Mêncio (371 a. C – 289 a. C), grande
filósofo chinês, era considerado o segundo sábio
(o primeiro fora Confúcio que vivera 200 anos antes).
Embora tenha esposado os postulados
confucianos, Mêncio conseguiu respeito por seus próprios
méritos.
Suas idéias tiveram grade
aceitação na China, principalmente após o aparecimento
do neoconfucismo nos séculos XI e XII.
Passou grande parte de sua vida
viajando por toda a China aconselhando sabiamente os soberanos daquele
país, sabe-se que fora funcionário do governo de Ch’i,
mas não chegara a ocupar cargos permanentes e que envolvessem
planejamento governamental.
Idealista, otimista, em seus discursos
apregoava que a natureza humana é boa e que um governante
deve comandar seu povo pelo exemplo moral e não pela força.
Mêncio fora um homem do povo,
prova disso é uma de suas frases mais conhecidas
– “Os céus
vêem o que o povo vê, os céus ouvem o que o
povo ouve”.
Afirmava em alto e bom som que o
governo deve oferecer ao povo orientação moral e condições
básicas para uma vida com dignidade.
Cuidar dos recursos naturais, prover
os incapazes, auxiliar os idosos, preocupar-se com o cidadão...
Para Mêncio, verdadeiro líder
é aquele que se preciso for sacrifica seus desejos individuais
em prol do bem coletivo.
Idéias avançadas para
sua época, Mêncio certamente fora um desses vanguardeiros
do bem que vem espalhar benesses pela face da Terra.
Escreveu em chinês, portanto,
suas idéias não tiveram grande influência no
ocidente, todavia, eis uma boa dica para nós e nossos governantes
– seguir os exemplos idealistas de Mêncio.
Na imensidão do universo,
no plano físico ou espiritual, pululam bilhões de
planetas, muitos são inclusive mais avançados do que
a nossa acanhada Terra. Nestes planetas, os governantes são
aqueles que reúnem maiores condições de liderar
a população em torno do bem e do amor. Liderança
incontestável e irresistível, conduzem a todos com
a maestria de quem conhece o caminho do progresso.
Pensamento voltado ao bem coletivo,
nestes mundos inexiste o egoísmo, são todos respirando
a mesma atmosfera de fraternidade, mãos se auxiliando, olhos
para o mesmo sentido; o de conseguir galgar degraus na escala evolutiva.
Certamente, Mêncio vivia em
um desses mundos, e por misericórdia divina veio até
nós dar testemunho de seus conhecimentos para acelerar nosso
ainda tímido desenvolvimento como Espíritos em processo
evolutivo.
Contudo, não obstante ao
exemplo de Mêncio e de tantos outros missionários da
luz, a obsessão pelo poder ainda conduz o frágil coração
humano:
Alianças escusas são
construídas para sua perpetuação.
Mentiras contadas anos a fio entravam
o progresso.
Promessas de um mundo melhor ainda
enganam a maioria.
Fraternidade, liberdade e igualdade
ficam apenas na retórica de quem tem o dom da palavra sem
possuir a iniciativa da ação.
O interesse individual ainda grita,
enquanto o interesse coletivo apenas sussurra.
Os chamados bons, se escondem em
dolorosa omissão, falta-lhes coragem para assumir a dianteira
do planeta.
Infelizmente, temos a tendência
de nos eximir da culpa, temos o hábito de colocar a responsabilidade
pelos insucessos de nossa nação nos homens que nos
dirigem, todavia, é salutar lembrar que esses homens que
nos dirigem não vieram de Marte, Júpiter ou Saturno,
nada disso, são eles crias de nossa sociedade, filhos das
idéias preconceituosas que durante séculos a fio propagamos.
Apenas repetem em seus reinados
o que aprenderam quando eram plebeus.
Engana-se quem pensa que a corrupção
está presente apenas no Legislativo, Executivo ou Judiciário,
se estamos a conviver diariamente com os desmandos e o desrespeito,
é porque eles estão impregnados em todos os ramos
de nossa sociedade.
Para que as coisas se encaixem,
mister se faz um olhar mais consciente para dentro de nós
mesmos, porquanto, apenas modificando nossas disposições
intimas livraremos o país que vivemos desse caos social.
Bradam alguns:
- Contribuo com o pagamento de impostos,
faço minha parte!
Enquanto a parte da parcela de contribuição
que acreditamos seja nosso dever for assim, irrisória, resumindo-se
à pagamento de impostos, inevitavelmente teremos uma sociedade
calcada no egoísmo.
Inseridos dentro de um contexto
social, nosso sucesso só será real se entendermos
que fazemos parte de uma grande família que vive nesta escola
chamada Planeta Terra.
Em o Livro dos Espíritos,
na questão de nº 775, Kardec questiona os Espíritos
amigos e encontramos na resposta desse questionamento assunto para
grave reflexão:
775 - P - Qual seria, para a sociedade,
o resultado do relaxamento dos laços de família?
R - Um agravamento do egoísmo.
Se o resultado do relaxamento dos
laços de família é o agravamento do egoísmo,
concluímos que o apertar dos laços de família
é o surgimento da mais fina flor – O Amor.
Amigo leitor, entenda-se como laços
de família, não apenas o relacionamento que temos
com Espíritos da mesma consangüinidade, mas sim, com
todos os Espíritos do globo.
Ao lançarmos um olhar para
a coletividade e vermos que somos realmente uma família vivendo
nesta Terra escola, veremos que nossas atitudes que não guardam
sintonia com o respeito a nosso habitat, influenciam direta ou indiretamente
na vida de infinitas criaturas.
Por isso, a sabedoria de Mêncio
já dizia há séculos atrás:
“Os que sabem mais, devem
dirigir com sabedoria os que sabem menos, preparar o caminho para
estes crescerem, assim como os pais fazem á seus filhos.”
Quando guardarmos esses propósitos
de irmandade, não mais veremos promessas vazias, enganação,
corrupção e usurpação em todos os ângulos
de ação da humanidade, de modo que já teremos
assimilado que somos uma verdadeira família e inevitavelmente
o egoísmo cederá lugar ao amor.
Pensemos nisso!