A depressão pode ser conceituada
como uma alteração do estado de humor, uma tristeza intensa,
um abatimento profundo, com desinteresse pelas coisas. Tudo perde a
graça, o mundo fica cinza, viver torna-se tarefa difícil,
pesada, com idéias fixas e pessimistas.
Poderíamos considerá-la
como uma emoção estragada. As emoções naturais
devem ser passageiras, e circularem, normalmente, sem desequilibrar
o ser. A tristeza, por exemplo, é uma emoção natural,
que nos leva a entrar em contato conosco, à introspecção
e à reflexão sobre nossas atitudes. Agora, uma vez estagnada,
prolongada, acompanhada de sentimento de culpa, nos leva a depressão.
Podemos dividir a “depressão”,
em três formas, de acordo com o fator causal:
Depressão Reativa ou Neurose
Depressiva: - esta depende de um fator externo desencadeante, geralmente
perdas ou frustrações, tais como: separação,
perda de um ente querido, etc.
Depressão Secundária
a Doenças Orgânicas: - acidente vascular cerebral (“Derrame”),
tumor cerebral, doenças da tireóide, etc.
Depressão Endógena:
- por deficiência de neurotransmissores. Exemplos: depressão
do velho, depressão familiar e psicose maníaco-depressiva.
Estima-se que somente no Brasil incida em cerca
de 14% da população, ou seja, temos cerca 21 milhões
de deprimidos. Se partirmos para a população mundial encarnada
e desencarnada que povoa o planeta Terra, e segundo as informações
dos Espíritos, esta está em torno de 21 bilhões
de Espíritos. Assim, teremos, então, um número
bem maior, aproximadamente, em 2.940.000.000 de seres humano-espirituais
sofrendo desta enfermidade nos dois planos da vida. Considerando, assim,
a estatística do Brasil.
Ela afeta todo o ser, acarretando uma série
de desequilíbrios orgânicos, sobretudo, comprometendo a
qualidade de vida, tornando a criatura infeliz e com queda do seu rendimento
pessoal.
André Luiz, Espírito que foi médico, atualmente,
desencarnado, citado nas suas obras psicografadas pelo médium
Francisco CândidoXavier,do Brasil, nos diz que os estados da mente
são projetados sobre o corpo através dos bióforos
que são unidades de força psicossomáticas, que
se localizam nas mitocôndrias. A mente transmite seus estados
felizes ou infelizes a todas as células do nosso organismo, através
dos bióforos. Ela funciona ora como sol irradiando calor e luz,
equilibrando e harmonizando todas as células do nosso organismo,
e ora como tempestades, gerando raios e faíscas destruidoras
que desequilibram o ser.
Segundo Emmanuel, Espírito, desencarnado e mentor do mencionado
médium Francisco Cândido Xavier, a depressão interfere
na mitose (divisão) celular, contribuindo para o aparecimento
do câncer e de outras doenças imunológicas, sobretudo,
a deficiência imunitária facilitando às infecções.
Na depressão existe uma perda
de energia vital no organismo, num processo de desvitalização.
O indivíduo perde energia por
dois mecanismos principais:
1°) Perde a sintonia com a Fonte
Divina da Energia Vital: o indivíduo não se armando
como deve, com o sentimento de autoestima em baixa, afasta de si mesmo,
da sua natureza divina, o elo de ligação com a fonte
inesgotável do Amor Divino. Além do mais, o indivíduo
ao se fechar em seus problemas e suas mágoas, cria um ambiente
vibracional negativo, que dificultada o acesso da Espiritualidade
Maior em seu benefício.
2°) A criatura humana fica envolvida
em torno de si mesma, não procurando desenvolver potencialidades
evolutivas, vivendo intensamente as experiências e os desafios
que a vida lhe apresenta, desperdiça energia nos sentimentos
de autocompaixão, tristeza e lamentações. Sofre
e não evolui.
CAUSAS PRINCIPAIS
A depressão está frequentemente
associada a dois sentimentos básicos: a tristeza e a culpa degenerada
em remorso.
Quando por algum motivo infringimos
a lei natural, ao tomarmos consciência do erro cometido, temos
dois caminhos a seguir:
1 - Erro > Consciência>
Arrependimento> Tristeza>Reparação.
2 - Erro> Consciência> Culpa-remorso (idéia fixa)
> Depressão.
O primeiro caminho é o meio natural de nosso aperfeiçoamento.
Uma vez tomando consciência de nossas imperfeições
e erros cometidos, empreendemos o processo de regeneração
através de lições reparadoras.
De outra maneira, ao invés de
nos motivarmos a nos recuperarmos, nós nos abatemos, com sentimento
de desvalia, de autopunição, e se permanecermos atrelados
ao passado de erros, com idéias fixas e auto-obsessivas, nós
estaremos caminhando para o estado de depressão, que é
improdutivo no sentido de nossa evolução.
Outra condição que nos
leva à depressão é citada pelo Espírito
François de Geneve, no Evangelho Segundo o Espiritismo,
Capítulo V item 25 (A Melancolia), onde relata que uma das causas
da tristeza que se apodera de nossos corações fazendo
com que achemos a vida amarga é quando o Espírito aspira
a liberdade e a felicidade da vida espiritual, mas, vendo-se preso ao
corpo, se frustra, cai no desencorajamento e transmite para o corpo
apatia e abatimento, se sentindo infeliz. Para François de Geneve,
então, a causa inicial é esta ânsia frustrada de
felicidade, liberdade almejada pelo espírito encarnado, acrescido
das atribulações da vida com suas dificuldades de relacionamento
interpessoal, intensificada pelas influências negativas de espíritos
encarnados e desencarnados.
Outro fator que está determinando
esta incidência alarmante de depressão nos nossos dias
é o isolamento a insegurança e o medo que são acometidas
as pessoas na sociedade contemporânea.
Absorvido pelos valores imperantes
como o consumismo, a busca do prazer imediato, a competitividade, a
necessidade de não perder, de ser melhor, de não falhar,
o homem está se afastando de si e sua natureza. Adota então
uma máscara (persona),que utiliza para representar “um
papel” na sociedade. E, nesta vivência neurotizante, ele
deixa de desenvolver suas potencialidades, não se abre, nem expõe
suas emoções, pois estas demonstram que de fato ele é.
Enclausurado, fechado nesta carapaça de orgulho e egoísmo,
ele se isola e se sente sozinho. Solidão, não no sentido
de estar só, mas de se sentir só. Mais do que se sentir
só é a insatisfação da pessoa com a vida
e consigo mesma.
O indivíduo nessa situação
precisa se cercar de pessoas e de coisas para ficar bem, pois, desconhece
que ele se basta pelo potencial divino que tem.
A solidão é conseqüência
de sua insegurança, de sua imaturidade psicológica. Nos
primeiros anos de vida, as crianças enquanto frágeis e
inseguras é natural que tenham necessidades de que as pessoas
vivam em função delas, dando-lhes atenção
e proteção. É a fase do egocentrismo, predominantemente
receptiva. Com o seu amadurecimento, começa a criar uma boa imagem
de si, tornando-se mais segura, e a partir de então, passa a
se doar, a se envolver e a participar mais do mundo. O que acontece
é que certas pessoas, por algum motivo, têm dificuldades
neste processo de amadurecimento afetivo, mantendo-se essencialmente
receptivas e não participativas, exigindo carinho, respeito e
atenção, sem se preocuparem, da mesma forma com os outros.
Fazendo-se de vítimas e de pobre coitadas, sem se responsabilizarem
por si.
Conseguem o seu equilíbrio às
custas das conquistas exteriores. As primeiras frustrações
que se depara, não toleram, pois expõem suas fraquezas
e isto motiva um quadro de depressão.
Em alguns idiomas, doença e vazio
tem a mesma tradução. A doença seria decorrente
de um vazio de sentimentos que gera depressão e o adoece o ser.
Dificuldade de amar o semelhante, pois o sentimento de amor, de generosidade
para com o próximo, é um sentir de dentro para fora. Este
sentimento de amor ao próximo, nada mais é do que uma
extensão do nosso amor, da nossa sintonia com o Deus interior
que nós temos dentro de nós. A pessoa que tem dificuldade
nesta composição de amar a si e, por conseqüência,
amar o próximo, deixa de receber o amor e a simpatia do outro,
e não consegue entrar em sintonia com a fonte sublime e inesgotável
do amor Divino. Nós limitamos aquilo que recebemos de Deus, na
medida do quanto doamos ao próximo. Quem ama muito, muito recebe.
Que pouco ama, pouco recebe. Esse afastamento de si, e, por conseguinte
de Deus, gera a tristeza, o vazio, a depressão e a doença.
O TRATAMENTO
A depressão é um sintoma
que nos diz que não estamos amando como deveríamos.
O caminho para sairmos dela é
preencher este vazio com a recuperação da autoestima e
do amor em todos os sentidos. Primeiro, procurando nos conhecer e nos
analisar, com o intuito de nos descobrirmos, sem nos julgarmos, sem
nos punirmos ou nos culparmos. E depois, nos aceitarmos como somos,
com todas as nossas limitações, mas sabendo que temos
toda a potencialidade divina dentro de nós, esperando para desabrochar
como sementes de luz. Isto nada mais é do que desenvolver a fé
em si e no Criador, sentimento este que transforma e que nos liga diretamente
a Deus.
Uma pessoa consciente de sua riqueza
interior passa a ter segurança e fé nas suas potencialidades
infinitas, começando a gostar e acreditar em si, amando-se e
a partir de então, sentindo necessidade de expandir este sentimento
a tudo e a todos. Começa assim a se despertar para os verdadeiros
valores da vida espiritual, transformando-se numa pessoa feliz e sorridente,
pois onde existe uma pessoa carrancuda há algo de errado; o seu
semblante sombrio está ligado e demonstra um ser doente. Sorria
e seja feliz amando e servindo sempre.
A terapia contra a depressão
se baseia no amar e no servir, se envolvendo em trabalhos úteis
e no serviço do bem. Seja no trabalho profissional, no trabalho
do lazer, ou no trabalho de servir ao próximo, o indivíduo
se ocupa e exercita o amor, e deixa de se envolver com as lamentações,
pois a infelicidade faz seu ninho no íntimo dos sentimentos de
cada um. Dificilmente conheceremos um deprimido entre aqueles que trabalham
a serviço do bem.
Para doarmos este amor, não
basta somente fazermos obras decaridade, temos que nos tornarmos caridosos;
antes de fazermos o bemtemos que ser bons. Darmos um pão, um
agasalho, mais junto disto colocarmos uma boa dose de afeto e carinho.
Acima de tudo ser generosos, que é a caridade do afeto. As pessoas
estão com fome de amor, de calor humano, de um ombro amigo, um
abraço, um aconchego e uma palavra de carinho.
Às vezes, com um simples sorriso, um bom
dia, um olhar afetuoso, nós estamos doando a energia e transmitindo
a vida.
O homem alcançou um enorme progresso
intelectual, satisfazendo suas necessidades materiais com os avanços
tecnológicos. Porém, ainda se depara com enormes dificuldades
na convivência fraterna com o seu semelhante. Estamos cada vez
mais próximos um dos outros através dos meios de comunicação
e, no entanto, mais afastados emocionalmente. Agora, o homem está
sentindo a necessidade premente de desenvolver a afetividade, de se
envolver, amar e sentir o seu semelhante.
Temos que ressuscitar e liberar a criança
que está esquecida dentro de nós. Para resgatarmos esta
criança que adormece em nós, é necessário
que vejamos o mundo de forma positiva e otimista. A nossa criança
interior, geralmente se encontra retraída e oprimida, porque
a vida nos apresenta de forma desagradável; ainda não
vivemos de forma natural, espontânea, e isto, gera ansiedade e
sofrimento. Como a criança é movida pelo prazer ela se
recolhe e não se manifesta.
A criança não se julga
e não se pune. Ela apenas vive o hoje, o momento de agora, integrada
perfeitamente a Deus e à natureza. “Deixai vir a mim as
criancinhas porque o reino dos céus é de quemvos assemelham”.
– com estas palavras quis Jesus dizer que teremos que ser puros,
autênticos, integrados com a nossa natureza divina, sem fugas
ou máscaras, para alcançarmos a nossa evolução
espiritual. Ter atitudes, como lidar com animais, brincar com crianças,
atividades criativas como a pintura, tocar um instrumento, fazer pequenas
tarefas domésticas, cozinhar, manter uma conversa amena, contar
um caso, ver um bom filme, escutar uma música, cantar, sorrir,
ouvir com atenção, olhar com ternura, tocar as pessoas,
abraçar, fazer um elogio sincero, curtir a natureza, admirar
o pôr do sol, etc. Estas são tarefas que muito nos ajudará
a reencontrarmos o equilíbrio e a harmonia interior.
Manter sempre o bom humor. Aquele que tem no ideal
de servir uma meta de vida, será sempre uma pessoa feliz. Na
vida o que mais importa é o amor e o bem querer das pessoas e
viver suas emoções; não se deixar afetar por coisas
pequenas. Muitas vezes nos deixamos abater por problemas que se olharmos
com olhos de Espíritos eternos em passagem pela Terra, não
valorizaríamos o fato ou o acontecimento na vida.
Substituir sentimentos de autopiedade
por vibrações em favor dos que sofrem. Se olharmos com
atenção e interesse ao nosso redor veremos que existem
pessoas com problemas muito piores, que os nossos a pedir socorro.
Procurar praticar atividades físicas
regulares, como a caminhada, um esporte, um lazer. A mente parada começa
a criar pensamentos negativos, que se assemelham a lixos amontoados
dentro de casa. Com estas atividades, você estará desviando
sua mente destes pensamentos deletérios.
Tornar-se empreendedor, dinâmico,
criando idéias novas e construtivas em benefício dos semelhantes
com motivação para implementá-las, junto ao grupo
ou a comunidade que pertence. Não fique estagnado esperando que
as coisas aconteçam em seu favor. Aja em favor do próximo
e não se surpreenda se você for o mais beneficiado.
Leituras edificantes,
uma conversa com um amigo, um terapeuta ou um orientador espiritual
ajuda a você a ver o problema por outro ângulo. Ou um diálogo
fraterno em uma instituição Espírita Kardecista.
A oração é um recurso
indispensável no processo da recuperação. Através
dela estabelecemos sintonia com a Espiritualidade Maior, facilitando
o caminho para que nos inspirem e revigorem nossas energias. Não
nascemos para sofrer. A vontade de Deus é a nossa alegria e a
nossa felicidade. Se sofrermos é por nossa causa. Os nossos problemas
e nossas dificuldades devem ser interpretadas como instrumentos para
nossa evolução.
Nunca devemos nos deprimir ou nos revoltar
contra eles. O melhor aprendizado é aquele que tiramos de nossa
própria vida.
O Vocábulo “crise”
em algumas línguas pode ter dois significados: a oportunidade
ou perigo. Oportunidade de crescimento ou perigo de queda.
O que importa é sabermos que
os problemas que deparamos na vida só surgem quando já
temos condições de solucioná-los. Como disse o
Mestre Jesus: “O Pai não coloca fardos pesados em ombrosfracos.”
Deste modo, ficamos mais fortes ao saber que temos todas as condições
interiores, para enfrentar as dificuldades que a vida nos apresenta.
Ter consciência, que acima de
tudo, tem um Deus maior a zelar por nós e que nunca nos abandona.
Confiar em Jesus e seguir seu exemplo de vida: “Eu sou o Bom Pastor;
tende bom ânimo; não se turbe o vosso coração;
vinde a mim vós que andais afadigados, cansados e oprimidos,
e Eu vos aliviarei.”.
Fonte:
www.ade-sergipe.com.br
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