidados como critérios e instrumentos diagnósticos.
Examinou-se também a literatura sobre os fatores de estresse
na vida do sacerdote.
Para investigar a prevalência de transtornos mentais entre ministros
religiosos cristãos, não católicos moradores da
cidade de São Paulo, 750 questionários contendo o “Self-Report
Psychiatric Screening Questionnaire (SRQ-20)” e o “Inventário
da Vida Religiosa” foram enviados pelo correio. Das 207 respostas,
quarenta foram sorteados e convidados para uma entrevista com o “Schedules
for Clinical Assessment in Neuropsychiatry” (SCAN) e uma entrevista
aberta visando responder à Escala para Gravidade de Estressores
(eixo IV do DSM-III-R).
A prevalência de transtornos mentais no mês que precedeu
a entrevista foi de 12.5%, e 47% receberam um diagnóstico quando
a vida toda foi considerada. Os principais diagnósticos foram
Transtornos Depressivos (16.4%), Transtornos do Sono (12.9%) e Transtornos
Ansiosos (9.4%). Religiosidade do tipo Intrínseco foi associada
com saúde mental. Problemas financeiros, problemas com outros
pastores, conflitos com os líderes leigos da igreja, dificuldades
conjugais, problemas doutrinários na igreja e sobrecarga de trabalho
foram os fatores de estresse identificados mais importantes.
Fonte: http://www.hoje.org.br/site/artigos.php
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