Inicialmente
vamos examinar três palavras: titânio, argumento e
crise.
O titânio (Ti), nono elemento mais abundante da terra, é
um metal, de toxicidade nula, de brilho prateado, mais leve do
que o ferro, quase tão forte quanto o aço, e quase
tão resistente à corrosão como a platina.
Ele possui diversificado campo de utilização pelas
propriedades de tenacidade, leveza, resistência à
corrosão, opacidade, inércia química, elevado
ponto de fusão, brancura, alto índice de refração
e alta capacidade de dispersão. É por isso muito
utilizado nas indústrias aeronáuticas e aeroespaciais.
Argumento é raciocínio pelo qual se tira uma conseqüência
ou dedução. Crise é manifestação
violenta e repentina de ruptura de equilíbrio. Estado de
dúvidas e incertezas. Fase difícil, grave, na evolução
das coisas, dos fatos, das idéias. Tensão, conflito.
Do relacionamento entre diferentes surgem tensões, conflitos
e deduções diversas. É nesta hora que percebemos
que a coexistência pacífica, proporcionada pela fraternidade
autêntica, é o ambiente favorável à
tolerância das diferenças. Já se disse que
num Estado de Direito, a liberdade só tem sentido em condições
de reciprocidade e o direito de igualdade pressupõe o direito
à diferença. Somos iguais, mas diferentes e, diferentes,
mas, sobretudo, iguais (1, 2, 3).
No livro (4) “As drogas e suas conseqüências”
(crises) há uma pergunta no capítulo Aids, Tóxicos
e Reencarnação: o que fazer quando temos diversos
passageiros no trem da agonia? Qual o argumento para responder?
Certamente se falará sobre a necessidade imperiosa de se
pensar em novas alternativas para a abordagem do problema, com
uma tentativa mais incisiva da correção das razões
sociais, psicológicas e espirituais, perpetuadoras do hábito.
Pode-se argumentar que nesse problema, as medidas a serem tomadas
são muito mais de ordem educacional, social, cultural,
econômica e espiritual, do que propriamente de ordem médica
e psiquiátrica. O aborto também nos fará
pensar suprapartidariamente o momento bio-psico-cultural e o político-econômico-social.
A CPI do Aborto está trazendo um estado de dúvidas
e incertezas. Com o título “Mulheres seguram instalação
da CPI do Aborto”, lemos no Último Segundo (5) que
“o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), tem
pela frente uma Comissão Parlamentar de Inquérito
com potencial para provocar muito barulho antes mesmo de ser instalada.
Um grupo de deputados vai fazer pressão para que se iniciem
logo as investigações sobre a prática de
aborto.”
“O pedido de criação da comissão, feito
pelo deputado Luiz Bassuma (PT-BA), foi deferido pelo antecessor
de Temer, Arlindo Chinaglia (PT-SP). A instalação
da CPI, no entanto, esbarra numa representação contra
o parlamentar espírita e baiano feita pela Secretaria de
Mulheres do PT, com o argumento de que Bassuma descumpre uma resolução
partidária de 2007 que aprova o direito ao aborto.”
Bassuma responde a um processo na Comissão de Ética
do PT por ser declaradamente contra o aborto. A deputada Cida
Diogo (PT-RJ) destaca que a Bancada Feminina da Câmara e
a própria bancada petista da Casa é contrária
à instalação desse colegiado. Cida avalia
que os líderes partidários não vão
indicar os membros dessa CPI e, dessa forma, a comissão
será arquivada em poucos meses.
O deputado Geraldo Tenuta Filho (DEM-SP) – Bispo Ge, presidente
da Igreja Renascer – explica que a CPI "não
será contra as mulheres", mas contra estabelecimentos
que promovam a prática. Tenuta avalia que a que a comissão
será um "grande momento". "É uma
questão de vida e morte", “a prevenção
do aborto é uma questão de saúde pública.”
O deputado Pastor Manoel Ferreira (PTB-RJ), da Assembléia
de Deus, diz que "a CPI já existe” e "é
bom isso ser apurado".
Bassuma relata diálogo com o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
um dos articuladores da candidatura do atual presidente da Casa:
"Ele se comprometeu que o Michel iria instalar a CPI do Aborto.
"Eduardo Cunha reiterou ao Congresso em Foco a promessa de
campanha feita ao petista baiano: "a causa é boa.
Vou honrar a confiança que ele depositou". Cunha é
evangélico e também contra o aborto.
A comissão será arquivada em poucos meses? Em 14
de novembro de 2008 o editorial do Jornal do Brasil nos comentou
o escândalo do mensalão e disse: “Justiça
lenta é inevitavelmente injusta, para o bem ou para o mal.
Os inocentes pagam pela suspeita. Os culpados ganham com a enrolação.
A prescrição pesa nas contas e sempre acaba por
beneficiar os criminosos. Perde a sociedade.”
Uma médica-ministra disse que os contrários ao aborto
são da idade média (7). Agora que o titânio
está sendo utilizado, como técnica do terceiro milênio,
será que ela, representante do governo, vai destinar esforços,
e os nossos impostos, no sentido da nova técnica de laqueadura?
Indago porque o perfil das mulheres que praticam aborto, segundo
docentes-pesquisadores da UNB e UERJ já está bem
definido.
A maioria dos abortos é feito por mulheres de 20 a 29 anos
de idade, que trabalham, têm pelo menos um filho, usam contraceptivos,
são católicas e mantêm relacionamentos estáveis.
Elas têm até oito anos de escolaridade e estão
no mercado de trabalho com renda de até três salários
mínimos, exercendo funções como as de doméstica
e cabeleireira. O perfil foi traçado por um estudo que
reuniu resultados de mais de 2 mil pesquisas sobre o aborto no
Brasil, elaboradas nos últimos 20 anos, com base principalmente
em informações de mulheres atendidas em serviços
públicos de saúde de grandes cidades depois de induzir
o aborto em casa. (6)
Apesar da fase difícil, grave, na evolução
das coisas conseguimos vislumbrar uma luz de prevenção
no fundo da crise do aborto, embora não saibamos com precisão
ainda quais serão as conseqüências no domínio
espiritual. O ato da laqueadura de trompas sem indicação
ético-moral poderá selecionar aqueles espíritos
que serão futuramente candidatas a fertilização
in vitro, correndo o risco de serem como Nadya Suleman? (7). Certamente
será melhor utilizar-se do novo contraceptivo do que recorrer
ao homicídio “in útero”.
A notícia na Folha de Pernambuco merece destaque (8). É
que o Brasil começou a experimentar este novo tipo de contraceptivo
definitivo, como alternativa ao método tradicional da laqueadura.
A novidade foi introduzida pelo Hospital do Servidor Público
do Estado de São Paulo. Trata-se de um dispositivo à
base de titânio, importado dos EUA, com espessura equivalente
a um fio de cabelo e 4 centímetros de comprimento. Esse
produto é introduzido via vaginal até o tubo uterino,
impedindo o movimento de captação dos óvulos
e o contato desses com os espermatozóides. Isso evita que
a mulher possa engravidar.
O Ministério da Saúde, que recentemente usou dinheiro
do contribuinte para produzir um documentário tendencioso
a favor do aborto, agora possui nova técnica que pode ser
feita em cinco minutos e não requer afastamento por 15
dias do trabalho. Ninguém precisa mais ter um "Temporão"!