Jesus cumpriu sua missão
divina destilando-a do exemplo e da conduta, vivenciando-a ao
extremo, através de seus próprios ensinamentos
revolucionários e transcendentes, deixando claro que
há um abismo a ser transposto entre filosofar e servir.
"O amor do Cristo nos constrange."
- Paulo, II Coríntios, 5:14
É lamentável compararmos a distância
existente entre a conduta filosófica de Jesus e a estreita
visão teológica das religiões dominantes, acomodada
no culto da mera adoração exterior de um mito, um
“homem-deus” inacessível, constantemente à
mercê de nossos caprichos infantis, e com essa atitude impermeabilizar
seus adeptos ao trabalho de autotransformação real,
frente aos imperativos do mundo e às realidades transcendentes
do espírito imortal.
Emmanuel convida-nos a refletir:
“O que diríamos de um Salvador que
estatuísse regras para a Humanidade, sem partilhar-lhe
as dificuldades e impedimentos?”
E acrescenta:
“O Cristo iniciou a missão divina
entre homens do campo, viveu entre doutores irritados e pecadores
rebeldes, uniu-se a doentes e aflitos, comeu o pão duro
dos pescadores humildes e terminou a tarefa santa martirizado
entre dois ladrões”.
Jesus cumpriu sua missão divina destilando-a
do exemplo e da conduta, vivenciando-a ao extremo, através
de seus próprios ensinamentos revolucionários e transcendentes,
deixando claro que há um abismo a ser transposto entre filosofar
e servir.
Por isso mesmo enfatizava:
“As obras que eu faço em nome de
meu Pai, essas testificam de mim” João, 10:25.
E qual missão divina seria essa que Jesus
iniciou entre os homens? A que obras se refere? que trabalho seria
este?
Não seria, justamente, o convite explícito para que
igualmente nos lançássemos a braços no trabalho
de edificação íntima, bem como na movimentação
incondicional em favor de nossos irmãos em humanidade, na
medida de nossas possibilidades e aptidões?
Enquanto não despertarmos nossa inteligência espiritual,
encetando-nos corajosamente e sacrificalmente pela sublime rota
do Cristo, permaneceremos nas inferioridades da apatia mundana,
com suas inconseqüentes buscas de prazer e alucinantes fugas
à responsabilidade, vegetando moralmente entre deprimidos
e escandalizados, toda vez que depararmos com a triste realidade
do mundo à nossa volta.