RESUMO
Neste trabalho apresentamos os primeiros
resultados de uma pesquisa realizada com estudantes universitários.
O fenômeno paranormal é muito comentado mas sua aceitação
na sociedade é apenas presumida. Pretendemos descobrir a extensão
da crença no paranormal em uma população universitária
e se as pessoas que aceitam psi também se consideram capazes
de passar por experiências paranormais.
Os 77% de aceitação de psi foi mais alto do esperávamos,
porém não foi derivado, em sua maioria, da própria
experiência com psi que foi relatada por 21% dos estudantes e
sim, ao que nos parece, de um contexto social favorável a aceitação
dos fenômenos paranormais.
Também pretendíamos descobrir as características
dos fenômenos paranormais apresentados. Procuramos pela ocorrência
de PES, PK, Cura Psíquica, Desempenho Fora do Comum ou Conhecimento
Extraordinário em estado alterado de consciência e também
a ocorrência de experiências fora do corpo (EFC) e experiências
de quase morte (EQM). A pesquisa também verificou a maneira como
a informação paranormal foi expressada, tais como, sonhos,
alucinação, alteração da personalidade,
comparando os resultados com outras pesquisas.
Envolveu 363 estudantes de duas áreas diferentes - ciências
biológicas (estudos orientados para seres humanos e sistemas
vivos) e tecnologia (estudos orientados a hardware e software) pois
pretendíamos saber se havia diferenças nos resultados.
Os resultados avaliados até então mostraram algumas diferenças
entre os estudantes de ciências biológicas e tecnologia,
os últimos compostos 2/3 de homens ( enquanto os estudantes de
biológicas eram 2/3 mulheres) tendiam a acreditar menos em psi,
consideraram-se menos capazes de produzir psi. Mas, os percentuais de
experiências paranormais foi quase o mesmo para ambas as áreas.
A pesquisa foi baseada no ponto de vista do sujeito (fenomenológico),
e o questionário utilizado continha uma breve definição
do que pudesse ser considerado uma experiência paranormal
__________
1. Introdução
Procuramos nesta pesquisa conhecer psi
em relação a uma comunidade universitária brasileira.
Para essas pessoas seria psi uma realidade ou apenas ficção,
chamando atenção somente no momento que algum tipo de
informação ou interação anômala ocorre,
na qual as habituais noções de tempo, espaço e
energia parecem ser quebradas, mas depois sendo relegada ao sem sentido
e aparte da vida cotidiana. Pretendemos saber se a função
psi faz parte da realidade das pessoas a ponto de nela acreditarem,
bem como acreditarem ser capazes de produzi-la e até mesmo já
terem passado por essas experiências.
Tencionamos descobrir a extensão dessas pessoas que acredita
em psi, e como a idéia de "fenômeno paranormal "
é aceita. Também quisemos saber se os próprios
alunos se consideram capazes de produzir um fenômeno paranormal.
Pretendemos ainda descobrir a extensão dos estudantes que consideram
ter passado por experiências paranormais e obter informações
a respeito de suas características. Procuramos descobrir a ocorrência
de PES, PK , Curas Psíquicas ou Desempenhos Notáveis ou
Conhecimentos Extraordinários em estados alterados de consciência
e também a ocorrência de EFCs (experiência fora do
corpo) e EQMs (experiência de quase morte).
A pesquisa também verificou a maneira como a informação
paranormal foi expressada , tais como, sonhos, fortes impressões,
alucinações (nas formas visual, auditiva, tátil
e olfativa), e em que processo ocorreu , em que circunstâncias,
comparando algum dos resultados obtidos com outras pesquisas, bem como
algumas de suas características como duração, há
quanto tempo ocorreu e se foi repetida.
Utilizamos da abordagem fenomenológica , referida por Krippner
(1995) e Zangari (1995), este citando Rhea White (1990), que é
centrada no sujeito significância da experiência para o
mesmo, e não apenas nos resultados.
A crença na paranormalidade e como ela pode alterar os resultados
tem sido estudado de várias formas há bastante tempo.
Desde os estudos de Gertrude Schmeidler in 1942, na Universidade de
City Hall em Nova Iorque, os termos "ovelha" e "cabra"
tem sido utilizado (em contexto de testes) para se referir àqueles
que acreditam na realidade de psi e tem em testes um desvio significativo
acima do acaso, daqueles que não acreditam e tem um desvio significativo
para baixo. No nosso caso, como veremos adiante em Discussões,
os percentuais de pessoas que passaram por psi não se correlaciona
fortemente com a crença na paranormalidade.
Esta pesquisa também pretende correlacionar nos próximos
meses (com os dados que já dispomos mas não processados
nesta etapa) se as pessoas das áreas de ciências biológicas
(cujos estudos são direcionados a sistemas vivos ou lida diretamente
com o ser humano ou seres vivos), apresentam resultados significativamente
diferentes dos alunos de tecnologia (cujos estudos são centrados
em sistemas informacionais e software e equipamentos e hardware)
2. Método
Participantes
- Todos os participantes, N=363, eram
alunos da Universidade Federal de Pernambuco. Como mostrado nos gráficos
em anexo, os alunos foram 54% mulheres e 46% homens, essas proporções
se invertiam a depender da área de formação. Em
ciências biológicas 63% eram mulheres e 37% homens enquanto
em tecnologia 69% eram homens e 31% mulheres. Ou seja, para biológicas
cerca de 2/3 eram do sexo feminino enquanto para tecnologia cerca de
2/3 eram do sexo masculino.
- 91% dos estudantes tinham mais de 25 anos, 4% estavam entre 25-29
anos e 5% acima de 34 anos, não houve estudantes entre 30-33
anos Os alunos de ciências biológicas 96% tinham menos
de 24 anos, 3% entre 25-29 anos e 1% acima de 34 anos. Por sua vez,
os alunos de tecnologia 77% tinham menos de 24 anos, 8% tinham entre
24-29 anos e 15% acima de 34 anos.
- Os formulários foram aplicados em maio e junho de 1997.
Questionário
Para evitar má interpretação
nos resultados, o questionário teve uma breve definição
do que deveria ser uma experiência paranormal, para que os alunos
não deixassem de entender as perguntas e pudessem dar respostas
objetivas.
Algumas hipóteses consideram a interação entre
o experimentador e o sujeito (neste caso, aquele que está aplicando
os formulários) pode afetar os resultados. Nesta pesquisa nenhuma
das pessoas que aplicaram o formulário era parapsicóloga,
embora a maioria fossem simpáticos a parapsicologia, até
porque se propuseram a ajudar na pesquisa, bem como não tinham
conhecimento prévio sobre o assunto não podendo, portanto,
encorajar os estudantes nas respostas. Isto significa, que uma suposta
influência que o experimentador (quem aplicou os formulários)
possa ter tido foi diminuída.
O questionário foi dividido em duas partes. Na primeira, todos
os estudantes participaram respondendo sua crença ou não
em psi e se acreditavam que podiam produzi-lo, além de dados
de curso, sexo e idade. A segunda parte foi respondida apenas por aqueles
que diziam ter passado por experiências paranormais. O formulário
na sua integridade é mostrado no anexo.
Procedimento
Contatamos com a Coordenadora dos Cursos
Básicos ( primeiro e segundo anos) da Área de Ciências
Biológicas e com um professor dos curso de graduação
e pós-graduação do curso de Ciência da Computação,
onde expusemos a natureza da pesquisa e constatamos a sua disposição
em ajudar-nos.. Estes então aplicaram os formulários,
bem como pediram outros professores para fazê-lo. Na área
de ciência biológicas, alguns monitores (alunos que auxiliam
o professor) aplicaram os formulários. A todos os alunos das
salas de aula foram solicitados a participar, mesmo aqueles que não
acreditavam em psi, neste caso só deveriam responder a primeira
parte do questionário, desta forma teríamos uma amostragem
completa de cada sala de aula.
Análise
Estes são os resultados preliminares
da pesquisa, nem todos os dados puderam ser ainda processados e correlacionados.
Basicamente utilizamos Microsoft Excel para ajudar na análise
dos resultados e gerar os gráficos, os resultados nesta etapa
são estatisticamente descritivos do que analíticos.
TABELA 1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE
ÁREA CURSO No ALUNOS CRENÇA EM PSI- %
CRENÇA NA CAPACIDADE EM PRODUZIR PSI- % PASSARAM POR EXPERIÊNCIAS
PARANORMAIS - %
CIÊN-CIAS Biologia, Fsioterapia, Enfermagem 45
BIO Educação Física 19
LÓ Medicina e Odontologia 87 81 26 23
GI Nutrição 20
CAS Psicologia 26
SUBTOTAL 268
TEC-NOLO Ciência da computação 78
GIA Pós-graduação em Ciência da Computação
17 66 27 16
SUBTOTAL 95
TOTAL GERAL 363 77 26 21
3. Resultados Parciais
Acreditam na Paranormalidade e Se Consideraram
Capazes de Produzir Psi
- 77% é o resultado total de
estudantes que acreditam em psi (54% mulheres e 46% homens). 81 % devido
a ciências biológicas (63% mulheres) e 65% relativo a tecnologia
(69% homens);
- No total 26% dos estudantes se consideraram eles próprios capazes
de produzir psi, 26% para ciências biológicas 27% para
tecnologia;
Passaram por Experiências Paranormais
- 21% dos estudantes consideraram já
ter passado uma experiência paranormal ou psíquica (23%ciências
biológicas e 16% estudantes de tecnologia);
- Entre os estudante que acreditavam em psi e também acreditavam
ser capazes de produzir psi, 20% afirmaram ter tido experiências
paranormais (19% ciências biológicas e 23% alunos de tecnologia);
- Uma descoberta interessante foi que entre as pessoas que acreditavam
em psi mas não acreditavam ser capaz de produzi-la, de fato 10%
relataram que produziram., (13% ciências biológicas e 1%
estudantes de tecnologia);
- 0% das pessoas que disseram não acreditar em psi relataram
experiências paranormais.
- Entre os alunos que tiveram experiências paranormais 48% disseram
que tiveram a informação confirmada por outra pessoa.-
PES - Percepção Extrasensorial (48% ciências biológica
e 47 estudantes de tecnologia);
Maneira de Obter a Informação
Paranormal e Características das Experiências Paranormais
- 39% dos estudantes reportaram sua
experiência paranormal ao presente ou passado e 61% ao futuro
(para o último 63% ciências biológicas e 53% estudantes
de tecnologia)
- As experiências foram relatadas 52% a própria pessoa
(47% ciências biológicas e 75% estudantes de tecnologia)
e 48% a pessoas conhecidas , tais como pais, namorado ou namorada (53%
ciências e 25% a estudantes de tecnologia), entre as experiências
relatadas a pessoas conhecidas.
Experiências PK
- 9% relatam experiências PK (11%
biológicas e 0% tecnologia);
- 8% relataram que a experiência PK foi confirmada por outra pessoa
(9% biológicas 0% tecnologia).
Passaram por EQM
- 5% daqueles que passaram por experiências
paranormais relataram experiências NDE (5% biológicas e
7% tecnologia).
Passaram por EFC
- 9% do total dos estudantes relataram
EFCs (10% % biológicas e 6% tecnologia);
- 44% entre as pessoas que tiveram PES relataram EFC com (45% biológicas
e 40% tecnologia)
- 8% daqueles que passaram por experiências psi relataram EFC
com PES confirmada por outra pessoa (8% biológicas e 7% tecnologia);
- 6% das pessoas que vivenciaram psi relataram EFC com PK (8% biológicas
e 0% tecnologia);
- 2% das pessoas que passaram por psi relataram EFC com PK confirmada
por outra pessoa. (3% biológicas e 0% tecnologia);
Cura Psíquica
- Entre aqueles que disseram ter passado
por experiências psi , 21% relataram ter sido curados psiquicamente
por alguém (21% biológicas e 20% tecnologia);
- Também 21% consideraram ter curado psiquicamente alguém
(21% biológicas e 20% tecnologia);
- A forma mais freqüente que as pessoas consideraram ter sido curadas
foi através da imposição de mãos, xxx%,
oração xxx%, xx% cirurgia psíquica e outras xx%.
Mostraram Desempenho ou Conhecimento
Extraordinário em Estados Alterado de Consciência
- 11% disseram ter apresentado desempenho
ou conhecimento extraordinário em estado alterado de consciência.
(11% biológicas e 13% tecnologia);
Outras Características
- 11% repetiram PES, PK, EFC and Cura
Psíquica mais do que uma vez (11% biológicas and 13% tecnologia);
- A última experiência ocorreu em 29% dos casos hxxxxx,
22% em menos de 1 mês, 24% em menos de 1 ano e os restantes 25%
há mais de 1 ano.
- As pessoas estavam 39% despertas, 46% dormindo and 6% outros;
- 63% das pessoas não sabem o que causou a experiência,
enquanto 8% consideraram que foram induzidos por outra pessoa, 10% foram
auto-induzidos e 18% disseram que uma forte emoção deflagrou
a experiência.
- 25% dos alunos consideraram que a experiência levou segundos,
32% minutos, `13% horas e 30% não souberam.
4. Discussão
Esperamos ao realizar essas pesquisas que possamos ter contribuído
para uma melhor compreensão sobre experiências paranormais
vividas no contexto da sociedade brasileira, embora, é importante
salientar, esta amostragem não seja representativa da população
em geral.
CRENÇA NA PARANORMALIDADE
- Os 77% de crença na realidade
dos fenômenos paranormais foi muito mais alto do que esperávamos
. Procuramos aplicar os questionários da forma mais neutra possível
como já descrito em método. Porém consideramos
que dois fatores podem ter melhorado esta percentagem, primeiro, os
meios de comunicação no Brasil, especialmente a TV têm
constantemente abordado os fenômenos paranormais, se bem que na
maioria das vezes de uma maneira fantasmagórica, como o mostrado
nas novelas televisivas e transmitida para todo o país, isso
faz freqüentemente a idéia do paranormal mais perto das
pessoas. O segundo fator, foi a idade dos participantes, 91% tinham
menos de 24 anos de idade, e pessoas jovens parecem estar mais abertas
a aceitar idéias novas e contraditórias, tal como a existência
de fenômenos paranormais que parecem contradizer a visão
mecanicista do mundo.
- Mario Varvoglis (1996) cita uma pesquisa, aplicada no início
da década de 70, entre os leitores da revista científica
interdisciplinar New Scientist ( na sua maioria cientistas e tecnólogos),
para determinar o que a comunidade científica pensava a respeito
da parapsicologia, mostrou em 1500 respostas que 88% pensavam que a
parapsicologia é uma disciplina científica legítima
e 67% consideram de ESP como uma "provável possibilidade"
ou um " fato estabelecido" (Evan, C -1973. Parapsychology.
What the questionnaire revealed. New Scientist, 57, 209). Este último
percentual 67% aproxima-se do por nós encontrado.
- Não foi objetivo dessa pesquisa abordar a profundidade do comprometimento
com a crença no paranormal nem suas conseqüências
comportamentais, neste sentido é mais um indicador de aquiescência
com o fenômeno, mas como veremos adiante a crença na paranormalidade
não parece ter sido originada na sua maioria.
- Os estudantes de tecnologia (ciência da computação)
mostraram menor tendência a acreditar em psi - 65% ( destes a
maioria eram homens - 69%., pois tradicionalmente essa área é
mais procurado por homens) comparado aos 81% de ciências biológicas
(a maioria mulheres - 63%, pois muitos dos cursos aí abrangidos,
tais como nutrição, fisioterapia e enfermagem são
tradicionalmente escolhidos por mulheres). Esses resultados podem sugerir
que indivíduos dedicados a área tecnológica, e
intrinsecamente seus paradigmas mecanicistas, tendem a acreditar menos
em psi, porque o paranormal parece contradizer esses paradigmas.
CRENÇA NA PARANORMALIDAE E EXPERIÊNCIAS PARANORMAIS
- No total 21% das pessoas (23% em biológicas
e 16 % em tecnologia) consideraram ter passado por experiência
paranormal (1 entre 5)., ou 33% se considerarmos entre aquelas pessoas
que acreditam em psi ( 1 entre 3) parece indicar, como se era de esperar,
que a crença no paranormal foi aumentada por aqueles que passaram
por experiências psi. Apesar de considerar o resultado expressivo
, 1 entre 5 pessoas afirmaram ter passado por experiências psi,
este resultado mostra-se bem diferente dos resultados apresentados em
pesquisa com universitários brasileiros conduzida por Zangari
e Machado (1994), 89,5 % , e por Palmer (1979), 60%, em uma pequena
cidade americana. Não conhecemos os detalhes da pesquisa de Zangari
e Machado, para comparar se a abordagem foi a mesma, mas o percentual
de 89,5% nos parece elevado mesmo para a crença em psi. A abordagem
de Palmer foi por correio, ou seja, precisava haver uma motivação
especial que levassem as pessoas a preencher e devolver os formulários,
o que sugere elevar o percentual de aceitação e de relatos.
- Zingrone e Alvarado (1997) em pesquisa realizada na Espanha, Estados
Unidos e Porto Rico com leitores de revista estilo New Age, estudantes
universitários e estudantes de parapsicologia, respectivamente,
estabeleceu:
Tabela 2
Incidência de Experiências Psi
Experiência Estudo 1 (Espanha)N=492
Estudo 2 (EUA)N=308 Estudo (Porto Rico)N=120
PES em sonho 78% 76% 59%
PES sonhando 73% 71% 53%
Aparições 83% 39% 46%
EFC 82% 30% 35%
Auras 46% 16% 15%
- Esses percentuais encontram bem acima do por nós encontrados
para psi em geral , se bem que Aparições, EFCs e Visão
de auras em princípio não podem ser consideradas em si
experiências paranormais.
- Correlacionando o percentual de 77% de crença na paranormalidade
e 21% de experiências paranormais evidenciam que basicamente a
crença na paranormalidade não deriva diretamente da própria
experiência, pois aproximadamente só 1 em cada 4 pessoas
que crêem no paranormal passou por esse tipo de experiência.
Esses percentuais sugerem que o contexto favorável a divulgação
do paranormal, em especial os meios de comunicação, já
citados, mesmo de uma forma equivocada, contribui para grande aceitação
de psi. O fator se uma doutrina, crença ou religião influiu
sobre a crença na paranormalidade não foi abordado na
pesquisa.
- Chris. Roe (1997), em pesquisa pelo correio, numa amostragem de 1000
residentes de Edimburgo, na Escócia, sobre a Crença na
Paranormalidade e Atendimento a Consultas Psíquicas, relata que
dos 29,5% que já foram atendidos psiquicamente alguma vez, utilizou
um escore para pontuação da crença que ia de 6
a 36, com valor médio em 21, obteve na média das respostas
o valor 18.81, ou seja abaixo do citado valor médio (Wilcoxon
Z = -1.3992, p=0,1618). Roe cita ainda, pesquisas de:
¨ McClenon (1982- A Survey of Elite Scientists. Their attitudes
toward ESP and Parapsychology Journal of Parapsychology) encontrou que
54% de pessoas que expressaram atitude favorável a respeito da
realidade de psi o foram influenciados pela experiência pessoal.
¨ Blackmore (1984 - A postal survey of OBE), entre a população
em geral, relatou que dos 36% que acreditavam em ESP, 44% citaram sua
própria experiência como a razão principal.
Não perguntamos a questão se a crença no paranormal
deriva da experiência diretaessa questão mas 28% dos que
acreditam em psi (ou seja 1/4) passaram por experiências paranormais.
- Parece óbvio que o resto dos 23% dos alunos que não
acreditam em psi nenhum deles, ou seja 0%, relataram experiências
paranormais, mas isso pode refletir também dificuldades em reconhecer
uma forma diferente de informação, ou interpretar a informação
paranormal com não possível, coincidência ou apenas
desconsiderando-as.
- Esta pesquisa mostrou que alguém se considerar capaz de produzir
psi não parece afetar os resultados de se ter passado por psi.
Considerando-se todos os estudantes, 21% (25% em biológicas e
16%) relataram ter passado por psi , quase a mesma percentagem se considerarmos
apenas entre aqueles que acreditam que podem produzir psi- 20%.. Mais
uma vez os estudantes de tecnologia tenderam a acreditar menos que eles
podiam produzir psi mas isso não afetou os resultados.
- Um achado interessante foi entre as pessoas que acreditavam em psi
mas não acreditavam ser capazes de produzir psi, de fato, 10%
produziram (13% em biológicas e 1.5% em tecnologia) psi, de acordo
com suas respostas no questionário. Novamente os estudantes de
tecnologia não parecem ter tido dúvidas se passaram por
uma experiência paranormal. Esses percentuais parecem mostrar
que os fenômenos paranormais contradizem a percepção
das pessoas a respeito da realidade mas somente 1% dos estudantes de
tecnologia se permitiram expressar essa contradição em
comparação com os 10% de biologia.Para tecnologia isso
está de alguma forma correlacionado com os 35% de descrença
no paranormal, essas 2 percentagens parecem indicar que quase não
há espaço para dúvida do que é paranormal
e do que não é.
CARACTERÍSTICAS DE ALGUNS FENÔMENOS PSI
- Os percentuais encontrados para EFC
- 9% (10% % biológicas e 6% tecnologia), foram um pouco inferiores
aos 12% (Castro-1993) por nós anteriormente encontrados em uma
pesquisa anterior com estudantes universitários, específica
sobre EFC, outros pesquisadores também em contextos universitários
encontraram 13-14%. Blackmore (1980), 25 e 33% Hart (1954) e 19% e 34%
Green (1967), 30% Alvarado (1997).
- Quisemos apenas auferir a incidência de EQMs, naquela comunidade,
pois dentro do espírito da pesquisa procuramos saber o tipo de
pesquisas psíquicas vividos por essas pessoas. pois não
trata-se de uma amostra adequada , haja visto serem pessoas jovens e
de boa saúde, sendo pouco provável que relatassem esse
tipo de experiência. Em pesquisa por nós conduzida sobre
EFC (Castro-1993) não obtivemos nenhum caso, aqui para nossa
surpresa o percentual relatado foi de 5%.
- Faz-se necessário comentar que a EFC e as EQM sem si não
são experiências paranormais em si. Para o caso das EFCs
podemos averiguar nesta pesquisa em em pesquisa especifica anterior
(Castro - 1993), que as ESP e mais ainda PK são a minoria, não
atingindo 25%, isso do ponto de vista do sujeito, pois se for tomada
uma análise mais apurada os percentuais certamente seriam bem
menores.
A MANEIRA DE SE OBTER A INFORMAÇÃO
PARANORMAL
Os 44% que obtiveram psi através
de sonho, se aproxima dos 46% que consideraram que estavam dormindo,
estando esses valores estão entre as margens citadas por Varvoglis
ao se referir ao pesquisador Robert Van de Castle que através
de meta-análise mostrou a importância dos sonhos na psi
do cotidiano, constatou que entre 1/3 e 2/3 do número total de
experiências relatadas foram mediadas por sonhos. Os outros 10%
vem da zona entre o despertar e o sono.
Ao apresentar esses resultados fazemos votos que os mesmos possam ser
aprofundados por outros pesquisadores, pois acreditamos firmemente que
a pesquisa não só a de laboratório, como também
a de campo, é o meio possível mais eficaz para uma compreensão
abrangente de psi.
Bibliografia
Alvarado, Carlos s. & Zingrone.
(1997). Out-of-Body Experiences and Dissotiation. Trabalho apresentado
na 40a Convenção da Parapsychologycal Association, Brighton,
Inglaterra.
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Pensamento SP. Brasil
Borges, Valter da Rosa. Manual de Parapsicologia. 1992. Edição
do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas. Recife-PE.
Brasil
Castro, Jalmir F. Brelaz de (1997). Out-of-Body Experiences with College
Students in Brazil. Trabalho apresentado na 40a Convenção
da Parapsychologycal Association, Brighton, Inglaterra.
Machado, Fátima Regina (1995). Considerações sobre
Ética e Educação em Parapsicologia no Brasil. Trabalho
apresentado no XIII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia,
Recife - PE. 1995
Roe, Chris A..(1997) Belief in the Paraformal and Attendance at Psychic
Readings. Trabalho apresentado na 40a Convenção da Parapsychologycal
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Kripner, Stanley . Advances in Parapsychologycal Research 7
Varglovis, Mario (1996). Psi Explorer - A Voyage into the Universe of
Pshychic Phenomena . PC CD-ROM 1996. UGM_IGK Multimédia.
Zingrone, Nancy & Alvarado, Carlos (1997). "Broken" Marital
Relations and Claims of Parapsychological Experiences. Trabalho apresentado
na 40a Convenção da Parapsychologycal Association, Brighton,
Inglaterra.
Zingrone, Nancy & Alvarado, Carlos (1997). Correlates of Aura Vision:
The Role of Psi Experiences, Dissotiation, Absortion and Synesthesia-Like
Experiences. Trabalho apresentado na 40a Convenção da
Parapsychologycal Association, Brighton, Inglaterra.
Zangari, Wellington (1995). Avanços e Desafios da Parapsicologia
Atual: O papel dos Pesquisadores Brasileiros. Trabalho apresentado no
XIII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, Recife-PE. 1995.
Agradecimentos: Gostaríamos de agradecer aos professores da UFPE
Sonia Pereira Leite Jaelson F.B. Castro, pelo empenho e pela aplicação
dos questionários sem os quais essa pesquisa não seria
realizada.
A sede do I.P.P.P. localiza-se na Rua Sérgio
Magalhães, 54, bairro das Graças, Recife, Pernambuco,
Brasil. CEP 52050-270. Fone e Fax (81) 3243-3927.
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