(*) – Foi um dos dirigentes
da Instituição Nosso Lar, presidente da USE-SP e
da FEB.
Em continuidade ao artigo inicial
sobre Instituição Nosso Lar, de Araçatuba,
, onde resumimos a história de seus primeiros tempos, agora
destacamos o desenvolvimento e desdobramentos da mesma.
Aos 7/9/1962 foi inaugurada uma extensão de Nosso Lar,
que recebeu o nome de Casa Transitória, situada à
rua José Domingues de Almeida no. 410, sendo um local também
destinado a albergar transitoriamente famílias. Neste local
era realizada uma reunião pública de explanações,
como na Instituição Nosso Lar, às 3as. feiras
à noite.
Com a desencarnação de Emília Santos, ocorrida
aos 26/9/1964, as Aulas de Moral Cristãs foram assumidas
por Antonio Cesar Perri de Carvalho que já colaborava com
ela. Em 15/11/1964, este fundou a Mocidade Espírita Irma
Ragazzi Martins, sendo seu primeiro presidente, congregando dezenas
de jovens ligados às famílias dos colaboradores
e de frequentadores do bairro, integrando-os nas atividades da
Instituição, inclusive de visita em apoio a lares
do bairro. Os jovens passaram a realizar mensalmente na cidade
a “Campanha do Quilo”, para angariação
de alimentos para a Instituição. Veio a ser a primeira
mocidade como departamento de uma instituição, pois
até então elas eram autônomas. Do início
desta Mocidade emergiram vários futuros dirigentes e colaboradores
de Nosso Lar e de outras instituições e também
expositores como, na turma de fundadores: Ismael Gobi, Neusa Gobi,
Sônia Gobi, Barcelo Ângelo Cintra, Olga Ângelo
Cintra, Eloína Ângelo Cintra, Fernandina Pedroso,
Antonieta Maria Cristina Perri de Carvalho Barcelos, e, em seguida,
Paulo Sérgio Perri de Carvalho, Osvaldo Rodrigues da Fonseca
Filho e Hélio Poço Ferreira. A Instituição
Nosso Lar foi sede de vários eventos de jovens, reunindo
as Mocidades Espíritas da cidade.
No dia 1º de janeiro de 1966, em reunião festiva proferida
pelo confrade José Rubens Braga da Silva, e com convidados
da cidade, foi inaugurada a Casa da Sopa Emília Santos,
sita à rua São Vicente no. 336. Esta instituição
passou a oferecer sopa diariamente a pessoas sem lar, moradores
de rua e hospedados no Albergue Noturno da cidade. Foram dedicados
zeladores o casal Auzília e Pedro Gobi.
Como campanha em benefício
da construção da Casa da Sopa, foi editado em 1965
um pequeno livro – Gotas espirituais -, uma coletânea
de frases espíritas, realizada por José Rubens Braga
da Silva, e impresso na Gráfica Araçatubense, de
propriedade do casal Edwiges (Bijú) e Honório de
Oliveira Camargo, tios dos irmãos Rolandinho e Bebé.
Colaboramos com o desenho da capa.
Ainda no final dos anos 1960,
a rua “R”, onde se localiza a Instituição
Nosso Lar, passou a ser designada Rua Emília Santos.
Com a aposentadoria de Rolandinho,
por motivo de saúde, este passou a se dedicar em tempo
integral à Instituição. Rolandinho realizava
campanhas para doações para a Instituição
e contava com apoio de famílias da cidade e amigos dos
seus tempos de juventude.
Entre os colaboradores destacamos
Abílio Fernandes da Silva, recém vindo Portugal,
tornou-se espírita e amigo de Emília Santos, participou
da criação do Grupo de Estudos Evangélicos
João Luiz dos Santos, simples e discreto, e até
sua desencarnação foi um fiel apoiador de Rolandinho.
O ano de 1972 assinalou o aparecimento
de duas novas atividades.
Em 15 de novembro de 1972 foi
inaugurado o Centro Espírita Luz e Fraternidade, ao lado
da Casa da Sopa Emília Santos, o qual veio tornar pública
as reuniões do Grupo de Estudos Evangélicos João
Luiz dos Santos, que vinham se realizando na residência
de Rolando Perri Cefaly e da qual também participávamos.
Inicialmente somente havia uma reunião pública às
6as. feiras. Assim, o antigo Grupo de Estudos originou no Centro
nascente.
Uma semana depois, no dia 2 de
dezembro de 1972, foi inaugurada a Creche e Lar João Luiz
dos Santos como departamento e nas próprias dependências
da Instituição Nosso Lar. Bebé, já
aposentada do magistério, veio a coordenar as atividades
da creche. A essa altura já estava desativada a atividade
de oferecer casas/lares a necessitados na Instituição
Nosso Lar e na Casa Transitória.
Na realidade existiam apenas duas
instituições com personalidade jurídica:
a Instituição Nosso Lar, incluindo a Casa Transitória
e a Creche, e, a Casa da Sopa Emília Santos, incluindo
o Centro Espírita Luz e Fraternidade.
Assinalamos que as construções
da Casa da Sopa, do Centro e da Creche foram de responsabilidade
de Albino Marinelli, antigo construtor credenciado pelo CREA,
e tio de Rolandinho e Bebé.
Essa é a síntese
do esforço intenso de Rolandinho, Emília Santos,
Bebé e vários colaboradores dedicados que fundaram
a Instituição Nosso Lar, e que num prazo curto de
tempo resultou nos desdobramentos: Casa Transitória, Casa
da Sopa Emília Santos, Creche João Luiz dos Santos
e Centro Espírita Luz e Fraternidade.