Pessoas ficam estressadas quando
verificam que vai chover. Pressentimos a tempestade, nuvens surgem
apresentando diferentes tons de cinza. No cinza do câncer
há reações de formas diferentes e a tempestade
nunca é igual para todos, como na Lepra.
Um fotógrafo francês registrou cenas em 400 bailes
funk espalhados pelo Brasil(1). Observando
as fotos, a multidão, concluímos que “o homem
médio é um tipo genérico, sem diferenciação
do todo. Somente razões especiais, relativamente individuais,
podem separar indivíduos do restante. O homem, enquanto
médio, vive sem esforço para o aperfeiçoamento
de si mesmo, até porque quem não for como todo mundo
pode ser eliminado.” Um dia sempre chega a tempestade.
Emmanuel diz que “quando o homem comum descansa nas vulgaridades
e inutilidades da existência terrestre, ninguém lhe
examina os passos.” A multidão, a massa, só
entende o homem na animalidade em que se compraz. São os
diversos tons de cinza da velha ignorância que lhe é
característica. Com a consciência desperta surge-lhe
então um tipo de estresse, aquele gerado pelas disputas
mais ásperas por rebentar o casulo das paixões inferiores
na aspiração de subir. A vida humana se torna luta
do homem consigo mesmo.
Nessa luta travada no meio exterior, na procura da técnica
que possa lhe aliviar das obrigações e ampliar o
ambicionado supérfluo, é normal surgir o estresse.
Um pensador disse que “viver é um não contentar-se
em ser, mas compreender e ver que se é um incessante descobrimento
que fazemos de nós mesmos e do mundo que nos rodeia”.
O homem comum não desconfia de si mesmo, revela estupidez,
suas ideias são taxativas sobre tudo. Incapaz de ouvir,
quer impor crenças. Não procura a verdade dos fatos,
cria versões e delas se alimenta. O homem especial se orienta
pela reflexão e a vontade que estão acima dos sentidos.(2)
O animal irracional é um sistema
de necessidades orgânicas e seus atos procuram satisfazê-la.
A vida humana é muito mais e entre o estímulo e
a resposta, o homem possui liberdade de escolha.
Não somos apenas um corpo submetido a leis físicas,
somos uma individualidade, ser único, não somos
um corpo qualquer, mas estruturado, com uma anatomia, histologia,
biofísica, fisiologia, que gasta energia, amadurece e sofre
desgaste. Mesmo que apresente limitações, sem visão
e audição, posso crescer como Helen Keller(2).
Sou, também, um mundo interior complexo estudado pela psicologia,
psiquiatria e que pode ter o superego inibido pelo álcool.
Aprendo, conduzo um automóvel e internalizo valores.
Por outro lado, estou situado num contexto espacial-temporal,
lugar e época, que me determina, cultivado num meio de
cultura próprio, construído pelo homem, colocado
numa “temperatura” que interfere na minha curva de
crescimento. Assim, vivo num meio artificial e dele recebo influências
diversas, como costumes, moralidade, religião, modelo econômico,
político. No entanto, tenho livre arbítrio. Tomo
decisões, faço opções, aceito, rejeito
ou transformo. Como cientista posso produzir o bem e, sob o ponto
de vista social e político, posso ajudar a transformar
a sociedade e as instituições humanas. Mesmo correndo
risco, deixo de ser comum para ser diferente da massa. Quando
descubro meus limites, os limites da minha liberdade, torno-me
homem especial, consciente. Com a Doutrina Espírita, aquela
que descobriu que a vida não cessa com a morte do corpo,
chegamos ao caminho da aplicação no trinômio
- trabalho, solidariedade e tolerância. Emmanuel, em Pedro
Leopoldo, 18/4/1943, disse que o Espiritismo aplicado é
Vida Eterna com Eterna Libertação.
Emmanuel leciona em Caminho, Verdade e Vida: “Ninguém
julgue fácil a aquisição de um título
referente à elevação espiritual. A erva está
longe da espiga, como a espiga permanece distanciada dos grãos
maduros.” O mais forte adversário da alma que deseja
seguir Jesus, Modelo-Guia, é o próprio mundo.
Nem o homem comum nem o diferente estão livres do estresse,
e parecem lidar com ele de modo diferente.
Uma situação que exija adaptação orgânica
e ou emocional produz estresse e gasto de energia superior àquele
a que o organismo está acostumado. Nos estados de estresses
há produção de determinadas substâncias
importantes durante a adaptação, mas que, liberadas
por prazo longo, produz efeito destruidor sobre tecidos, inibindo
o crescimento somático e a formação óssea.
Em indivíduos estressados, surgem diversos tons de cinza.
Há perda do sono, o que produz déficit na capacidade
de síntese molecular do cérebro, necessária
à estruturação da memória. Os estressados
podem apresentar um número variado de distúrbios,
como infarto do miocárdio, úlceras pépticas,
doenças circulatórias, envelhecimento precoce.
Pode-se fazer comparação com os "estados excitados",
utilizados no estudo dos fenômenos atômicos e moleculares.
Durante o estresse o organismo se mantém fora do seu "estado
fundamental, ficando em níveis mais altos". Mesmo
numa vida sem grandes impactos ou novidades não é
possível a manutenção constante deste estado
fundamental. O organismo está realmente oscilando o tempo
todo em torno desde estado, sendo até possível que
o envelhecimento e o tempo de vida estejam relacionados com a
intensidade dessa oscilação. Para sobreviver, os
seres vivos encurtam o seu tempo de vida, envelhecendo.
Há uma gama de tons de cinza, nos quais a relação
mente-soma está intimamente intrincada. A síndrome
do cólon irritável está associada à
ansiedade ou depressão.
Em adição aos sintomas da síndrome, muitas
vezes, se associam sensações de fadiga, fraqueza,
disfunção sexual, palpitações, tonturas,
cefaleias, tremores de extremidades, dores lombares.
O estresse na viuvez pode provocar efeitos adversos na imunidade
humoral, na produção de imunoglobulinas. O sistema
imune celular capaz de eliminar células cancerosas ou infectadas
por microrganismos, também é atingido.
O estresse produz a imunossupressão dos mecanismos
ligados não só às infecções,
mas também aos ligados as doenças malignas e as
enfermidades auto-imunes.
O estado de saúde é um estado de harmonia tanto
interna quanto externa. Devemos estar despertos para o fato de
que, quando fixamos a atenção da doença no
corpo físico, desviamos da verdadeira origem da enfermidade
que, em essência, tem seu start no desequilíbrio
energético de natureza mental, emocional e espiritual.
Se o paciente se esforça continuamente para neutralizar
essas forças, a saúde no seu mais amplo sentido
é recuperada.
Se levarmos em consideração que ao nos equilibrarmos
energeticamente, mudando a nossa atitude mental, no sentido de
elevarmos essa perspectiva, atingimos a capacidade de modular
a ação farmacológica das drogas, potencializando
os seus efeitos benéficos e minimizando seus efeitos adversos,
do tratamento físico. Desta forma podemos compreender como
um mesmo tratamento aplicado a pessoas diferentes tem resultados
diversos; que medicamentos eficazes para uns não atuam
em outros.
O que conhecemos como doença é o estágio
final de um distúrbio muito mais profundo; e para assegurar
o sucesso em qualquer tratamento é óbvio que cuidar
apenas do resultado final não será um procedimento
eficaz, a menos que a sua raiz seja resolvida. Métodos
que auxiliam a harmonização dos corpos etéreo,
emocional e mental, removendo bloqueios na sua raiz, como a meditação,
facilitam a livre fluência das energias superiores através
da personalidade (3).
No “Journal of Alternative and Complementary Medicine”,
2010-12 (New York, N.Y.) encontram-se artigos que exploram o ramo
da Imunologia onde se pesquisa a influência das emoções
sobre o trinômio adaptativo, os sistemas imunitário,
endócrino e nervoso.
Um professor de Imunologia interessou-se pelo estudo da meditação,
fazendo-a objeto de suas pesquisas. Surgiu assim, na Faculdade
de Medicina, uma linha de pesquisa no curso de pós-graduação
com o título - “Impacto psiconeuroendócrinoimunológico
da meditação prânica”, sistematizada
com base na filosofia védica.
O prana é energia que se distingue da eletromagnética,
da gravitacional e das forças nucleares. Embora, ainda
não reconhecida no meio científico, está
relacionada à saúde física e mental, existindo
evidências ciêntíficas sugestivas de que ela
influencia na organização celular.
No laboratório de Imunologia Celular essa energia vem demonstrando
capacidade de estimular a capacidade fagocitária de neutrófilos
e monócitos e ainda a produção de moléculas
destruidoras de micróbios. Outra observação
é que praticantes da meditação apresentam
significativa melhora do bem estar físico-emocional, além
de exercer influência positiva sobre o sistema imuno-neuro-endócrino
de mulheres em tratamento do câncer de mama. Há redução
da dor, da fadiga, dos distúrbios do sono e da perda de
cabelo associada à quimioterapia. Outras alentadoras observações
foram feitas em indivíduos com dores crônicas de
coluna, fibromialgia, dores sobre todo o corpo por longos períodos
e ansiedade.
Devemos considerar que não basta ao homem atender às
suas necessidades básicas. A necessidade humana engloba
o supérfluo. Assim, a luta pela sobrevivência, o
estar, é inseparável do bem estar. Esse bem estar
é uma meta móvel e variável. Assim, o homem
se entrega à pesquisa e à técnica procurando
libertar-se da vida animal, das circunstâncias imposta pela
natureza, para poder entregar-se a si mesmo, aos outros afazeres
não biológicos, como o psicológico, o cultural,
o espiritual, descobrindo-se, diminuindo seus estresses e vivendo
mais e melhor (4).
Essa técnica de relaxamento e de autoconhecimento, pode
reduzir em até 80% a produção de substâncias
relacionadas ao estresse. Em amostras de sangue pode-se identificar
a redução significativa da corticotrofina, que estimula
a liberação do cortisol.
Com base em metodologia desenvolvida pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), pode-se verificar que com a meditação
ocorre uma elevação no padrão de vida do
indivíduo, havendo redução dos níveis
de ansiedade.
Não estando ligada a nenhuma concepção religiosa
ou mística e nem se candidatando a substituir a medicina,
a meditação pode complementar os tratamentos convencionais
e aumentar a vitalidade. Por outro lado, parece pertinente lembrar,
buscando espiritualidade e saúde (5),
da recomendação de André Luiz: “não
viva pedindo orientação espiritual, indefinidamente.
Se você já possui duas semanas de conhecimento cristão,
sabe, à saciedade, o que fazer”, diante dos diversos
tons de cinza.
Fenômeno psico-social-somático hoje, a Lepra é
extremamente saturada de tons de cinza. Surgem curiosidades. Como
Jesus curou leprosos sem usar antibióticos? Houve recidiva?
Dos 10 curados, quantos demonstraram bom nível de inteligência
espiritual posteriormente? (6)
Em linguagem simbólica, lembrando a reencarnação
(karma) nesta “imagem médica”, podemos dizer,
também aqui, que existem certas aplicações
específicas que necessitam de mais tons de cinza, para
evitar erros futuros (7).