José
Reis Chaves
> Em Teologia não sejamos um moleque, saibamos,
pois, o que é Filioque
Os teólogos nunca falam
em alguns dogmas em publico, por serem polêmicos. E para
eles, o zé povinho não precisa conhecer certas doutrinas,
que são só para eles, intelectuais e teólogos!
Tudo começou com o polêmico Concílio Ecumênico
de Niceia (hoje Isnique, na Turquia). Polêmico, porque os
bispos participantes dele foram pressionados pelo imperador Constantino,
com ameaças de exílio, torturas e morte, para quem
não votasse na divinização de Jesus. Os ânimos
estavam muito exaltados. Alguns bispos foram acompanhados de seus
seguranças armados. E segundo Helena Blavatsky (“Doutrina
Secreta”), um bispo matou outro a chutes. Como se vê,
os bispos estavam inspirados, porém, não por um
espírito ou espíritos de Deus, mas por espíritos
impuros, atrasados.
Com a vitória de Constantino, ou seja, a divinização
de Jesus, foi também dado o primeiro passo para a criação
da Santíssima Trindade, que recebeu impulsos nos Concílios
de Constantinopla (381), de Éfeso (431), de Calcedônia
(451) etc. Mas para os apóstolos e as primeiras gerações
de cristãos, Jesus era um homem, o Messias, e não
outro Deus. E eles não conheciam também a Santíssima
Trindade, que não é doutrina da Bíblia, mas
que foi acrescentada a ela, posteriormente.
E foi quase um milênio depois do Concílio de Niceia,
que o Concílio Ecumênico de Lião (1274), na
França, criou mais outro dogma, o Filioque (expressão
latina: “e do Filho”), que dá mais poder a
Jesus, para enfraquecer os teólogos contrários à
sua divinização. E como se sabe, na época,
quem fosse contra um dogma, morria na fogueira da Inquisição.
Os teólogos do Filioque defenderam a ideia de que o Espírito
Santo procede de Deus, o Pai, e do Filho. Com isso, tentaram mostrar
que Jesus é outro Deus Todo-Poderoso como o é o
Deus Pai, introduzindo no Cristianismo o politeísmo. E
a Bíblia é contra a divinização de
Jesus: “Por que me chamas bom? Ninguém é bom
senão um só que é Deus.” (São
Marcos 10: 18). “Há um só Senhor, uma só
fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos,
o qual é sobre todos, age por meio de todos e está
em todos.” (Efésios 4: 5 e 6). “Porquanto,
há um só Deus verdadeiro, e um só Mediador
entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” (1 Timóteo
2: 5). E “O Pai é maior do que eu.” (João
14: 28).
Jesus é Deus, mas relativo, como todos nós o somos
também. (João 10: 34 e 35; e Salmo 82: 6), porém,
Deus absoluto, incriado, é só o Pai. Aqueles que
acham que Jesus é outro Deus, igual ao Deus Pai, se baseiam
na afirmação de que Ele e o Pai são um. Mas
Deus e Jesus são um em sintonia. E Jesus até nos
convida para sermos também um com Ele e o Pai. (São
João 17: 21).
Muitos católicos, protestantes e evangélicos, em
silêncio, não aceitam que Jesus é outro Deus
e, portanto, não aceitam também o dogma do Filioque.
E uma prova de que a divinização de Jesus é
mesmo polêmica é que, oficialmente, a respeitada
Igreja Ortodoxa Oriental (com cerca de 300.000.000 de adeptos),
o Espiritismo e as demais religiões não aceitam
que Jesus é outro Deus, a não ser relativo, e, consequentemente,
não aceitam também o dogma do Filioque!
Na Rede Mundo Maior, por parabólica
ou www.tvmundomaior.com.br,“Presença Espírita na
Bíblia”, com Celina e este colunista, nas quintas-feiras,
às 20h, e nos domingos, às 23h. Para suas perguntas e
sugestões: presenca@tvmundomaior.com.br E, na Rede TV, o “Transição”,
aos domingos, às 16h15 e à 1h45 das quintas-feiras.
Ficarei grato pela citação
nelas de meus livros:
“A Face Oculta das Religiões”, Ed. EBM (SP), “O
Espiritismo Segundo a Bíblia”, Editora e Distribuidora
de Livros Espíritas Chico Xavier, Santa Luzia (MG), “A
Reencarnação na Bíblia e na Ciência”
Ed. EBM (SP) e “A Bíblia e o Espiritismo”, Ed. Espaço
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