Os profetas da tragédia falam
em cataclismos geológicos, guerra nuclear, guerra bacteriológica,
pestes, epidemias arrasadoras para este último quartel do século
20. Aves agoureiras anunciam a fome mundial pelo aumento da população
terrena, o desaparecimento da atmosfera planetária por efeito
de explosões atômicas, da devastação das
matas, da poluição ambiental. Estaríamos numa
fase de contradições insanáveis. O progresso
acelerado nos levaria fatalmente à desgraça total, ao
cumprimento das profecias apocalíticas, ao fim do mundo.
Apesar deles e dos alarmistas que propagam as suas ideias mortíferas,
dos terroristas do boato, há homens sensatos, cientistas ponderados,
futurólogos que não se engajam no jogo dos trustes do
medo. Estes procuram mostrar, através de dados concretos e
raciocínios objetivos, que as crises atuais que enfrentamos
são sintomas de desenvolvimento, comuns a todos os processos
de crescimento. Outros, como Isaac Asimov, fazendo concessões
às mentes delirantes, sugerem soluções curiosas
de ficção científica: a colonização
da Lua e de Marte, a construção de cidades submarinas
e cidades espaciais, o controle maciço da natalidade, a aplicação
de métodos químicos para a redução do
tamanho do homem e assim por diante. Milhões de criaturas humanas
poderiam viver em cidades metálicas, construídas em
funis gigantescos localizados em zonas intermediárias da gravitação
terrena e da gravitação lunar.
Não há dúvida que estamos numa era apocalítica,
semelhante a que houve na Palestina na antevéspera do advento
do Cristianismo, quando as profecias da destruição constituíam
o alimento preferido do sadismo coletivo. Foi precisamente dessas
profecias que resultou o Apocalipse evangélico atribuído
ao apóstolo João, que o teria recebido do próprio
Cristo na ilha de Patmos. Essa visão judaica do fim do mundo
foi considerada por Renan, Harnak, Guignebert e outros investigadores
conscienciosos como um livro apócrifo, referente à queda
do Império Romano, e por mero equívoco anexado às
páginas do Evangelho. Mas quem poderia convencer disso os piedosos
adeptos das religiões do terror, cuja fé nas desgraças
vindouras é hoje alentada e alimentada pelas novas previsões
de catástrofes?
O HOMEM É O PERIGO
Essas visões remotas de um
tempo há muito superado são hoje exploradas pelos grupos
interessados em manter o mundo nas garras. Há perigo, sem dúvida,
numa fase de transição como a em que nos encontramos.
Mas o perigo não vem do céu, da ira de Deus, da instalação
do Tribunal do Messias entre as nuvens, com anjos tocando trombetas
assustadoras nos pontos cardiais da Terra e os mortos ressuscitando
sob nevoeiros atômicos, com seus corpos mortais reconstituídos
pela vingança divina. Essas apreensões ilógicas
e ridículas, muitas vezes pregadas do púlpito das igrejas
cristãs, de tribunas espíritas e até mesmo de
cátedras universitárias, devolvem-nos à era das
civilizações primitivas, agrárias e pastoris,
e aos terrores do mundo mitológico ou dos sermonários
medievais. O perigo existe e esse perigo é o homem, somos nós
mesmos. Uma guerra nuclear não seria desencadeada pelos astros
ou pela ira de Deus, mas pelos homens responsáveis pelo equilíbrio
do mundo social, do mundo humano. O mundo natural, constituído
pela Natureza, sofreria as consequências da loucura humana,
mas poderia recuperar, através de suas leis de equilíbrio
e conservação, as zonas devastadas.
A ideia de que o homem pode destruir o mundo provém de dois
elementos de concepções antiquadas, hoje inaceitáveis:
1.) O orgulho humano, que pretende sobrepor a fragilidade da criatura
à onipotência do Criador;
2.) A crença ingênua nos poderes mágicos, segundo
a qual os mágicos podiam destruir as coisas, os seres e o próprio
mundo com simples sinais cabalísticos.
O aumento do conhecimento científico provoca vertigens em cérebros
pouco estáveis, pouco seguros, e a vaidade natural da espécie
faz certos homens pensarem que descobriram a chave da Natureza e podem
manipulá-la com seus novos instrumentos técnicos, que
lhes dão um acréscimo enorme de poder. Por outro lado,
o pensamento mágico, sempre necessariamente contraditório,
aceita a existência do Gênio Maligno de Descartes (simples
hipótese de pesquisa) e transforma Deus numa espécie
de Frankenstein, um ser dotado de dupla personalidade, capaz de amar
e odiar ao mesmo tempo.
Mas se compreendermos, para começar, que Deus não é
uma personalidade humana, mas um centro cósmico de inteligência
e poder, que mantém não apenas o equilíbrio da
Natureza, da Terra e do Sistema Solar, mas de todo o Cosmos, com sua
infinidade de galáxias, em que milhões e milhões
de mundos existem, então será fácil entendermos
a falácia e o delírio dessas profecias terroristas.
A Terra é um grão de areia no infinito, de maneira que
o temporal desencadeado nela pelo homem seria bem menos do que uma
tempestade num copo d'água.
UMA VISÃO REAL
Os estudiosos, os pesquisadores, os
cientistas honestos advertem-nos contra os abusos do poder humano,
que podem causar muitos males desequilibrando o meio ambiente. Mas
reconhecem, como vimos ainda recentemente no Congresso Internacional
de Belgrado sobre a questão populacional, que a situação
desastrosa do planeta refere-se a determinadas zonas superpovoadas,
como os grandes centros urbanos, as nações altamente
industrializadas, e não a toda a Terra. Enquanto, por exemplo,
as megalópoles crescem envenenadas pelos seus próprios
excessos industriais, as vastas zonas campestres se despovoam. A Terra
tem capacidade para uma população muitas vezes maior
do que a atual e do que a prevista pelos futurólogos para os
próximos anos. A falta de alimentos não decorre da falta
de produtividade, mas da falta de transportes e distribuição
equitativa do alimento produzido. Além disso, há o problema
evidente da falta de distribuição dos recursos financeiros,
da falta de revisão da estrutura econômica mundial, sujeita
cada vez mais a colapsos provenientes de suas deficiências,
de seus clamorosos desequilíbrios.
Cabe ao homem reestruturar os seus esquemas sociais, reajustando-os
à necessidade de harmonia e equilíbrio da vida planetária.
Cabe ao homem encarar esses problemas por um prisma humanístico,
em que prevaleça o princípio do respeito à criatura
humana, acima da defesa de princípios sociais e econômicos
que estabeleceram regimes de privilégios desumanos em todo
o mundo, ainda vigentes, sustentados e estimulados tanto na chamada
área socialista, quanto na área do capitalismo ou neocapitalismo,
tanto nos países desenvolvidos, quanto nos subdesenvolvidos
ou em processo de desenvolvimento.
Delegar a entidades divinas o que nos compete ou querer investir contra
as divindades, como novos Prometeus que pretendam roubar o fogo do
céu, é simples manobra de fuga ao cumprimento de nossas
responsabilidades imediatas. Os princípios evangélicos,
a evolução do Direito, a Carta dos Direitos Humanos,
o avanço do pensamento filosófico, o desenvolvimento
científico e tecnológico, o amadurecimento da razão,
todos esses fatores e muitos outros abrem perspectivas novas para
a solução dos nossos problemas sociais, culturais e
econômicos. Mas, os interesses constituídos e a cegueira
da maioria das criaturas (ou a miopia coletiva) impedem a ação
eficaz para essa solução. Não precisamos de cidades
em funis metálicos no espaço sideral. Aqui mesmo, na
Terra, há lugares de sobra para a multiplicação
inevitável de nossos centros urbanos. O neomaltusanismo dos
nossos dias é ainda mais desarrazoado que o de Malthus. Nossas
possibilidades de produção de alimentos cresceram em
progressão geométrica, graças ao desenvolvimento
científico e tecnológico. O que nos falta é o
controle, a ordenação precisa e rigorosa dessas possibilidades,
para que os perigos humanos que nos ameaçam sejam superados.
ADMINISTRAÇÃO TERRENA
Dos seus voos heroicos, hoje insignificantes
ante o progresso espantoso dos voos aeronáuticos e astronáuticos,
Saint-Exupéry chegou à conclusão que deu título
ao seu livro famoso: "Terra dos Homens".
Tinha razão o poeta-voador. A Terra é nossa. Foi o ninho
em que nascemos e nos desenvolvemos. Mas ainda não aprendemos
a administrá-la. A reduzida população terrena
dos milênios transcorridos, confinada em zonas determinadas
do planeta, com suas civilizações ilhadas, legou-nos
a experiência das administrações locais, reduzidas
a técnicas dispersivas, desligadas da visão universal
que o Cristianismo nos traria. Aprendemos a administrar pequenas nações,
mesmo quando situadas em grandes territórios, e a lei da inércia,
dominante na estática social e anquilosada nas tradições
regionais, consagrou princípios inadequados, impondo-os ao
mundo mais vasto e rico do futuro (hoje convertido em presente) como
se tivessem validade universal e eterna. Percebemos isso, sentimos
o desajuste, mas os interesses criados e a ambição estimulada
continuam a agir como meios de contenção do processo
renovador.
A evolução cultural deu-nos a possibilidade de compreender
Deus em plano superior, mas as nossas deficiências de formação
impedem essa compreensão e ainda nos amarram a condicionamentos
embaraçosos. Não somos capazes de entender a senha lírica
de Saint-Exupéry e transformar o planeta na Terra dos Homens.
Não compreendemos sequer a responsabilidade de organização
e administração planetária, que decorre de nosso
próprio livre-arbítrio, de nossa própria liberdade.
Apelamos para esquemas rígidos e desumanos, baseados em processos
de violência e opressão, esquecidos do princípio
fundamental da fraternidade humana. Falamos em igualdade de direitos,
em distribuição da riqueza, em oportunidades para todos,
e continuamos a agir como barões feudais, sem forças
para rejeitar os sistemas de escravidão e servidão que
nos vêm do passado remoto.
Diante do sentimento de impotência gerado por essa situação
e pelas dolorosas experiências recentes de soluções
arbitrárias, impostas pela força, com o esmagamento
das liberdades humanas, com o desrespeito à dignidade da criatura
humana, apelamos para a descrença nos valores do espírito
e mergulhamos no caos das concepções materialistas e
pragmatistas.
Não é Deus, nem quaisquer outras divindades, que nos
ameaçam com flagelos destruidores. Somos nós mesmos,
os homens, os produtores de flagelos, os criadores de cataclismos.
DESENVOLVIMENTO DA INTELIGÊNCIA
Desenvolvemos a inteligência
de maneira assombrosa. Reclamamos a falta de gênios, em comparação
com as idades de ouro do passado, e não percebemos que temos
mais ouro do que nunca e por isso mesmo os gênios não
alcançam o destaque e a fama de outras eras. Aludimos ao inconsciente
coletivo e não vemos o arejamento da consciência coletiva,
o crescimento da inteligência no povo, nas massas.
Costuma-se atribuir à influência dos novos meios de comunicação
a precocidade mental das crianças de hoje, esquecendo-se que
a evolução natural da inteligência determinou
o aprimoramento e a expansão dos meios de comunicação.
As novas gerações manifestam-se inquietas, criando problemas,
suscitando crises morais, políticas e sociais. Como afirma
Ingenieros: "A juventude toca a rebate em toda renovação".
Dewey acentuou a importância da reelaboração das
experiências pelas novas gerações. Cada jovem
é um projeto de realizações renovadoras, em maior
ou menor medida, e não temos o direito de frustrá-los
com o nosso temor do futuro. Eles, os jovens, são o futuro
e temos de ajudá-los na realização de suas aspirações,
integrando-os nas experiências atuais e preparando-os para o
amanhã.
A posição conservadora das velhas gerações
decorre do instinto natural de conservação. Faz parte
do processo evolutivo, como força moderadora dos impulsos de
renovação. Mas os jovens representam a renovação
em marcha e cabe-nos o dever de procurar compreendê-los, nunca
o de exclui-los ou de querer reduzi-los a conservadores forçados
ou fingidos. As velhas gerações vão passando
e as novas poderão impor-se através de processos violentos,
como reação às opressões sofridas.
O grau atual de desenvolvimento da inteligência humana permite-nos
compreender perfeitamente esse processo da dialética da evolução
e contribuirmos para manter o equilíbrio necessário
na fase de transição que atravessamos. Muitos pedagogos,
como Dewey, Kilpatrick, Hubert, Kerschensteiner, lutaram e vêm
lutando para estabelecer um tipo adequado de educação
a uma civilização em mudança. Essa adequação
não pode prescindir de uma compreensão mais ampla do
problema espiritual, superando o equívoco do laicismo e da
formação sectária de tipo igrejeiro. A Educação
Espírita apresenta-se como mediadora para a solução
desse problema, oferecendo contribuições decisivas,
mas infelizmente o próprio meio espírita não
se mostra capaz de compreender o que seja educação espírita.
A única revista especializada do mundo, nesse setor de importância
vital para este momento, foi lançada em São Paulo pela
editora Edicel, sem finalidade comercial e não está
podendo sustentar-se, ante o desinteresse geral, que abrange até
mesmo a rede escolar espírita. A inteligência espírita,
apegada a um misticismo antidoutrinário, revela-se tão
inepta quanto os rabinos do Templo de Jerusalém, no tempo de
Jesus, para compreender o seu dever na hora atual. Essa é uma
responsabilidade muito mais grave do que geralmente se pensa, nesta
hora de transição. E não só os espíritas
devem arcar com ela, mas todos os homens de inteligência e cultura
que podem contribuir para o esclarecimento popular.
UMA TOMADA DE CONSCIÊNCIA
O apego ao contingente, ao imediato,
apaga na consciência dos nossos dias o senso da responsabilidade
espiritual. Nem mesmo a ronda constante da morte consegue arrancar
o homem atual da embriaguez do presente. O problema do espírito
e da imortalidade só se aviva quando ligado diretamente a questões
de interesse pessoal. O católico, o protestante e o espírita
se equivalem nesse sentido. Todos buscam os caminhos do espírito
para a solução de questões imediatistas ou para
garantirem a si mesmos uma situação melhor depois da
morte.
A maioria absoluta dos espiritualistas está sempre disposta
a investir (este é o termo exato) em obras assistenciais, mas
revela o maior desinteresse pelas obras culturais. Apegam-se os religiosos
de todos os matizes à tábua de salvação
da caridade material, aplicando grandes doações em hospitais,
orfanatos e creches, mas esquecendo-se dos interesses básicos
da cultura. Garantem os juros da caridade no pós-morte, mas
contraem pesadas dívidas no tocante à divulgação,
sustentação e defesa de princípios fundamentais
da renovação da cultura planetária.
A imprensa, a literatura, o ensaio, o estudo, a fixação
das linhas mestras da nova cultura terrena ficam ao deus-dará.
Falta uma tomada de consciência, particularmente no meio espírita,
da responsabilidade de todos na construção e na elaboração
da Nova Era, que é trabalho dos homens na Terra.
Ninguém ou quase ninguém compreende que sem uma estruturação
cultural elevada, sem estudos aprofundados no plano cultural, que
revelem as novas dimensões do mundo e do homem na perspectiva
espírita, o Espiritismo não passará de uma seita
religiosa de fundo egoísta, buscando a salvação
pessoal de seus adeptos, precisamente aquilo que Kardec lutou para
evitar.
A finalidade do Espiritismo, como Kardec acentuou, não é
a salvação individual, mas a transformação
total do mundo, num vasto processo de redenção coletiva.
Proporcionar aos jovens uma formação cultural apoiada
na mais positiva e completa base espiritual, que mostre a insensatez
das concepções materialistas e pragmatistas, dando-lhes
a firmeza necessária na sustentação e defesa
dos princípios doutrinários, não é só
caridade, mas também realização efetiva dos objetivos
superiores do Espiritismo nesta fase de transição. Sem
esse trabalho não poderemos avançar com segurança
e eficácia na direção da Era do Espírito.
Temos de dar às novas gerações a possibilidade
de afirmarem, diante do desenvolvimento das Ciências e do avanço
geral da Cultura, como disse Denis Bradley: "Eu não
creio, eu sei!" Porque é pelo saber, e não
pela crença, pela fé racional e não pela fé
cega, pelo conhecimento e não pelas teorias indemonstráveis
que o Espiritismo, como revelação espiritual, terá
de modelar a nova realidade terrena, apoiado na confirmação
científica, pela pesquisa, dos seus postulados fundamentais.
A revelação humana confirma e comprova a revelação
divina.
Esse é o problema que ninguém parece compreender. Todos
sonham com o momento em que a Ciência deverá proclamar
a realidade do espírito. Mas, essa proclamação
jamais será feita se a Ciência Espírita não
atingir a maioridade, não se confirmar por si mesma, podendo
enfrentar virilmente, no plano da inteligência e da cultura,
a visão materialista do mundo e a concepção materialista
do homem. Por isso precisamos de Universidades Espíritas, de
Institutos de Cultura Espírita dotados de recursos para uma
produção cultural digna de respeito, de Laboratórios
de Pesquisa Psíquica estruturados com aparelhagem eficiente
e orientados por metodologia segura, planejada e testada por especialistas
de verdade, capazes de dominar o seu campo de trabalho e de enfrentar
com provas irrefutáveis os sofismas dos negadores sistemáticos.
É uma batalha que se trava, o bom combate de que falava o apóstolo
Paulo, agora desenvolvido com todos os recursos da tecnologia.
Chega de pieguice religiosa, de palestras sem fim sobre a fraternidade
impossível no meio de lobos vestidos de ovelhas. Chega de caridade
interesseira, de imprensa condicionada à crença simplória,
de falações emotivas que não passam de formas
de chantagem emocional. Precisamos da Religião viril que remodela
o homem e o mundo na base da verdade comprovada. Da caridade real
que não se traduz em esmolas, mas na efetivação
da fraternidade humana oriunda do conhecimento de nossa constituição
orgânica e espiritual comuns, ou seja, da inelutável
igualdade humana. De exposições sábias e profundas
dos problemas do espírito, nascidas da reflexão madura
e do estudo metódico e profundo. Temos de acordar os dorminhocos
da preguiça mental e convocar a todos para as trincheiras da
guerra incruenta da sabedoria contra a ignorância, da realidade
contra a ilusão, da verdade contra a mentira. Sem essa revolução
em nossos processos não chegaremos ao mundo melhor que já
está batendo, impaciente, às nossas portas.
Não façamos do Espiritismo uma ciência de gigantes
em mãos de pigmeus. Ele nos oferece uma concepção
realista do mundo e uma visão viril do homem. Arquivemos para
sempre as pregações de sacristão, os cursinhos
de miniaturas de anjos, à semelhança das miniaturas
japonesas de árvores. Enfrentemos os problemas doutrinários
na perspectiva exata da liberdade e da responsabilidade de seres imortais.
Reconheçamos a fragilidade humana, mas não nos esqueçamos
da força e do poder do espírito encerrado no corpo.
Não encaremos a vida cobertos de cinzas medievais. Não
façamos da existência um muro de lamentações.
Somos artesãos, artistas, operários, construtores do
mundo e temos de construi-lo segundo o modelo dos mundos superiores
que esplendem nas constelações. Estudemos a doutrina
aprofundando-lhe os princípios. Remontemos o nosso pensamento
às lições viris do Cristo, restabelecendo na
Terra as dimensões perdidas do seu Evangelho. Essa é
a nossa tarefa.